Hoje é dia de stress test para os líderes europeus. Depois de um ano e meio a meter a cabeça na areia, a estratégia de avestruz da União Europeia conduziu-nos à beira do colapso.
Se logo no início se tivesse, com rapidez e com um mínimo de solidariedade, resolvido o problema da dívida grega - de uma economia que não vale senão 2% do PIB europeu, é bom lembrá-lo -, teríamos sido poupados ao calvário por que a Europa tem passado, assim como ao momento extremamente difícil que agora se vive.
Manuel Maria Carrilho no DN de hoje
Manuel Maria, como muitos outros, dá a entender que os "líderes europeus" são, no seu conjunto, um bando de avestruzes tontas. Tenho alguma dificuldade em imaginar tanta inépcia junta, tanta incapacidade para ver o que é tão evidente para o nosso Manuel Maria. Será que Merkel, para mais uma mulher, chegou a líder num país como a Alemanha apesar da sua tontice? Passemos adiante.
Manuel Maria repete hoje um lugar comum que se estabeleceu na praça com foros de verdade incontestável: a necessidade absoluta de a Europa proceder à "resolução pronta e completa do problema da dívida grega". Confesso que não compreendo o que se pretende, creio tratar-se de uma daquelas ideias a que as pessoas se agarram desesperadamente como os náufragos se agarram às tábuas soltas do casco.
Enquanto a Grécia, tal como Portugal, não forem países económicamente viáveis, que dispensem as mesadas (com juros) dos "tontos" líderes europeus,
mandar-lhes dinheiro é como despejar baldes de água num areal. Ninguém no seu perfeito juízo ficará a despejar baldes de água eternamente mesmo que seja suficientemente rico para sustentar vários destes "rendimentos mínimos" europeus.Daqui resulta para mim uma conclusão muito simples: a salvação da Grécia só pode ser obra dos gregos.
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