Uma entidade idónea a "Intercampus", considerada competente, conduziu para a SEDES um inquérito onde entre outras coisas se conclui:
- só 5% dos inquiridos acham que os "governantes têm muitas vezes em conta as opiniões dos cidadãos"
- só 12% dos respondentes pensa que "as pessoas como eu têm influência sobre o que o Governo faz"
- só 9% declaram "os políticos preocupam-se com o que pensam as pessoas como eu"
- só 8% considera que "quem está no poder não busca sempre os seus interesses pessoais"
Confirmando a validade destas opiniões os visados, a chamada "classe política", assobiou para o lado como se nada tivesse acontecido.
É caso para perguntar: ninguém se demite ? ninguém tem vergonha na cara ? quando é ao povo não faz mal acenar com os corninhos ?
Esta olímpica indiferença radica na convicção de que o povo é uma espécie de receptáculo para onde se atiram doses sucessivas de "esclarecimento" até que se porte bem. O povo acabará por perceber os altos desígnios, quer queira quer não.
Ainda recentemente os partidos insistiram em prolongar as campanhas eleitorais através do desfasamento das datas das legislativas e das autárquicas. Ninguém cuidou de saber qual era a opinião dos destinatários.
Como este inquérito mostra as pessoas comuns não pretendem ser mais "esclarecidas" por quem consideram incompetente para o fazer. Estão fartas de campanhas que se parecem demasido com a venda de sabonetes e de querelas entre exaltados "magos" que têm sempre na manga a solução redentora até lhes ser dada oportunidade de a pôr em prática.
Depois da abstenção em massa viremos talvez a assistir, num futuro próximo, à proliferação de autocolantes amarelos desesperados. Talvez assim eles percebam que está na hora de refundar a nossa democracia.
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