O "bom povo português", que sobrevive há muito com uma justiça disfuncional, está agora na iminência de assistir à desactivação, por desmoralização e desmotivação, das forças policiais.
Isto apesar do recrudescimento brutal do "car jacking" e dos assaltos à mão armada a bancos, tribunais e farmácias. A notícias sobre a criminalidade ocupam cada vez mais espaço nos jornais.
Como se tal não bastasse um pseudo-estudo publicado na imprensa teve o arrojo de insinuar que somos afinal um povo com práticas criminosas generalizadas, como se não houvesse qualquer diferença entre as vítimas e os assaltantes, procurando dessa forma minimizar a gravidade da situação.
Estes aprendizes de feiticeiro estão a brincar com um barril de pólvora.
Apesar de ser patente a impunidade de muitos comportamentos criminosos, irresponsávelmente justificados por alguns, espero que o civismo e o bom-senso dos portugueses consiga evitar a "justiça popular" e o descambar da situação para a violência avulsa e para a perseguição de inocentes.
Espero que o "Inquérito Nacional à Vitimização" anunciado pelo Governo, que ouvirá 8.500 pessoas até Janeiro, mostre o verdadeiro estado de espírito dos portugueses em matéria de segurança. O que se ouve nas ruas e nos transportes é mesmo muito mau.
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