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Este foi o momento do discurso de Louçã que ele preferia certamente que nunca tivesse acontecido. Aquilo que parecia ser uma sedutora analogia entre o acto reprodutivo dos coelhos e a criação económica de valor transformou-se numa enorme gaffe. Tanto mais divertida quanto mais controlado é por norma, reconhecidamente, o discurso do seu autor aliás um excelente orador.
No momento em que Sócrates faz do "casamento gay" uma bandeira eleitoral, a comparação feita por Louçã, subliminar, de uma parelha de coelhos "do mesmo sexo" numa cova, sem prole, com duas notas de cem euros "improdutivas" é verdadeiramente fatal. A surpreendente infantilidade da historieta, neste quadro, até passou despercebida.
Este tipo de episódios espontâneos mostra, impiedosamente, quais são os reais processos mentais que existem por trás de muitos discursos fracturantes.
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