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A briga com o gigante Google pode ter sido moldada para Qi Lu, um homem acostumado a superar obstáculos. Ele nasceu em Xangai no início dos anos 60, em meio à Revolução Cultural chinesa. Por causa da perseguição da ditadura, seus pais o mandaram ainda garoto para a casa do avô, na província de Jiangsu. Lu passou sua infância num vilarejo habitado por 400 famílias, onde predominava a agricultura de subsistência. A figura mais notável da comunidade era a professora. Uma única, que dava aula para todos os alunos, independentemente da matéria e da série das crianças. “A professora tinha status de rainha”, afirma Qi Lu. “Era a única que comia carne todos os dias do ano.” Segundo ele, para o resto dos habitantes, comer carne era um privilégio que acontecia apenas uma vez por ano. Depois de passar por exames apertados, conseguiu uma vaga na Fundan University, em Xangai. “No início dos anos 80, só 3% dos jovens que se formavam no ensino fundamental ingressavam na universidade.”
A vida de Qi Lu ganhou outro rumo quando ele foi assistir a uma apresentação do professor Edmund M. Clarke, da universidade americana Carnegie Mellon. Clarke ficou impressionado com as perguntas feitas pelo jovem chinês e resolveu oferecer-lhe uma bolsa de estudos para Ph.D. Clarke pagou a inscrição de US$ 45, equivalente a quatro salários e meio de Qi Lu como professor universitário na China. Qi Lu passou no exame e mudou-se para os Estados Unidos. Enquanto estudava, começou a trabalhar na IBM, em 1996. Ajudou a desenvolver o Altavista, um dos primeiros buscadores. Depois foi chamado para o Yahoo!. Dez anos depois, quando saiu, liderava um time de 3 mil engenheiros, que o homenageou com uma camiseta com as frases: “Eu trabalhei com Qi Lu. E você?”.
Mais uma história fascinante.
O arquétipo em voga já não é o magnata da finança. Os heróis das gerações actuais são gurus da tecnologia, com ar desinibido e vagamente ecológico, que inventam produtos de sucesso global.
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