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A população portuguesa cresceu entre 1981 e 2007, segundo o INE, 764.734 unidades, ou seja, menos de 8%. Como podem os inscritos nos cadernos eleitorais ter aumentado 2.039.215, o que representa 26,7%?
Em 1986 os inscritos eram 83% da população mas em 2011 já eram 90%. Onde foram parar os menores de 18 anos?
O partido socialista sabe que pisou o risco durante a campanha eleitoral e agora, através da minimização da vitória de Cavaco, tenta infantilmente precaver-se contra as consequências.
Por causa disso criou uma teia de pseudo argumentos baseados no elevado grau de abstenção que se verificou no dia 23. Mas esta manobra é feita sem respeito pela realidade que se vê manipulada para servir meros objectivos partidários.
Com efeito, o número de inscritos nos cadernos eleitorais, óbviamente inflaccionado, desaconselha que se usem as percentagens de abstenção como base de qualquer análise que se pretenda séria.
Mas os números absolutos não deixam margem para dúvidas. Houve mais votantes em 2011 do que em 2001 quando Sampaio foi reeleito.
Ora Sampaio não se coibiu, apesar disso, de demitir um governo que dispunha de apoio parlamentar maioritário.
Essa decisão, que na altura foi classificada por muitos como perigoso precedente, não augura nada de bom para Sócrates.
Como diz o povo "quem não quer ser lobo não lhe veste a pele".
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