fotografia, tirada em S. Tomé, por Carlos Morais
"Porém, a sondagem mostra que 57 pc dos russos não tencionam festejar o dia 07 de Novembro, 14 pc não decidiram como o fazer, 12 pc planeiam assinalá-la em casa e 07 pc, na casa de amigos. Apenas 2 pc dos entrevistados tencionam participar em manifestações e comícios, organizados pelos vários partidos comunistas para comemorar essa data na Rússia."
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"Não obstante o dia 07 de Novembro ter deixado de ser feriado, mais de 2,5 mil manifestantes, segundo as autoridades policiais, mais de 10 mil, segundo os organizadores, reuniram-se no centro da capital russa ao som de palavras de ordem como “A Rússia é Lénine! A Rússia é Estaline!”, “O capitalismo faliu, queremos o socialismo!”, “Liberais no poder, crise na economia!”."
Blog "Da Rússia", 07.11.2008 aqui e aqui
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Estes posts do José Milhazes sobre a forma como os russos encaram a Revolução de 1917, apesar de não serem surpresa, provocam em mim o desconforto habitual. Aquilo que eu considero incontornável nestas estatísticas é a evidência do carácter anormal da experiência soviética.
Não me refiro às violências revolucionários ou sectárias nem sequer às privações e frugalidade forçada a que os russos estiveram sujeitos. O que eu acho extraordinário é o facto de uma experiência que se pretendia revolucionária não ter deixado um resquício, uma semente de novas relações de produção que as pessoas pudessem recordar e manter em custódia nem que fosse para um futuro longínquo.
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Tudo se passa como no perturbante filme "Goodbye Lenine". As pessoas passam à frente e esquecem mas, supostamente, estão a andar para trás.
Tem que haver outra explicação para o fenómeno. Não podem estar tantos, há tanto tempo, tão completamente errados.
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