Já fora referida aqui a votação referendária na Califórnia, em simultâneo com as presidenciais, da "Proposition 8" que tinha como objectivo banir os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
A Califórnia acabou por aprovar a proposta com 52 % dos votantes a dizer "sim".
A “Proposition 8”, agora aprovada, propõe-se, através do voto popular, anular a decisão do Supremo Tribunal da Califórnia, que legalizou em Maio os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
A Florida (62 %) e o Arizona (58 %) também tiveram os seus referendos e baniram igualmente os casamentos entre pessoas do mesmo sexo (ver aqui).
A vitória da "Proposition 8", e das outras propostas equivalentes, encerra uma lição que todos devíamos ter a modéstia de aprender.
Independentemente do que se pense sobre a "validade" dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo não parece ser admissível, nem inteligente, querer impôr essa solução à sociedade sem cuidar de atender às opiniões dos cidadãos.
Persuasão sim, para mudar as opiniões se fôr caso disso. Mas são erradas as pressões sobre o executivo para aprovar, sem um debate profundo e convincente, uma lei liberalizadora sem aceitação popular.
Se na liberal Califórnia, onde Obama teve mais de 60% dos votos, é esta a opinião dos cidadãos imaginemos o resultado do referendo na América como um todo. Também podemos fazer um exercício de imaginação relativamente ao resultado de um referendo em Portugal.
A iniciativa liberalizadora de Zapatero em Espanha foi um típico vanguardismo tolerado mas que, estou certo, não corresponde ao "sentir" da maioria dos espanhóis.
Estes referendos na América mostram como o tema está longe de ser pacífico e contrariam a imagem que se tem pretendido criar de uma tendência liberalizadora imparável a nível internacional.
Em suma, quem defende o casamento de pessoas do mesmo sexo tem ainda muito trabalho pela frente se quiser modificar a opinião dos cidadãos. Mas é esse o caminho correcto.A democracia não pode valer só às vezes.
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