A história dos biliões de anos-luz da Katie Melua, desencantada pelo Doninhas do Sol, é a melhor dentro do género (e é de um género que se trata) desde a bochechuda proposta de correcção ao poema de Tennyson 'The Vision of Sin', feita por Charles Babbage. O poema inclui o seguinte dístico: Every minute dies a man/ Every minute one is born; que por sua vez teria alegadamente inspirado a seguinte missiva de Babbage: «I need hardly point out to you that this calculation would tend to keep the sum total of the world's population in a state of perpetual equipoise, whereas it is a well-known fact that the said sum total is constantly on the increase. I would therefore take the liberty of suggesting that in the next edition of your excellent poem the erroneous calculation to which I refer should be corrected as follows: Every minute dies a man,/ And one and a sixteenth is born.
I may add that the exact figures are 1.167, but something must, of course, be conceded to the laws of metre.»
I may add that the exact figures are 1.167, but something must, of course, be conceded to the laws of metre.»
(A biografia de Babbage - um daqueles ingleses descritos por Henry Adams como reféns da sua própria excentricidade - é fértil em pérolas, mas creio que esta história é apócrifa: todas as fontes que consultei a introduzem com um pouco convincente "it is said that..." E há ali qualquer coisa na matemática que me está a incomodar, mas não lhe consigo pôr o dedo: como é que 1.167 arredonda para um e um dezasseis avos? Não devia ser 1.0625? [suspiro] A professora Irene, que Deus a tenha, bem me tentou avisar: isso dos livros é muito bonito, mas se não sabemos também a tabuada arriscamo-nos a que o merceeiro nos aldrabe. Ou, no meu caso específico, o corrector de apostas, que já por duas vezes me tentou enrolar numa salsicha numérica a la Babbage. Meninos e meninas do meu país: estudem as fracções e façam os deveres. Que mais não seja para não ficarem à mercê de contabilistas de relva sem escrúpulos.)
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