Regressei a Portugal quando, em teoria, a campanha eleitoral deve começar mas tenho a sensação de que já tudo foi dito antes de eu chegar.
Não resisto à tentação de dar o meu "contributo" para a confusão instalada.
Eu acho que estas eleições apresentam um verdadeiro quebra-cabeças a quem pense ir votar (aos outros já lhes basta a descrença sobre o futuro do país).
Falemos então do dilema eleitoral.
Uma maioria de direita, do PSD ou do PSD+CDS, não tem condições sociais para governar. A agitação sindical e as investidas da comunicação vão esfrangalhar qualquer governo desse tipo em três tempos. Não deve conseguir durar um ano, pelas minhas contas. Basta ver o que sucedeu ao governo de Santana Lopes.
Mas uma maioria por convergência à esquerda, por exemplo do PS com o BE, ao introduzir na área do poder forças vocacionadas para a contestação em roda livre, que não têm projecto próprio que não seja de negação, pode produzir resultados catastróficos. Talvez uma tal coligação seja a única hipótese de a direita voltar a ter uma base social de apoio para governar, de forma musculada.
Portanto, meus caros, só vos resta votar no senhor engenheiro e rezar para ele ter maioria absoluta. De todos os maus cenários de futuro que nos cercam esse é capaz de ser o menos mau.
Espero não vos ter desmoralizado em demasia, só o suficiente.
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