O que aconteceu foi o seguinte:
Porque há alturas em que me parece que a vida pode ser um bocadinho mais do que costuma ser, passei hoje uns minutos a fazer experiências com algumas das funcionalidades do blogger, essa plataforma tão amistosa e injustiçada, e à qual tenciono permanecer fiel durante as décadas vindouras.
Ocorreu-me que nunca tinha escrito um post sem caixa de comentários e manipulei os controlos necessários para o poder fazer (não digo que tenha sido muito complicado, mas uma pessoa com insónia crónica aprende a celebrar estas pequenas vitórias). Intitulei o post "Um post sem caixa de comentários" - porque não gosto de enganar ninguém - mas percebi instantaneamente que não havia mais para escrever: o propósito do post estava cumprido, não era preciso acrescentar nada no corpo do dito. Portanto re-intitulei o post "Um post sem caixa de comentários e sem nada escrito no corpo do dito". As coisas estavam a correr bem, sentia-me bastante lúcido.
Depressa cheguei à conclusão que um post sem caixa de comentários e sem nada escrito no corpo do dito não necessita realmente de título, portanto retirei o título, tendo ficado apenas com uma data e uma assinatura. Uma data e uma assinatura, no contexto certo, podem ser tremendamente eficazes. Porém, depois de breve ponderação, acabei por decidir que assinar e datar o que é essencialmente um espaço em branco poderia ser mal interpretado, portando retirei também esses elementos do post - post esse que, por esta altura, já não retinha nenhuma das características que normalmente associamos ao conceito de post. O resultado está à vista: fui forçado a escrever um segundo post - este post: este - a explicar as características de um post prévio que as categorias de percepção dos leitores não vão registar, e que todas as evidências apontam não estar, pura e simplesmente, lá.
Este processo é conhecido como teologia.
Assumo que os infiéis entre vocês vão optar por concluír que o post nunca existiu, mas estão tragicamente enganados.
Porque há alturas em que me parece que a vida pode ser um bocadinho mais do que costuma ser, passei hoje uns minutos a fazer experiências com algumas das funcionalidades do blogger, essa plataforma tão amistosa e injustiçada, e à qual tenciono permanecer fiel durante as décadas vindouras.
Ocorreu-me que nunca tinha escrito um post sem caixa de comentários e manipulei os controlos necessários para o poder fazer (não digo que tenha sido muito complicado, mas uma pessoa com insónia crónica aprende a celebrar estas pequenas vitórias). Intitulei o post "Um post sem caixa de comentários" - porque não gosto de enganar ninguém - mas percebi instantaneamente que não havia mais para escrever: o propósito do post estava cumprido, não era preciso acrescentar nada no corpo do dito. Portanto re-intitulei o post "Um post sem caixa de comentários e sem nada escrito no corpo do dito". As coisas estavam a correr bem, sentia-me bastante lúcido.
Depressa cheguei à conclusão que um post sem caixa de comentários e sem nada escrito no corpo do dito não necessita realmente de título, portanto retirei o título, tendo ficado apenas com uma data e uma assinatura. Uma data e uma assinatura, no contexto certo, podem ser tremendamente eficazes. Porém, depois de breve ponderação, acabei por decidir que assinar e datar o que é essencialmente um espaço em branco poderia ser mal interpretado, portando retirei também esses elementos do post - post esse que, por esta altura, já não retinha nenhuma das características que normalmente associamos ao conceito de post. O resultado está à vista: fui forçado a escrever um segundo post - este post: este - a explicar as características de um post prévio que as categorias de percepção dos leitores não vão registar, e que todas as evidências apontam não estar, pura e simplesmente, lá.
Este processo é conhecido como teologia.
Assumo que os infiéis entre vocês vão optar por concluír que o post nunca existiu, mas estão tragicamente enganados.
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