Tuesday, November 25, 2008

25 de Novembro - o prólogo e o epílogo

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Foi o dia em que o Almirante Pinheiro de Azevedo, bichanado por Mário Soares qual ponto num teatro, disse ao povo que o fumo "é só fumaça".
Os mesmos, e mais o Sá Carneiro, também disseram que "o povo é sereno" e, para o bem e para o mal, talvez excessivamente, a verdade é que nunca mais deixou de ser (com excepção dos professores que substituíram a ditadura do proletariado pela impunidade do professorado).
A 25 de Novembro eu e os meus companheiros esperámos quase toda a noite, nas imediações de um certo quartel, que nos distribuíssem as armas. Conforme o planeado.
Alta madrugada vieram dizer-nos qualquer coisa que me soou a "a Revolução falhou" ou "o 25 de Abril acabou", o que para nós era quase a mesma coisa.
Só me lembro das lágrimas a correr-me na cara enquanto conduzia pela segunda circular.
Eu estaria certamente tentar uma revolução impossível, eu estaria talvez equivocado mas aquelas lágrimas não.
Nunca mais as esquecerei.
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