Nem os ricos escapam à crise dos mercados. As fortunas portuguesas não são excepção e registaram este ano, pela primeira vez desde 2004, uma queda no valor dos seus activos.A conclusão é da revista Exame, que publica a lista anual dos cem mais ricos de Portugal. A riqueza detida pelos milionários nacionais vale hoje 32 mil milhões de euros, menos 6% do que no ano passado. Entre 2006 e 2007, as grandes fortunas portuguesas cresceram 36%. A crise das bolsas, que se agravou desde o início do ano, também é a principal responsável pelas mudanças verificadas no topo da lista. Américo Amorim ultrapassou Belmiro de Azevedo, que perdeu o primeiro lugar do ranking que ocupava desde 2004, quando a Exame começou a publicar esta lista. As fortunas que se baseiam nas participações accionistas em empresas cotadas na bolsa, como é o caso da Sonae, são as que mais se ressentem da crise.A ascensão de Américo Amorim ao topo baseia-se, em grande medida, no desempenho da Galp, onde detém uma participação de 33,34%, que tem sido das empresas mais poupadas na crise bolsista. Amorim vale hoje 3106 milhões de euros, mais 11,6% que em 2007. O património de Belmiro de Azevedo desvalorizou-se em 42% para 1722 milhões de euros. A evolução das cotações prejudicou igualmente a família Teixeira Duarte, accionista da Cimpor e da construtora. Por famílias, Amorim está também à frente, com activos de 3421 milhões de euros, seguida da Champalimaud, com fortuna avaliada em 1645 milhões de euros.O ranking revela ainda o milionário mais novo, João Nuno Macedo e Silva, de 43 anos, que lidera o grupo RAR (agro-indústria), bem abaixo da média de idades que é de 63,4 anos.
Diário de Notícias, 14.08.2008
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