Quando leio as reacções ocidentais ao que Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia, disse:
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“O Ocidente deve compreender as razões que levaram Moscovo a reconhecer a independência da Abkházia e Ossétia do Sul”, acrescentou.“Nesta situação, tudo depende da posição dos nossos parceiros no campo internacional. Se eles quiserem conservar boas relações com a Rússia, eles compreenderão a nossa decisão e a situação será calma”, “Se eles optarem pelo cenário do confronto, então que fazer? Já vivemos em condições diversas, viveremos também nessa” .
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não posso deixar de comparar a actual situação do "Império Americano" com o Império dos Habsburgo no Século XVII.
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Os espanhóis, como potência hegemónica da época, foram espalhando as suas forças por mútiplas guerras "religiosas" enquanto a sua base económica, as remessas de metais preciosos da América, não cessava de se reduzir. Os americanos têm tropas espalhadas pelo mundo, em vários conflitos "regionais", ao mesmo tempo que a sua economia é desafiada globalmente e o seu défice externo atinge níveis gigantescos. São as poupanças do mundo que estão a financiar os consumidores norte-americanos .
O Império dos Habsburgo foi perdendo posições ao longo do século XVII (nomeadamente: Portugal em 1640, Holanda em 1648, Rossilhão e Artois para a França em 1659, etc) . A paz de Utrech, em 1713, significou o fim do Império Espanhol na Europa. A Espanha só no Século XX voltou a ser uma potência.
Os americanos são desafiados na América do Sul, no Médio Oriente, no Norte do sub-continente indiano, nos Balcãs e agora também no Cáucaso. Amanhã será a Ucrânia ?
Começo a duvidar da capacidade económica e militar dos Estados Unidos, e dos seus aliados, para assegurar tantas frentes.
O que aconteceria se um dia, a juntar a tudo isto, o laborioso e mercantil "Império Chinês" resolvesse obter, militarmente, o exclusivo das principais matérias primas ?
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Pergunto-me se os EUA vão ser a Espanha do Século XXI. Essa era,de alguma forma, a tese de Paul Kennedy no seu famoso "The Rise and Fall of the Great Powers".
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