Falemos claro a propósito dos participantes no comício-festa do Trindade. Às portas do segundo semestre de 2008, atribuir identidade política, e a consequente legitimidade representativa, a ex-pintasilguistas é pelo menos caricato.
Quanto à Renovação Comunista, a outra ficção arregimentada para enfeitar o palco e que eu conheço bem, é uma organização que neste momento, infelizmente, está reduzida a um grupo de amigos que não representa ninguém. Quando surgiu, ainda nos tempos do saudoso João Amaral, despertou enormes esperanças e movimentações mas tudo isso se foi esvaindo por causa do sectarismo e vedetismo de meia dúzia de "dirigentes". Não será num táxi, mas num autocarro cabem certamente todos os dirigentes e as bases, que se conformaram em ser um apêndice do apêndice do BE.
Por isso são mais do que justas as análises que apresentam o comício do dia 3 como uma construção do BE, encenada como era hábito do PCP, com aliados que não têm existência própria e que obtêm, em troca, um destaque público completamente injustificado.
Em vez de procurar com trabalho e com afinco novos caminhos para a esquerda (unida, porque não ?) vive-se de parasitar influências e cargos com base numa fachada que nada tem por trás.
O facto de ainda ter na RC amigos, como o Jorge Nascimento Fernandes, não me obriga a pactuar com manobras políticas irresponsáveis.
O facto de ter rompido nos anos 90 com a militância no PCP não me leva a considerar correcta toda e qualquer actuação só porque é contra esse grande partido histórico.
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