Passos Coelho fez, no encerramento do Congresso do PSD, um discurso surpreendentemente hábil. Colocou a revisão constitucional no centro do debate o que vem ao encontro do sentimento generalizado de que o regime se encontra num impasse.
Bem poderá Sócrates minimizar a proposta e tentar recusar-lhe o indispensável apoio parlamentar. Quanto mais a revisão fôr contestada e adiada mais ela aparecerá aos olhos dos portugueses como a panaceia que talvez nem seja.
Ao posicionar-se desta forma o novo presidente do PSD transmite também a ideia de que é algo de fundamental que tem que ser mudado e não uma cosmética de conveniência. É daquelas propostas que não precisam de ser aceites pelos adversários e que talvez até sejam mais frutuosas quando os adversários as recusam.
Se juntarmos a isto as referências à necessidade de controle democrático das nomeações para altos cargos na Administração e nas Empresas Públicas, feitas por Passos Coelho, então podemos ter a certeza de que à partida escolheu o terreno mais favorável para a batalha que pretende travar.
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