Há uma face oculta que insiste em provocar os nossos mais altos responsáveis políticos levando-os a fazer figura de tolinhos.
Cavaco foi à televisão, há tempos, por causa de umas "escutas" que afinal ninguém tinha feito e toda a gente ficou convencida de que o homem andava a combater moinhos de vento. Entretanto Sócrates declarava enfáticamente que essa coisa das escutas era um "disparate de Verão" no preciso momento, sabe-se agora, em que estava a ser escutado durante os telefonemas para o seu amigo Armando Vara.
Alguns comentadores mais dados ao maquiavelismo podem agora insinuar que o discurso de Cavaco teria afinal por objectivo prevenir Sócrates para que não dissesse nada de comprometedor ao telefone.
Em suma, as escutas inexistentes, ou cujo conteúdo nunca chega a ser conhecido, são aquelas que têm consequências mais devastadoras.
O público adora imaginar o que poderia ter sido ouvido em Belém ou numa conversa entre compinchas do calibre de Sócrates e Vara.
Embora os equipamentos de escuta, segundo dizem, se possam comprar na internet por tuta e meia, já nem isso é preciso. O que dá mais gozo é não comprar nada, não escutar nada, mas fazer constar que ouvimos coisas importantíssimas que nunca revelaremos.
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