Desde que as Comissões Parlamentares de Inquérito começaram a incidir sobre suspeitos "da casa" (Constâncio, Sócrates) o Partido Socialista iniciou uma deplorável política de terra queimada contra tais iniciativas.
Como não podia deixar de ser, Mário Soares junta-se hoje ao coro, no Diário de Notícias, chorando lágrimas de crocodilo sobre o prestígio perdido pela Assembleia da República. Como é seu timbre omite os casos em que as Comissões serviram os seus próprios propósitos.
Sócrates, tal como antes Cavaco, funciona como uma espécie de eucalipto que seca tudo à sua volta. Cavaco produziu realmente o PSD actual mas Sócrates seca um raio muito maior, senão vejamos.
Secou o jornalismo, apresentado como um ninho de víboras sempre pronto a armar, contra ele, um novo escândalo. Secou a justiça e os tribunais por fazer dos magistrados um bando de conspiradores que só iniciam as investigações sobre ele para servir as oposições.
Agora é a vez da Assembleia da República. A "casa da democracia", que os portugueses elegeram, parece afinal ser uma casa de doidos ou irresponsáveis. Porquê? Porque se atrevem a criar uma comissão e se propõem esmiuçar a acção do senhor engenheiro.
Até onde irá esta luta de Sócrates pela sobrevivência política ? que mais será preciso destruir no seu caminho ?
A serem reais as alegações com que Sócrates se defende, e os pecados que aponta a quem o questiona, Portugal seria um país condenado de onde deveríamos fugir logo que possível.
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