Cometários ao texto "Filhos de um deus menor":
O presente diploma não coloca ninguém na rua. Coloca as pessoas a concurso. É evidente que uma pessoa competente, que se tenha doutorado, e que esteja há dez, 20 anos naquelas funções terá vantagem sobre um outro candidato de fora. É assim em qualquer lado. O problema são os outros, a saber:
- os que se andam lá a arrastar há dez, 15, 20 anos e nunca fizeram o doutoramento (ou, pior, agora fazem um doutoramento a martelo porque são obrigados - conheço vários casos assim) - contavam com o empregozinho e nunca fizeram nada para progredirem (que é o que um professor do ensino superior deve fazer - progredir, investigar, melhorar);
- os que entraram há pouco tempo (e que são muitos) - são novos, licenciados há poucos anos. Esses que peçam bolsa à FCT se querem fazer um doutoramento. A FCT aliás não deveria dar bolsas a este tipo de candidatos (que sejam ao mesmo tempo docentes contratados e remunerados). De resto não há razão absolutamente nenhuma para que estes candidatos sejam beneficiados e os bolseiros preteridos. E não me venham falar em precariedade. Ninguém sabe melhor no meio académico o que é a precariedade que um bolseiro. O que é que esta gente é mais do que os bolseiros para os estar a discriminar assim, só porque estão agarrados ao lugarzinho?
Mas o mais incrível do texto do post é mesmo a interrogação final: "como cativar pessoal novo para o politécnico?" Em que mundo é que o autor vive? Num lugar com muito poucos doutorados, não? Eu conheço muitos doutorados prontos a aceitarem uma vaga no ensino politécnico. O ensino politécnico assim torna-se menos atraente a recém-licenciados, de facto. E ainda bem.
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