Acho que, por razões que se prendem com o aspecto gráfico e com a impossibilidade de corrigir os comentários inseridos, as intervenções relativas aos posts não são de fácil leitura, nem proporcionam uma discussão agradável. Sei que se pode dar a volta a isto clicando no cabeçalho do post e lendo os seus comentários como se fosse um texto corrido. Resta, no entanto, para quem os insere o problema de poder ir corrigindo o seu português, como vulgarmente faço em relação aos post que insiro.
Este intróito maçador visa unicamente justificar porque volto ao local do crime, ou seja, porque insisto num novo post sobre a Mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva.
Depois de uma leitura mais atenta das intervenções do F. Penim Redondo (FPR), e para isso fiz aquilo que disse, transformei o post mais os seus comentários em texto corrido, reconheço que lhe respondi um pouco ao lado, apesar de achar que no fundo andamos mais ou menos a dizer o mesmo.
Assim, FPR diz que a parte da Mensagem relativa aos rendimentos desproporcionados dos dirigentes das empresas são mais morais e profissionais do que sociais, como me assaca, citando o último parágrafo do meu texto.
A verdade, é que a minha intenção ao escrever este post foi por um lado criticar as posições ultraliberais dos intervenientes de direita na Quadratura do Círculo e por outro, apresentar uma outra interpretação para aquela parte do discurso, ou seja, a consonância de Cavaco com o discurso da Igreja. Ora este é essencialmente moral: o excesso de dinheiro é uma forma de nos deixarmos tentar pelo Diabo. A que Ela junta igualmente preocupações sociais: os que têm muito devem ajudar os mais desfavorecidos.
Portanto, aquilo que eu referi como preocupações sociais, refere o FPR como morais, mas a ideia parece-me ser a mesma. Por outro lado, como ele sabe a Igreja oficial nunca foi anti-capitalista, por isso seria estultice nossa esperar que Cavaco condenasse os lucros dos accionistas.
Resta as motivações que FPR chamas profissionais. Os gestores estão a ganhar de mais para o trabalho que desempenham, no fundo ele confunde-os com os trabalhadores que estão sob as suas ordens, não passando, tal como estes, de simples assalariados. Ao contrário do que prometi pus-me a consultar a literatura disponível sobre o assunto e irei igualmente fazer um post sobre isso.
Mas antes voltaria a outra interpretação daquela passagem da Mensagem de Cavaco, que eu tinha já aflorado quando citei os argumentos de alguns dos intervenientes no Expresso da Meia-Noite e que hoje António Vitorino, no programa Notas Soltas, desenvolveu mais. Esta crítica aos rendimentos dos dirigentes das empresas começou a ser feita nos Estados Unidos, por causa de uma firma que foi à falência, e foi retomada recentemente pelo Governo alemão. Ou seja, não resulta de qualquer apreciação moral ou social mas sim de tornar mais transparente a gestão das empresas, de modo a que aqueles que compram as suas acções na bolsa tenham a informação clara sobre como as mesmas são geridas. Estamos pois perante um claro programa de melhoria de gestão do capitalismo. E isso também está expresso no meu texto, quando refiro que os nossos liberais de trazer por casa não compreendem estas exigências.
Portanto, apesar do FPR achar que eu me enleio na Mensagem do Cavaco Silva, descobrindo preocupações sociais onde ele julga que elas não existem, eu respondo-lhe que tudo aquilo que ele criticou estava já lá inserido, provavelmente de forma pouco visível.
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