As praias de Inverno fascinam-me. Hoje, dia de mar revolto, andei por S. Jacinto e pelo Furadouro.
Os areais estão pejados de materiais trazidos pelo mar. Garrafões de plástico rebolam na areia e marcam fantásticos golos nas balizas esquecidas pelo Verão.
Pescadores revestidos a oleado meditam de cana na mão, horas a fio, e voltam para casa com o saco cheio de conclusões em forma de robalos.
Restaurantes com nomes ditirâmbicos e exóticos, de pálpebras fechadas, suspiram pelo calor ausente e as vilas desertas são como conchas onde um bicho se acoitou.
Nas marginais velam no entanto os incansáveis cães de cimento ou de cerâmica que defendem, de dia e de noite, as cores eléctricas e a arquitectura pimba dos seus donos.
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