Friday, June 18, 2010

Saramago

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Lanzarote, Abril 2007


Detesto obituários e elogios fúnebres. Nunca os faço.

Conheci Saramago, em 1980, através de "Levantado do chão". Inesquecível experiência,  reveladora de um escritor que percebi genial apesar de estar ainda longe de ser famoso.
Acompanhei a sua produção até àquela que penso ser a sua obra prima, "O Evangelho segundo Jesus Cristo". O livro que, mais do que qualquer outro, ainda impressionará leitores daqui a vários séculos.
Também tenho grande afeição por "História do cerco de Lisboa" e por "O ano da morte de Ricardo Reis", para além do incontornável "Memorial do Convento", claro.

A partir de " Ensaio sobre a cegueira" comecei a não me emocionar da mesma maneira apesar de admirar o engenho. Tal como acontecera antes com "Jangada de Pedra". Não adiro facilmente a construções parabólicas com intuitos apologéticos.

Deixou uma grande obra que nenhuma gaffe do autor poderia amesquinhar.
Quando passei por Lanzarote compreendi porque escolheu viver lá, naquela beleza selvagem que não aceita compromissos.



Lanzarote, Abril 2007

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