"Faz-se um partido agora, só para tirar a maioria absoluta ao PS. E depois?"
"A ambição do projecto em curso e que ninguém nega que está já na estrada é de conseguir criar uma força política à esquerda que ocupe o espaço tradicional da social-democracia europeia, mas que parta de bases programáticas que equacionem já a crise do capitalismo financeiro e a nova época do capitalismo que vai nascer desta crise.
Daí o enfoque que este movimento e o próprio Manuel Alegre têm posto na necessidade de debater e de aprofundar propostas e ideias sobre o que fazer e o que propor ao país. Não pode haver um partido ou um movimento que redefina a esquerda em Portugal sem um sólido programa político. E há que encontrá-lo nos escombros não só da falência do comunismo soviético, mas também do liberalismo de Ronald Reagan e de Margaret Teatcher, bem como ainda da social-democracia que se enamorou do primado do mercado e esqueceu as pessoas como centro da sua acção programática.
Por isso, não basta debater os serviços públicos e o papel do Estado e Alegre fala já numa iniciativa sobre Justiça. A frase irónica de Alegre sobre o PRD surge precisamente nesse sentido. Não basta juntar personalidades e fundar um partido. Isso resultaria num fenómeno populista, mas sem futuro, feito para sobreviver algumas eleições, como foi o PRD, até acabar afogado nas urnas.
Outro risco que os dinamizadores deste projecto parecem estar conscientes de que não querem correr é o de Manuel Alegre mais os seus apoiantes romperem com o PS, formarem um partido e virem a funcionar como uma espécie de novos Verdes de uma nova CDU. Isto é, virem a ser a cereja no bolo de uma coligação liderada pelo Bloco de Esquerda. "
São José Almeida, PÚBLICO, 17.12.2008
Sábias palavras mas, por aquilo que conheço das pessoas, e destes processos, não tenho grandes esperanças de assitir à formulação de uma alternativa consequente. A esta hora já anda toda a gente a fazer contas aos votos e à distribuição dos lugares.
Quem me dera estar enganado...
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