O Diário de Notícias refere hoje uma intervenção de Manuel Alegre, no Porto, onde terá defendido "se for caso disso, a renacionalização de sectores estratégicos da economia portuguesa".
O debate promovido pela corrente "Opinião Socialista" do PS/ Porto tinha como tema "Nova Esquerda e desigualdade: que políticas?"
Segundo o DN para Alegre, a esquerda só combaterá de forma eficaz as desigualdades se se libertar das ideais e da linguagem do neoliberalismo que a "colonizou" nos últimos anos. O capitalismo, disse, não é a etapa última da História. "Há muita gente a viver mal em Portugal, em dificuldade, e a classe média está a empobrecer. É preciso encontrar soluções" para a crise "deste modelo de sociedade". O grande de combate da esquerda nos dias que correm, segundo Alegre, é saber se é possível ou não outra lógica na economia.Alegre defendeu o direito do Estado a "renacionalizar" algumas empresas estratégicas. "Pode haver situações em que sejam necessárias nacionalizações para a própria sobrevivência da democracia". É uma hipótese, sublinhou, que "a esquerda tem de ter coragem de encarar
Esta luta por uma nova via para a esquerda merece todo o meu apoio, como venho repetindo, mas o que eu não consigo aceitar é que para o efeito Alegre não consiga referir senão as nacionalizações.
Ainda recentemente num post intitulado "E se houvesse um novo 25 de Abril ?" eu tinha afirmado que a esquerda se encontra, deste ponto de vista, onde se encontrava quando o "PREC" acabou. Alegre que na altura tanto combateu Vasco Gonçalves parece, 34 anos depois, querer dar-lhe razão.
Não me refiro apenas à exequibilidade de tais teses que Alegre apresenta como se vivesse na América Latina. O que mais me choca é o retorno a fórmulas datadas, que no mundo globalizado e desmaterializado em que vivemos cada vez fazem menos sentido por não garantirem os resultados que os seus proponentes pretendem.
A "festa/sessão" do dia 3, com Alegre e o Bloco de Esquerda, promete...
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