
Zhou Xiaochuan esteve na cimeira do G20 ao lado de Wen Jiabao e, quase sem se fazerem ouvir, são capazes de ter sido os vencedores. Um dos analistas internacionais que apontou a China como ‘vencedora’ sublinhou que "os chineses tiveram um papel efectivo de arbitragem em todas as matérias sensíveis".
Arbitrar é, aliás, o que mais agrada a Zhou Xiaochuan. Conhecido como ‘o esfolador’ pela maneira como, na viragem do século, atacou a corrupção que gangrenava a economia chinesa, ele tem como máxima deixar o mercado funcionar, embora não confie em qualquer ‘mão invisível’. "Se o mercado pode resolver um problema – diz – deixemos o mercado fazê-lo. Eu sou apenas um árbitro. E não sou nem um jogador nem um treinador".
No seu papel de ‘tio Patinhas’, à frente de um banco central que tem 2000 biliões de dólares nas reservas, ele é o último a desejar a queda da moeda americana, mas vai preparando a transição com acordos bilaterais em yuans. O ensaio está a ser feito com a Argentina e a Indonésia e tem em vista a tal futura moeda mundial que ele vê como uma espécie do ‘bancor’ idealizado por Keynes.
Correio da Manhã, 04.04.2009
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