Esta imagem do primeiro-ministro "a fazer uma viagem virtual pelo interior do Corpo Humano", ocorrida recentemente no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, pode simbolizar a fuga à realidade e o retorno ao próprio umbigo que costuma acontecer aos políticos que vêem o chão a fugir-lhes debaixo dos pés.
Em Março de 2008, no auge da contestação dos professores, sugeri neste post a possibilidade de Sócrates aproveitar o pretexto para provocar eleições antecipadas e aumentar, dessa forma, a probabilidade de uma maioria do PS. Na altura quase ninguém concordou comigo.
Passados poucos meses, tal como previ, o PSD renovou-se, o PCP e o BE reforçaram-se com o aprofundar da crise e Alegre é um espinho nas garganta de Sócrates.
O governo arrisca-se a chegar às eleições sem trunfos: a reforma do Estado foi-se esboroando em cedências consecutivas, o desemprego é galopante, a economia deixou de crescer e até a redução do défice orçamental, que seria a sua coroa de glória, está em risco de descambar.
Como se não bastassem os ventos adversos que vêm do exterior (preços do petróleo, crise alimentar, subprime), e cuja força não tende a abrandar, agora o governo enfrenta uma nova ameaça. Os camionistas provaram o seu poder, provaram a maçã tal como Eva no paraíso.
Isso significa que o governo pode, a qualquer momento, até mesmo numa fase pré-eleitoral, ser obrigado a ajoelhar perante um golpe de misericórdia logístico.
Sócrates deve estar arrependido de não me ter dado ouvidos...
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