Friday, February 22, 2008

Bluff, a bater ao lado

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O caso do edifício do Casino de Lisboa, que tem recentemente feito as delícias dos comentadores políticos, vem sendo abordado em termos falaciosos que impedem o público de compreender a verdadeira natureza do problema.
Antes de mais é necessário perceber o que significa a concessão dos casinos. Trata-se no fundo de uma situação equivalente à dos antigos cobradores de impostos: os casinos engodam os cidadãos com luzes e canções e, depois de lhes terem sacado uma espécie de imposto voluntário, entregam uma parte substancial do saque ao Estado.
Vultuosíssimas verbas entram por este meio no erário público.
A discussão interessante deveria ser acerca da aceitação desta parceria que se destina a depenar os incautos ou então, num plano mais venal, sobre se a parte que os casinos entregam ao Estado está bem proporcionada.
Neste quadro o valor do edifício do Casino de Lisboa é quase irrelevante. A questão de ele reverter, ou não, para o Estado não faz sentido quando desligada da avaliação global das trocas que caracterizam a negociação das concessões do jogo.

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