Monday, August 31, 2009

A carreira indecente do "Compromisso de Verdade"

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"Suspenderemos, porém, o actual modelo de avaliação dos professores, substituindo-o por outro que, tendo em conta os estudos já efectuados por organizações internacionais, garanta que os avaliadores sejam reconhecidos pelas suas capacidades científicas e pedagógicas, com classificações diferenciadas tendo por critério o mérito, e dispensando burocracias e formalismos inúteis no processo de avaliação. Reveremos o Estatuto da Carreira Docente, nomeadamente no respeitante ao regime de progressão na carreira, corrigindo as injustiças do modelo vigente e abolindo a divisão, nos termos actuais, na carreira docente."
"Compromisso de Verdade", programa do PSD para as legislativas 2009

Para além do oportunismo repugnante este ponto do Programa Eleitoral do PSD é um tratado para se perceber como, eleição após eleição, as corporações têm esmifrado à oposição as mordomias que levaram o Estado português ao estado actual, à beira da falência.
Estou a lembrar-me, a este propósito, do "Novo Sistema Retributivo da Função Pública" adoptado durante os mandatos de Cavaco Silva.
O processo é muito simples, o PSD enquanto oposição promete tudo o que o PS recusou como governo, e o PS na oposição concede tudo o que o PSD negou estando no poder. Alternadamente.
A verdade deste "Compromisso de Verdade" é que o PSD se propõe comprar votos com o dinheiro dos próprios eleitores, com o nosso dinheiro.
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Tchau Roca

Aeroporto de Lisboa, zona de embarques, Janeiro de 2006
Obrigado por tudo. E estou farto do treinador que não te soube aproveitar.

E a campanha aquece

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Sunday, August 30, 2009

Pão sem sal e educação sexual

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Todos sabemos da proverbial aversão dos portugueses pela matemática mas nem sempre divisamos todas as suas nefastas consequências.
Com a democratização do ensino e o advento das universidades privadas houve milhares de jovens que, para fugir à matemática, abraçaram cursos como Antropologia, Sociologia, Psicologia e outras humanidades que tais.
Chegados ao mercado de trabalho verificaram que o mundo empresarial não era permeável aos seus saberes. Uma boa parte deles, em desespero de causa, recorreram a um qualquer padrinho, biológico ou afectivo, com poder de decisão no aparelho de Estado (Ministro, Secretário de Estado, Director Geral, porteiro, contínuo, etc) para arranjar colocação. O que é perfeitamente compreensível.

À medida que estes formandos iam formando um grande grupo profissional a sua influência foi crescendo na acção do Estado; inversamente o cidadão foi sendo remetido ao papel de irresponsável ou pervertido, ou ambos. Todo esse novo corpo de especialistas precisava que houvesse destinatários merecedores da sua acção educativa, correctora, orientadora, suportante e apoiante. Os cidadãos descobriram de súbito uma panóplia de deficiências, taras e carências com que sempre tinham vivido sem sequer suspeitar.

Choveram as instruções sobre o tabaco, o sal, a forma de lavar as mãos, o álcool, as uniões de facto, as “tolerâncias zero” e o “vamos pôr fim a este drama nas estradas”. Chegámos ao ponto, numa das últimas “vagas de frio”, de ter sido feita uma recomendação formal, pela televisão, explicando ao povo, não fosse ele esquecer-se, que quando faz frio se deve vestir mais roupa.
Multiplicaram-se os gabinetes, observatórios e comissões que tentam impedir-nos de cometer as maiores barbaridades contra nós mesmos ao mesmo tempo que proporcionam empregos razoavelmente pagos e seguros a quem tem a fortuna de conhecer as pessoas certas.

Em suma, a inépcia matemática foi determinante para a transformação do papel do Estado. Hoje o Estado, como qualquer pai, cumpre o velho aforismo “quem dá o pão dá a educação” (pão sem sal e educação sexual)..


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Saturday, August 29, 2009

Casados à força

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Hoje, no Expresso, Miguel Sousa Tavares escreve uma crónica "Para aqueles que ainda não compreenderam que ser de esquerda não é apoiar entusiasticamente qualquer disparate ‘fracturante’...".
Diz ele por exemplo:
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"Não deixa, aliás, de ser incrivelmente irónico que a mesma maioria que fez uma lei para divorciar as pessoas à força, sem cuidar dos direitos de quem legitimamente o não queria, agora tenha avançado com uma lei que queria casar as pessoas à força, sem ao menos lhes perguntar se estavam interessadas. Bastaria que duas pessoas se juntassem durante dois anos e logo o nosso pressuroso Estado se apressaria a entrar-lhes porta de casa adentro: “Ah, malandros, apanhei-vos!"
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"Não é preciso, bem à maneira portuguesa, dar a tudo um enquadramento jurídico, uma espécie de Lei Orgânica, sem a qual parece não haver departamento da nossa vida que possa existir.Os portugueses são livres de se casarem as vezes que quiserem, de se divorciarem as vezes que quiserem e de não se casarem as vezes que quiserem."
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"A imensa maioria dos casais que vivem em união de facto vivem assim exactamente por quererem uma relação onde à partida ambos sabem que não têm a esperar nenhuma obrigação ou direito decorrentes da lei. É assim que escolheram viver e é um abuso que o Estado venha depois dar-lhes direitos que não reclamaram e que ostensivamente recusaram."
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Friday, August 28, 2009

Aprovada lei das "uniões sexuais fortuitas"

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A maioria do Partido Socialista aprovou ontem, com os votos do PCP e do Bloco de Esquerda, a lei que regula a situação jurídica das pessoas em "união sexual fortuita, independentemente do sexo". Foi um debate agitado na Assembleia; esquerda e direita acabaram divididas; PSD e CDS votaram contra. Os social-democratas acusaram os socialistas de querer "regulamentar a liberdade de convivência sexual, inscrita na Constituição". Já os socialistas censuram o "conservadorismo desta direita atávica", cega a "realidades sociais em emergência como a união sexual fortuita".O facto mais surpreendente foi todavia a abstenção de cinco deputados do PS, liderados por Vitalino José Seguro, que apresentaram uma declaração de voto contra "a descaracterização e bloquização do código genético do PS". Nas galerias na Assembleia, alguns casais em "união sexual fortuita" pelo menos desde a véspera também assistiram ao debate. Saíram satisfeitos. "Já não somos párias sociais. Temos mais regras e deveres, mas mais liberdade."
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Uma Lista de Verdade

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Thursday, August 27, 2009

Efeméride 3 - 400 anos do telescópio de Galileu

Passam 400 anos sobre as observações e, por isso, este é o Ano Internacional da Astronomia. Nada melhor para ler do que o Klepsýdra.

Wednesday, August 26, 2009

E encerrar o país ?

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A decisão de avançar com uma vistoria de emergência decorre na sequência da derrocada na praia Maria Luísa, que matou cinco pessoas e feriu outras três, e pretende "detectar eventuais situações de perigo". De acordo com Paulo Cruz, numa primeira fase trata-se de fazer uma "avaliação essencialmente visual". "Pela análise visual é possível detectar se há blocos instáveis, fendas recentes não conhecidas", disse, garantindo que após a avaliação das condições de risco "serão tomadas as medidas adequadas para salvaguardar a integridade dos banhistas". A solução pode passar pela colocação de barreiras físicas, pela remoção ou desmonte de rochas instáveis ou mesmo pela interdição parcial ou total de algumas praias, caso o risco seja elevado.
Jornal de Notícias 26.08.2009

Como é habitual, perante o desastre, uma miríade de organismos públicos saem do seu torpor e começam a funcionar como baratas tontas. Acabam quase sempre por encontrar soluções absurdas, pretensamente eficazes, para banir definitivamente todo e qualquer risco que os cidadãos possam correr mesmo que se comportem como verdadeiros irresponsáveis.

É altamente duvidoso que se possa, num país com uma costa enorme, detectar onde e quando a próxima rocha vai tombar. Por isso os burocratas, para não correrem eles próprios o risco de ser responsabilizados, vão dedicar os próximos anos a vedar praias e a rebentar preventivamente com a paisagem. À incapacidade da ciência responderá a arbitrariedade do desenrasca.

Mas então, pela mesma ordem de ideias, perante a derrocada cada vez mais provável do regime, teríamos era que encerrar o país.

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Tuesday, August 25, 2009

Elvis Oitavo


A televisão dotada de um apreciável pacote TV Cabo a que tenho tido acesso nos últimos dias foi sintonizada com tamanha anarquia (a SIC é o canal 17, o Hollywood é o 4, etc.) que as probabilidades de encontrar qualquer coisa decente num zapping fortuito são tão desoladas como as odds da lotaria italiana. Tanto quanto pude perceber, acabei de perder uma transmissão do Tootsie (um dos melhores guiões cómicos de sempre, eu um dia explico) para ficar a ver os últimos 25 minutos do que suponho ser uma mini-série sobre a vida de Elvis Presley, em que o papel de Elvis é representado por Jonathan Rhys Meyers, um buraco negro de carisma que consegue sugar qualquer vestígio de qualidade que passe nas suas imediações para um funil cósmico.
Elvis representa a experiência quintessencial do século XX sobre fenómenos de sucesso global: uma alteração cultural geológica efectuada a cem à hora e condensada em poucos anos. O processo já é suficientemente transtornante. Condensá-lo nas poucas horas de uma mini-série é transtornante ao quadrado. Condensar essa experiência nos últimos 25 minutos de uma mini-série pode ser conducente à catalepsia. A primeira coisa que eu vi foi Elvis a disparar uma arma contra um jornal. Depois vi Elvis a comprar um carro. Depois vi Elvis a perguntar ao seu cabeleireiro Larry "O que é a verdade, Larry?". Depois vi Elvis a dizer a um grupo de amigos que Deus existe. Depois vi Elvis à procura de comprimidos ("Devem estar na casa-de-banho. Vou lá!") Depois vi Elvis a ter um filho, e a garantir a Priscilla que não gostava de ir para a cama com gajas que já tivessem tido filhos.
Um célebre momento da sua biografia é recriado (com intrigantes e desnecessárias alterações, mas vá lá). Durantes as preparações para o '68 Comeback Special, o produtor Steve Binder, ao ver Elvis rodeado com um pequeno exército de guarda-costas e penduras, apostou que ele seria capaz de sair à rua sem protecção, porque ninguém o reconheceria. A mini-série mostra um estupefacto Elvis a percorrer Sunset Boulevard perante a indiferença geral de uma multidão de hippies, sintonizados numa onda alternativa. A história é boa (e melhor contada aqui), mas há que colocar a hipótese de a multidão de hippies se ter limitado a pensar que não valia a pena arrancar os cabelos e entrar em parafuso só porque estava ali a passar o Jonathan Rhys-Meyers
Rhys Meyers já tinha interpretado o papel de Henrique VIII como se Henrique VIII fosse o Joaquin Phoenix, e agora interpretou o papel de Elvis Presley como se o Rei do Rock fosse um Robbie Williams anoréxico e atarantado, a estremecer no palco à espera que os restantes Take That se materializem à sua volta. Se Elvis tivesse aquele aspecto, francamente, nunca teria sido Elvis: teria sido apenas Jonathan Rhys-Meyers.
(Interlúdio homoerótico: o rosto de Elvis não correspondia rigorosamente às noções clássicas de beleza masculina. Na verdade pode dizer-se que Elvis, juntamente com Brando, inventou as noções modernas de beleza masculina. Elvis tinha o rosto de uma estátua grega injectada com colagénio e depois esmurrada repetidamente em todos os sítios certos. O rosto de Rhys-Meyers não é clássico, nem moderno, nem sequer pós-moderno. É apático. Não se passa nada. Tem aquele ar permanentemente espantado, com boquinha indignada, e sobrancelhas vegetarianas, de quem abre o frigorífico a meio da noite para descobrir que se acabaram os espargos. Fim de interlúdio homoerótico).
A última sequência mostra um Elvis VIII sozinho no palco com um backdrop de néon, vestido de branco, com a poupa já na sua fase agnóstica, os ombros a tremer, os olhos esbugalhados, a balbuciar o «If I Can Dream» como se fosse o Demis Roussos. Só que o Demis Roussos não teria feito pior. O Dustin Hoffman vestido de Dorothy não teria feito pior. Eu próprio, mesmo tendo de me levantar às 9:10 para ir jogar ténis de praia, não teria feito pior.

Correntes!

Recebi nas últimas semanas, pela minha saúde, três mails diferentes de três pessoas que não conheço a perguntarem-me a minha opinião sobre aquilo do ponto de exclamação. As coisas chegaram mesmo a este ponto? Três mails de três pessoas que, tanto quanto sei, nem sequer têm blogues (estamos em 2009, por amor de Deus). Se me vão enviar mails, sugiro que seja com apostas sobre a próxima jornada. Mas era preferível abrirem um blogue e mandarem-me correntes - como aquela corrente dos 15 filmes na qual ainda ninguém teve a decência de me incluir.
Quanto ao ponto de exclamação, a verdade é que tentei, na altura própria, emitir a minha opinião, mas acabei sempre por perder os sentidos e desmaiar em cima do computador, o que fez com que minha empregada moldava tivesse de me vir acordar ao nascer do sol, descolando-me a cabeça do teclado com o cabo do espanador. As minhas perdas de consciência costumam ocorrer com timing perfeito, e é evidente que a polémica foi tão escandalosamente artificial que só pessoas extremamente com blogue a poderiam levar a sério. Ainda por cima está tudo facilitado - esta é daquelas em que basta um único exemplo contrário para embaraçar a oposição. O Portnoy's Complaint deve ter aproximadamente trezentos e noventa pontos de exclamação e não há um único que possa ser retirado sem tornar o livro pior. De resto, creio que a proposta de banir o uso de uma convenção gráfica por causa da minoria que a abusa é tão absurda que se refuta a si própria. Seria como banir o uso de gravatas apenas porque alguns excêntricos a gostam de usar virada para as costas, ou dentro das calças, enrolada à volta do Portnoy. Se todas as discordâncias retóricas fossem tão fáceis de resolver, nunca teria havido necessidade de inventar o diálogo socrático, o argumento crítico sofisticado, ou o Pacheco Pereira. É evidente que há maus escritores que usam mal o ponto de exclamação; mas é altamente provável que os que o fazem também usem mal as reticências, a vírgula, a metáfora, e a cabeça. Nas imediações de um ponto de exclamação abusivo há sempre delinquências tão ou mais relevantes a serem cometidas. E isto acaba por dizer mais sobre as pessoas que quiseram levar a arma do crime a tribunal - não como prova, mas como réu - do que sobre os esporádicos infractores. Se num mau livro, ou numa passagem particularmente má de um mau livro, o maior defeito que o equipamento estético do leitor consegue detectar é um ponto de exclamação mal posicionado tacticamente, então o leitor é tão superficial quanto o escritor que está a tentar denunciar. Três mails sobre isto, três, numa altura em que eu tenho de me levantar às 9:10 da manhã para ir jogar ténis de praia.

China já é o maior exportador mundial

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A China já é a maior exportadora mundial, ultrapassando a Alemanha no conjunto dos primeiros seis meses deste ano, de acordo com dados da Organização Mundial do Comércio, em Genebra.Nos primeiros seis meses deste ano, a China exportou produtos no valor de 3,643 mil milhões de euros, contra 3,642 mil milhões de euros da Alemanha.
Os EUA completam o pódio dos países mais exportadores.
Em Agosto, a China exportou 778 milhões, contra 773 milhões da Alemanha. Depois de ter ultrapassado os norte-americanos no princípio do ano, subindo ao segundo lugar no ranking dos países exportadores, a China ultrapassa agora os alemães pela primeira vez.
A Organização Mundial do Comércio considera que o comércio mundial parou de cair e já dá sinais de recuperação, sendo a maior dúvida qual o cenário da retoma (uma subida pronunciada ou uma fase de crescimento lento) da economia mundial.
A crise, aliás, é apontada como a principal razão para a supremacia chinesa.
Nos últimos anos, a economia alemã tem assente o seu crescimento nas exportações, que diminuiu por causa da crise mundial.
Apesar da retoma nas exportações, mais visível a partir do segundo trimestre deste ano, a OMC mantém a previsão que aponta para uma redução de 10% no fluxo do comércio mundial este ano.

OJE 25.08.2009

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Assim o Dote quase não Come

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Durante anos temos lamentado que muitos restaurantes portugueses, apesar da excelência da comida, não se preocupem minimamente em criar um ambiente agradável para quem os frequenta. Agora, para mal dos nossos pecados, começa a verificar-se o inverso: casas cheias de design, com projecção mediática, que quando chega a hora de servir a comida nos desiludem completamente.
É o caso do Torricado, na Praça do Campo Pequeno, e da Leitaria Gourmet na Alamenda dos Oceanos.


Fomos levados ao engano por destaques na Revista Visão que tinha o desplante de titular "Comidinha Caseira" para nos atrair à tal Leitaria. Quando lá chegámos verificámos que é um daqueles sítios onde se come apenas para sobreviver, sem pinta de graça e muito menos caseira.

No Torricado, a cuja comida a Visão atribui a nota máxima, fomos brindados com pratos cheios de pretensões que o famoso chefe Suspiro deve ter ensinado, à pressão, a um aprendiz pouco talentoso. Nada é como devia ser (por exemplo as migas) mas a alternativa "criativa" deixa muito a desejar quando comparada com a grande cozinha tradicional portuguesa que tenta recriar (o pão do torricado era difícil de cortar quanto mais de mastigar).

Claro que em ambos os casos há muito design, sofás ao ar livre, modernices que talvez satisfaçam a rapaziada dos escritórios, que cresceu de hamburger em hamburger, e a quem faltam referências gastronómicas para basear uma comparação.

Muita parra e pouca uva. Aqui fica o aviso à navegação.

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Saturday, August 22, 2009

Efeméride 2 - 10 anos de Blogger

Parabéns à plataforma que nos alberga.

Alianças

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Recentemente Ferro Rodrigues fez declarações acerca das alianças pós-eleitorais do PS. Dada a importância do tema é de lamentar que Ferro Rodrigues tenha admitido quase todas as hipóteses (só excluiu o CDS) como se a única coisa importante fosse assegurar a manutenção das cadeiras do poder.
Realmente desta vez, nas eleições de Setembro, os programas parecem ter pouca importância. O que verdadeiramente interessa é como, e com quem, cada partido espera ter condições para governar.
Os programas de nada valem se, depois de apurados os resultados, não houver sustentação para os executar ou se, por necessidade, se fizer uma aliança pós-eleitoral que os desvirtue significativamente.
Mas quem vota num partido tem que saber o que vão fazer com o seu voto. Não pode estar sujeito a presenciar, impotente, a alianças oportunistas e arranjos de ocasião.
O caso do PS é o mais problemático devido à posição central que ocupa no espectro partidário. Quem votar no PS tem que saber se eventualmente está a contribuir para um governo do "bloco central" ou para um governo de esquerda influenciado pelo BE ou PCP.
Enquanto a alianças não forem claras antes da votação qualquer aliança pós-eleitoral carece de suporte democrático e pode mesmo constituir um grave embuste político.
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Friday, August 21, 2009

Efeméride 1 - o Raul morreu há 20 anos atrás

O "concorrente"

Entendo que as grandes superfícies de comércio alimentar precisem de propaganda televisiva para terem visibilidade (o saudoso Carrefour deveria ter apostado mais nisso). Entendo menos a propaganda que visa somente denegrir o concorrente (que foi inaugurada pelo Pingo Doce e seguida pelo Jumbo). Nisso o Minipreço é exemplar. Lamento que o LiDL a siga. E não compreendo esta sanha contra o Continente (de que eu estou longe de ser fã, como é sabido), quando o principal concorrente do LiDL nem é o hipermercado da Sonae.

Wednesday, August 19, 2009

António Brotas sobre o ensino da medicina

Leio hoje em título, na primeira página do DN, a notícia de que 40 médicos cubanos vão ser contratados para cobrir a falta de médicos em Portugal.

É sabido que Cuba tem dado no campo da saúde uma significativa ajuda a países que estão ainda hoje numa situação de atraso, mas que começam, muito rapidamente, a deixar para trás a situação de países em via de desenvolvimento.

A decisão de contratar médicos cubanos é, possivelmente, neste momento, uma decisão acertada, mas a população portuguesa tem o direito de ser informada dos antecedentes que fazem com que hoje sejamos, provavelmente, o único país da Europa a precisar do auxílio cubano.

Em 1973, numa altura em que não havia números clausus no acesso ao Ensino Superior, entraram nas Faculdades de Medicina portuguesas cerca de 4000 estudantes. Este número tinha vindo a crescer vertiginosamente desde 1970. O regime, que precisava de médicos para a guerra em África, não se preocupou muito com o assunto porque é relativamente simples assegurar nas faculdades o ensino dos três primeiros anos de medicina. O problema é depois, com o ensino hospitalar no 4º ano. À medida que aumentava o número de alunos nos primeiros anos, o número de chumbos em Anatomia diminuía e, assim, o número de alunos no 4º ano de medicina em Outubro de 1974 aproximava-se dos 4000.

Este foi o problema de mais difícil e que nos exigiu mais trabalho, ao Secretário de Estado do Ensino Superior, Avelãs Nunes, que me antecedeu em 1974-75, e a mim próprio em 1975-76. Mas havia, sobretudo, que cuidar do futuro. Avelãs Nunes tomou a decisão de que em 1975 não haveria inscrições no primeiro ano de Medicina, mas num
tronco comum a vários cursos, entre eles o de Medicina, com a duração de um ou dois anos consoante a vontade das faculdades.

Assim, em Outubro de 1975, inscreveram-se neste tronco comum 4.500 estudantes, dos quais cerca de 1.200 na Universidade do Porto. A Faculdade de Medicina do Porto fez-me saber que queria um tronco comum só com um ano, e que no ano seguinte só aceitaria 300 alunos em medicina. A Secretaria de Estado do Ensino Superior teve, assim, no curto espaço de 10 meses, de activar a entrada em funcionamento de uma nova escola de medicina, o Instituto Abel Salazar, de criar de raiz uma Escola de Medicina Dentária, de criar um curso de Nutricionismo e de reorganizar o ensino da Educação Física no Porto. No ano seguinte, dos 1.200 inicialmente inscritos no Porto tronco comum, entraram em medicina, após negociação com a faculdade, 350. Em Lisboa, a faculdade preferiu um tronco comum com dois anos, e no ano seguinte deixou entrar todos em medicina.

Mas havia que pensar no futuro. Se eu não tomasse não tomasse nenhuma decisão, em Outubro de 1976, inscreviam-se de novo 4.500 estudantes no tronco comum. Fixei por isso, por despacho, no final do meu mandato como Secretário de Estado, creio que em Julho, em 1600 o número de estudantes a admitir em Outubro no tronco comum repartidos pelas várias Universidades. Pensei que destes, cerca de 800 viriam a seguir medicina.

O que sucedeu foi que, nas duas décadas seguintes, as faculdades de medicina desceram este número a cerca de 400. É este cavado entre o número de 800, que deveria subir lentamente, e os 400 efectivamente entrados, que nos obriga hoje a recorrer aos médicos cubanos.

Hoje, vejo os Reitores de muitas Universidades acordar para este problema e todos a exigir a sua faculdadezinha de medicina. Quando fui Secretário de Estado do Ensino Superior, reunia-me uma vez por mês, em diferentes cidades do país, com todos as escolas. Sempre pensei que, depois, seriam criados órgãos horizontais, que reunissem todas as escolas de Medicina, todas as escolas de Agricultura, todas as Escolas de Engenharia.... Seriam estes órgãos que dariam ao Ministério uma visão de conjunto e o aconselhariam sobre o que haveria a fazer. Agora, obviamente, com o concurso dos Partidos e da Assembleia da República.

Para terminar desejo dizer que o tronco comum instituído pelo Avelãs Nunes, em 1975, é o que hoje usa a França. É muito, provavelmente, o que permite uma melhor escolha dos futuros médicos, pois permite às faculdades influenciarem esta escolha e não ficarem unicamente obrigadas a receber os alunos seleccionados pelas notas altas
obtidas no Secundário.

Penso que a população portuguesa tem o direito de ser informada destes assuntos que dizem respeito não unicamente ao seu passado, mas também ao seu futuro.

António Brotas

No Dia Mundial da Fotografia



Hoje é o “Dia Mundial da Fotografia” e, também por isso, retomo o texto “Uma imagem ou mil palavras?” com que, semanas atrás, confrontei as imagens e os textos.

Como disse então, esquecemos demasiadas vezes que as imagens nos acompanham desde que nascemos e que ninguém nos ensina a ver. Nessa fase não conseguimos comunicar seja com quem for e a nossa principal forma de aprender é vendo.
Orientamo-nos no mundo pelas imagens e pelos sons “naturais”. Como não há textos “naturais” só mais tarde, lentamente, começamos a coleccionar e agrupar palavras.

Pode dizer-se que uma coisa é ver o mundo e outra, bem diferente, é apreciar imagens que outros homens fizeram expressamente para que as víssemos, como é o caso da fotografia. Tentemos então compreender o que há de diferente no olhar de quem observa a fotografia começando por analisar o olhar de quem faz a fotografia.

O visor da câmara é um orifício por onde se espreita o mundo que todos partilhamos mas serve também para, desse mundo, escolher um pedaço (seleccionar uma parte do todo é uma das operações mais basilares na formação do conhecimento).

O que nos move na fotografia é essencialmente a curiosidade. Porque é que o fotógrafo escolheu isto? o que é que ele viu de interessante nisto? o que é que havia para além disto?

Nós até podemos saber para que parte do nosso mundo comum o fotógrafo “olhou” mas não sabemos o que ele realmente viu. A fotografia é uma espécie de certidão em que o fotógrafo diz: “quando olhei para ali o que eu vi foi isto”. E nós comparamos o que ele viu com o que nós próprios vimos ou imaginámos.
O jogo pode terminar aqui ou, se quisermos, complicar-se com a pergunta: e quem nos garante que o fotógrafo vê na fotografia que produziu o mesmo que os seus observadores?

As imagens “naturais” estão em pemanente transformação mas as imagens produzidas pelo homem são imutáveis (excepto no que toca à degradação do suporte material de que estão feitas). Por isso a observação das fotografias é sempre o regresso ao que já passou, uma repetição que nos pode dar prazer mas que não passa de uma repetição.

A explosão da publicidade no espaço público tornou penosa essa repetição, porque involuntária, e transformou de forma irremediável a relação das pessoas com a fotografia. Hoje o nosso olhar está marcado pela estética, pela opulência e pelas dimensões dos painéis publicitários, quase sempre de autor desconhecido.
O pior de tudo é que eles insinuam a coincidência entre imagem e mercadoria tornando a fotografia algo que, desconfiamos, está sempre a tentar vender-nos alguma coisa.

Num outro plano o fotojornalismo, omnipresente na comunicação social, conduziu o gosto do público para a necessidade de encontrar no objecto fotográfico o excepcional, o sensacional ou a catástrofe.

A publicidade e o fotojornalismo balizam portanto a fotografia e delimitam, por exclusão de partes, o que resta para os “artistas”. A fotografia como arte refugia-se em espaços codificados e procura as técnicas e as estéticas que não foram invadidas e que ainda permitem alguma diferenciação.

Como se este confinamento não bastasse sobreveio a enxurrada digital e os seus biliões de fotografias de férias ou de viagem. Mas isso não significa apenas que nas férias as pessoas têm mais disponibilidade para fotografar.

O grande Steve McCurry disse qualquer coisa como: “Quando alguém me pergunta como se pode tornar fotógrafo eu quase nunca menciono câmaras, lentes, ou técnicas. Digo: se quer tornar-se fotógrafo saia de casa, vá tão longe quanto puder. Torne-se um estrangeiro em terra estranha.”

Há realmente um nível, artístico, na nossa relação com as imagens que está por baixo da nossa inserção social, que tem muito de instintivo e intuitivo, e que se exprime melhor quando estamos em locais onde não sabemos identificar os códigos culturais que nos rodeiam.

Apesar dos esforços dos especialistas para nos explicar e contextualizar as grandes fotografias todos nós sabemos que a verdadeira razão das nossas preferências não tem explicação textual. Tal como não precisamos de saber contraponto, ou o significado histórico do barroco, para amar a música de Bach.
Façamos pois da fotografia uma enorme e exótica viagem.
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Tuesday, August 18, 2009

Que fazer? (as questões palpitantes do nosso movimento)

Bom dia. É uma da tarde. Creio estar a cingir-me aos factos quando digo que é terça-feira. Estou prestes a deitar-me. Escrevo estas linhas na cidade de L. no ano de 20__ enquanto saboreio gressinos torinesi besuntados com maionese do Lidl. Estão 25 graus, e o gentil leitor enverga significativamente mais cuecas do que eu. Não pego no livro do Pynchon há dez horas e meia, embora, no mesmo período de tempo, tenha lido na íntegra os quarenta e sete textos linkados ontem pelo Bookforum. A não ser que o conhecimento de uma estrada em Malta que liga Zebbug e Mdina me venha um dia a safar de uma situação delicada com, hipoteticamente, ciganos, não me lembro de ter aprendido nada de relevante. O meu esquentador faz um barulho esquisito, mas é provável que ele pense o mesmo de mim. Já emigrei por muito menos. Faltam pouco mais de seis horas para o Sporting entrar em campo contra a Fiorentina, uma equipa italiana da classe média-alta. Ao longo da sua história, várias equipas do Sporting, em diferentes e variadíssimos estados de consciência, foram tranquilamente eliminados de provas onde não deviam ter entrado por equipas italianas da classe média-alta, imunes ao desenvolvimento político das forças produtivas. Esta eliminatória não vai ser excepção. Não vejo qualquer hipótese de a Fiorentina não conseguir vencer o Sporting. Na verdade, a única hipótese de o Sporting não perder esta eliminatória de uma forma catastrófica seria artilhar uma exibição de tão confrangedora incompetência que a Fiorentina se sinta embaraçada por estar a praticar aquilo que é, essencialmente, a mesma modalidade desportiva, e se torne transigente, permissiva, decadente, antes de nos fazer o mesmo que o Mr. Miyagi faz ao Kreese no princípio de Karate Kid II: apertar-nos o nariz em amável galhofa, em vez de nos transferir o septo para o hipotálamo, pagando a respectiva cláusula de rescisão.
E contudo, há pessoas felizes. Alguns amigos e conhecidos sportinguistas, nem todos psicopatas, apresentam um transtornante optimismo nas suas esporádicas interacções comigo. Não percebo. Alguns falam de tácticas, mas também não percebo. Vi o Nacional-Sporting do primeiro ao último minuto e não percebi. Passei os primeiros minutos a tentar identificar o sistema táctico utilizado pelo Sporting (na companhia de pelo menos cinco dos jogadores titulares). O Bruno Sena Martins ("Paulo Bento ensaiou uma alteração táctica de molde a converter o losango (4-4-2) num 4-2-3-1.") quer convencer o país de que percebeu tudo, mas eu tenho as minhas dúvidas. Aceito aquele '4' inicial, mas rejeito enfaticamente todos os algarismos subsequentes. Eu não sei o que se passou em campo no Sábado à noite e duvido que alguém saiba. O sistema táctico do Sporting 2009/2010 é mais instável do que um mapa interactivo da Polónia. O cosmos deu uma volta tão grande que o enredo de um livro do Pynchon é mais fácil de seguir do que o sistema táctico do Sporting. Isto é particularmente doloroso para mim. Desde pequenino que consigo identificar o mais dedáleo sistema táctico em dois minutos de televisionamento. Desta vez, ao fim de vinte minutos tive de ir buscar papel e lápis. A última vez que tinha ido buscar papel e lápis foi em 1994, ao ver a selecção da Bulgária no Mundial dos Estados Unidos. Qualquer conversa de losangos e triângulos nesta fase dos acontecimentos é um insulto, não apenas a Euclides e Hipócrates de Quíos, como a mim e à minha pobre mãe, que está cheia de saudades minhas.
O que é o que o Miguel Veloso tentou fazer na primeira parte do jogo? Ninguém sabe. Qualquer pessoa que diga que sabe está a mentir. O Miguel Veloso por quem me apaixonei na sua estreia contra o Inter em 2006 tinha a missão de receber a bola à frente da defesa, rodopiar duas vezes para cada lado, e depois telegrafar a bola a uma pessoa com um projecto de vida sensivelmente parecido com o seu. O Miguel Veloso de Sábado estava, nas palavras de um optimista comentador da TSF, "descaído sobre a meia-esquerda", encarando cada lance que se desenrolava à sua volta com a mesma perplexidade com que Hamlet encarava o fantasma do pai. Sem um jogador à frente da defesa que possa interromper a potencialmente infinita troca de bola entre os dois centrais mais nervosos da história do futebol, a chamemos-lhe "construção de jogo" do Sporting passa agora por Abel - o mesmo Abel que consegue receber a bola a cinco metros da linha de meio-campo, e sem um único adversário num raio de dez, com a mesma serenidade de um guarda-redes a receber um atraso com os pés pressionado pelo Romário. Algures mais lá para a frente, o João Moutinho que se parece cada vez menos com o João Moutinho e cada vez mais com o Bob Geldof em 1985, anda de um lado para o outro a tentar furiosamente alimentar a África inteira com duas barras de nougat. O Djaló, que numa encarnação anterior deve ter chegado de avião à Fantasy Island e pedido ao Ricardo Montalban para ser extremo-direito, recebe a bola com a canela junto à linha lateral, simula uma breve lesão osteocondral em frente ao lateral contrário, corre três metros para a frente e efectua um passe em profundidade para um dos jogadores prestes a fazer exercícios de aquecimento. O Postiga, cuja missão em campo me parece agora consistir em recuperar a bola quando o Sporting tem a bola, e manter a bola quando o Sporting não tem a bola, passou grande parte do jogo a pressionar adversários imaginários perto de uma bandeirola de canto imaginária. O Rochemback. O Rochemback continua a ser um excelente futebolista e gostaria que a SAD efectuasse um esforço financeiro no sentido de comprar o seu passe a Satanás. Gosto muito muito do André Marques, que tem duas das qualidades essenciais num lateral moderno: quando a bola é cruzada da faixa oposta consegue não sofrer um súbito aneurisma cerebral; e quando tem a bola aos seus pés esforça-se activamente por endossá-la a alguém que apresente notórias semelhanças físicas com um colega de equipa. O Daniel Carriço também me agrada muito. Assumo que tenha recebido a rigorosa educação que a Academia reserva para os defesas-centrais. Os defesas-centrais de um clube grande, dizem os docentes, passam 75% do jogo sem nada para fazer, portanto a sua virtude essencial deve ser a concentração. Infelizmente, depois de uma época a titular, a concentração é a única qualidade do Daniel Carriço impossível de avaliar. O Daniel Carriço passa o jogo inteiro a acudir a emergências, e deve chegar ao final dos noventa minutos numa pilha de nervos, com vontade de ir percorrer a estrada entre Zebbug e Mdina à procura de uma prostituta para assassinar. A minha vida, basicamente, acabou. Mas quero que sejam felizes quando eu já cá não estiver, porque a existência é uma dádiva e não devemos desperdiçá-la.

Americanos buscam empregos na China para fugir da recessão

Sinais dos tempos...


"Xangai e Pequim estão se tornando terras promissoras para recém-formados americanos que enfrentam o desemprego que se aproxima de dígitos duplos nos Estados Unidos.
Mesmo aqueles com pouco ou nenhum conhecimento de chinês estão atendendo ao chamado. Eles são atraídos pelo crescimento econômico da China, o custo de vida inferior e a chance de evitar a necessidade de adquirir experiência da maneira mais difícil, comum nos primeiros empregos nos Estados Unidos." (ler o resto aqui)
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Monday, August 17, 2009

Inimigos públicos

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Os "Inimigos públicos" são aqueles que não se adaptam ao sistema, os que falham na industrialização do crime e insistem no artesanato e na improvisação. Os que se tornam um impecilho para o verdadeiro crime e para as suas tecnologias.

Johnny Depp é um John Dillinger soberbo, ao mesmo tempo frio e sonhador, para quem viver é apenas adiar a morte desafiada. "Public Enemies" é um excelente filme de Michael Mann.
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Depois dos amigos do Bonifácio, os amigos do Moita de Deus

Sobre o fait-divers que tem vindo a ocupar a silly season (desculpem os estrangeirismos): depois de apontar tão bem as contradições da direita, não percebo que haja quem seja contra a aplicação das leis da república. É isso que distingue a república, e torna a monarquia inaceitável: na primeira, não há (em teoria) cidadãos privilegiados, e as leis são as mesmas para todos. A menos que não se concorde com as leis da república (ou por puro amiguismo). Era bom que se esclarecesse este ponto de vista. Ler o Ricardo Alves.

(Nota: embora não o conheça pessoalmente, tenho grande simpatia pelo Rodrigo Moita de Deus (um excelente blóguer), que já me ofereceu a sua solidariedade em “casos” da blogosfera. Infelizmente, e desde que se cumpra sempre a lei, não lhe posso oferecer a minha neste caso. Apesar de tudo, bem mais sério do que puro html.)

Saturday, August 15, 2009

Sistema táctico do Sporting Clube de Portugal 2009/10


PS mete o avô e a criança no mesmo saco


Público
14.08.2009

O PS lançou ontem o primeiro de quatro números do jornal de campanha eleitoral às legislativas, que pretende de "fácil leitura", para "o avô e a criança", e que será distribuído nas cidades e praias.
Em conferência de imprensa na sede do PS, o director do jornal, Ascenso Simões, secretário de Estado das Florestas, disse que o jornal foi pensado para ser "simples e de fácil leitura", e que "serve para o avô e serve para a criança".
No primeiro número do jornal Avançar Portugal, que teve uma tiragem de 200 mil exemplares, a "manchete" é uma entrevista ao coordenador do programa eleitoral do PS, António Vitorino. Para além de enumerar os objectivos do programa socialista, António Vitorino confessa que leva para férias um livro para aprender como se deve "adaptar à meia-idade". A imagem do primeiro-ministro e secretário-geral socialista, José Sócrates, aparece apenas na secção "descubra as diferenças". "Não é um jornal de risco ao meio, é tão inventivo que conseguimos transmitir a mensagem sem a leitura tradicional", afirmou Ascenso Simões.

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Trata-se do regresso à antiga máxima "a velhice é uma segunda infância" ?

O PS está desactualizado. Hoje, grande parte dos avós é gente activa e interveniente, capaz de ler um jornal para adultos. Um jornal normal.

Eu, orgulhosamente avô, sinto-me ofendido por ser posto intelectualmente ao nível das crianças. Por isso acho que o PS acaba de dar um tiro no pé.

Ou será uma vingança contra o Vital Moreira, o "avô cantigas" das últimas europeias ?


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Friday, August 14, 2009

Vou amar esta pessoa o resto da minha vida

Sauncho now answered the phone in some agitation. "Doc! Have you got the tube on?"

''All's I get here's a three-minute call, Saunch, they've got me in Compton, and it's Bigfoot again."

"Yeah well, I'm watching cartoons here, okay? and this Donald Duck one is really been freaking me out?" Sauncho didn't have that many people in his life to talk to and had always had Doc figured for an easy mark.

"You have a pen, Saunch? Here's the processing number, prepare to copy—" Doc started reading him the number, real slowly.

"It's like Donald and Goofy, right, and they're out in a life raft, adrift at sea? for what looks like weeks? and what you start noticing after a while, in Donald's close-ups, is that he has this whisker stubble? like, growing out of his beak? You get the significance of that?"

"If I find a minute to think about it, Saunch, but meantime here comes Bigfoot and he's got that look, so if you could repeat the number back, OK, and—"

"We've always had this image of Donald Duck, we assume it's how he looks all the time in his normal life, but in fact he's always had to go in every day and shave his beak. The way I figure, it has to be Daisy. You know, which means, what other grooming demands is that chick laying on him, right?"

(Thomas Pynchon, Inherent Vice, p.28 - Vou andar tão feliz nos próximos tempos.)

A alucinação

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Em pleno Agosto revela-se subitamente no meu espírito a alucinação que nos persegue nesta frenética pré-campanha eleitoral.

O equívoco é o seguinte: discutimos como se estivessemos perante partidos revolucionários, de um lado, e reaccionários ou mesmo fascistas do outro. Mas quando analisamos com mais cuidado percebemos que todos os partidos dignos desse nome têm propostas vagamente sociais-democratas.

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Thursday, August 13, 2009

Este impensável mês de Agosto

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Descobri há poucos minutos, no programa "SIC ao Vivo", um nóvel artista que dá pelo nome de Élvio Santiago.
Certamente influenciado pelo choque tecnológico do governo brindou-me, e aos restantes "queridos telespectadores", com uma canção denominada "Vou-te bloquear no meu hi5". Élvio tem também uma interpretação notável do original brasileiro "Vou-te Excluir do Meu Orkut".
O filme que se segue preserva para a eternidade uma actuação transmitida pela RTP do alto da Serra da Estrela a qual, depois disso, fez finalmente jus ao nome que tem.




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Wednesday, August 12, 2009

Varanda do disparate

Quando fui para Paris li pela primeira vez o Sol, que era um dos títulos diponíveis para serem oferecidos aos passageiros. (Andar na TAP tem destas vantagens.) Encontrei esta crónica de Mário Ramires repleta de erros factuais. Apesar de eu subscrever a ideia base de que há que melhorar os transportes públicos, tal não pode ser desculpa para tudo.
Não é verdade que uma viagem de comboio entre Lisboa e Carcavelos custe 2,20 euros: tal inclui o preço do Cartão Lisboa Viva (50 cêntimos), que só é pago uma vez, é recarregável e dura um ano. A única coisa que eu acho estúpida neste cartão é o facto de ele só durar um ano (o meu andante do Porto tem três ou quatro anos e funciona lindamente). Mas não é verdade que se tenha que comprar um em cada viagem, como se parece concluir da crónica do referido senhor. Que também refere os preços "exorbitantes" dos transportes públicos em Lisboa, que é um outro disparate (sugeria-lhe que saísse um bocadinho e comparasse com os de outras cidades). Se o senhor está tão preocupado com os preços, já pensou no preço do jornal que escreve? Já pensou em quem desembolsa 2,50 euros (não é o meu caso) para ler semelhantes baboseiras?

Tuesday, August 11, 2009

Goldman Sachs revê em alta crescimento económico chinês



O Goldman Sachs reviu em alta as suas previsões para o crescimento económico chinês. O banco de investimento antecipa agora um crescimento de 9,4% devido ao "forte momentum" que o país vive e à forte possibilidade do Governo adiar uma política monetária mais restritiva.

As anteriores previsões do Goldman Sachs indicavam um crescimento de 8,3%. Agora, o banco antecipa uma subida de 9,4% este ano e de 11,9% em 2010.

"A China está próxima de um momento em que deve estar igualmente preocupada em restringir a política monetária demasiado tarde ou demasiado cedo", afirma o economista Michael Buchanan do Goldman Sachs. Os líderes políticos não vão tomar uma decisão demasiado cedo porque "permanecem muito cauteloso".

No segundo trimestre do ano, a economia chinesa cresceu 7,9% face ao mesmo período do ano passado, recuperando, assim, do mais fraco crescimento em quase uma década.

O Governo chinês definiu um crescimento de 8% como o nível mínimo para a economia conseguir criar postos de trabalho e preservar a estabilidade social.

Jornal de Negócios
10.08.2009

Sunday, August 9, 2009

Se isto é um "Blogue de Esquerda"

Mesmo não conhecendo de todo o processo de recrutamento, e apesar de reconhecer que a ideia por trás dele possa ter sido alguma reorientação mais próxima do PS, não me parece que a principal responsabilidade pelas escolhas para o novo "Blogue de Esquerda" (assim entre aspas) seja da administração da Sábado. O problema é que quem escolhe os novos membros não conhece muito mais para além do Eleven e, portanto, não consegue formar outro tipo de equipa. Até mete a ala direita do PSD. Mas a política é o menos, não é, cara Marta Rebelo?

(Ler o regressado Luís M. Jorge.)

O complexo Moviflor

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O DN de hoje anuncia a "AMPLOS - Associação de Mães e Pais pela Liberdade da Orientação Sexual", cuja missão é ajudar as famílias a sair do armário (esta coisa do armário, em tais quantidades, vai dar um enorme impulso à industria do mobiliário).
Impressionado por este movimento proponho também a "FALOS - Fundação de Avós pela Liberdade da Orientação Sexual" e ainda a "ABALOS - Associação dos Bisavós pela Absoluta Liberdade da Orientação Sexual".
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O mundo dentro do Google

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Dois triciclos com equipamentos de alta tecnologia percorrem as ruas da Cidade Luz, chamando a atenção de parisienses e turistas. Cada um deles leva um poste com nove câmeras, um GPS, um computador e um gerador e vai tirando fotos. O objetivo é acrescentar imagens tridimensionais de locais só acessíveis a pedestres nos mapas do serviço de vista de ruas (Street View) do Google.

Ver Mais

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Saturday, August 8, 2009

Raul Solnado (1929-2009)

Uma nova guerra do Solnado

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Há nos dias que correm uma radicalização do discurso político que é bastante artificial, que finge grandes diferenças e grandes opções onde elas não existem. Chega a ser ridículo.

À volta dos fait divers de cada dia montam-se guerras de palavras entre as praças fortes dos partidos na blogosfera. Quer se trate da "Joana bate pestana" ou do "Conselho Nacional de Ética", ou de qualquer outra irrelevância, fazem-se ofensas pessoais, invocam-se princípios sagrados e grita-se como se estivessem em causa os destinos do país.

Penso que quanto mais se grita mais se confirma o vazio e a incapacidade para confrontar verdadeiras propostas. Ou talvez as propostas não fizessem o estardalhaço mediático que se pretende.
Ganhariam todos muito em moderar o tom do discurso e em dedicar atenção aos problemas em vez dos ataques mútuos.

Adenda: só depois de ter escrito este post, com este título, é que eu soube da morte do grande actor. Uma coincidência incrível. Mantenho o título como homenagem a Raúl Solnado.

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Friday, August 7, 2009

A esquerda tem sempre que redistribuir

Embora concorde que a esquerda responsável tem que procurar criar riqueza, nisso se distinguindo da extrema esquerda, discordo do tom deste texto do João Galamba, que secundariza a redistribuição em relação à criação de riqueza. O papel histórico da esquerda sempre foi redistribuir. É o seu código genético. O PS (em quem eu vou votar em Setembro) tem de se distinguir à sua esquerda por ser capaz de gerar riqueza e à sua direita por a redistribuir. Uma esquerda que secundarize a redistribuição em pouco ou nada se distingue do centro e da direita.
O texto do João é pura "terceira via". A "terceira via" não está a ter um lindo fim. Respostas diferentes precisam-se.

Biciclete chique

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Da janela, vejo-os passar. Não se percebe de onde vêm, porque não há via para eles, nem direcção onde se vislumbre um espaço onde pudessem caber. Os ciclistas surgem como se alguém os tivesse colocado ali. Um autocarro que os depositasse, como os dos sindicatos que transportam manifestantes para onde eles são necessários, por encomenda. Mas quem traria os ciclistas? Quem ganharia alguma coisa com isso? Com mais vontade os expulsariam da cidade.
Eles vêm, contra tudo e todos. Às centenas, aos milhares, não se sabe de onde. Invadem a Baixa de Lisboa, a zona ribeirinha, do Parque das Nações a Belém. Na sua maioria, não usam bicicletas de cidade, mas de montanha, mais apropriadas para o tipo de terreno que encontram. Costumavam vir até ao Terreiro do Paço, por montes e vales. Ao longo do rio, desde a Expo, pela via portuária dos camiões, enchendo os pulmões de fumo, ou pelo Cais do Sodré, arriscando a vida no meio do trânsito, ou sei lá de onde, ou como. O importante era chegar ali, à grande praça plana e livre de trânsito.
Via-se que caprichavam no equipamento. Apostavam em bicicletas caras, em capacetes levíssimos, de marcas italianas, em calções e sapatilhas especiais, dispositivos de armazenamento de água próprios de ciclistas profissionais. Apesar de tudo, são os principiantes. Quem realmente me impressiona são os que já adoptaram um estilo pessoal. Que escolhem a bicicleta a condizer com o seu tipo físico e de indumentária, que usam não os acessórios mais caros da Sportzone, mas os adequados às suas necessidades, como um cestinho para as compras ou um atrelado para o bebé.
Lisboa ainda não é Amsterdão, mas já há ciclistas que cultivam o estilo. Para quem a bicicleta é um adereço integrado nos gestos quotidianos, um sinal de atitude, de status, de liberdade pessoal. Um símbolo social, tal como o carro é para grande parte das pessoas. A bicicleta também pode ser isso, com grande vantagem. Ao contrário do automóvel, em que, quanto maior é a sua exuberância, mais desaparecemos no seu interior, a bicicleta forma um todo com quem a monta. A sua escala é humana e por isso torna-se parte de nós, como acontece com um chapéu.
Uma bicicleta permite transformar todos os pequenos rituais que lhe estão ligados em gestos de charme, à vista de todos.
O desfile do "biciclete chique" chegava em grande ao Terreiro do Paço e era algo que merecia ser visto. Mas depois perdia a dignidade, porque não saía dali. Com todo aquele desperdício de material técnico-desportivo ou elegante, os ciclistas passavam o domingo às voltas à praça, porque não havia mais para onde ir. Bom, depois fecharam o Terreiro do Paço, para obras.
Os ciclistas não desistiram. São cada vez mais. Aos fins-de-semana, enchem Lisboa, como se nada fosse. Vejo-os da minha janela e não posso deixar de pensar que existe uma outra cidade, para além dos seus próprios limites físicos. Será que só da minha janela se percebe isto? As pessoas querem respirar, querem viver de outra maneira. Já o fazem e a cidade é cada vez mais um obstáculo.
Paulo Moura, Público 07.08.2009
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E se redescobrissem o campo ?
O Alentejo é imenso.
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Thursday, August 6, 2009

O “caso Bonifácio”: muita liberdade e nenhuma responsabilidade

Na blogosfera que eu li - vários blogues, da esquerda à direita – é a unanimidade nacional: a liberdade de opinião de João Bonifácio, enquanto crítico musical, é absoluta e indiscutível. João Bonifácio é intocável. Mesmo que Bonifácio, para criticar um concerto de um grupo que não gostava e a que não lhe apetecia ter assistido, se refira de uma forma de gosto muito duvidoso a esse grupo e aos adeptos de um clube de futebol. Uma vez mais, a blogosfera parece reduzida a um grupo de amigos que fazem do João Bonifácio a nova causa. Falo de pessoas por quem tenho consideração: aqui, aqui. E também aqui.
Ora bem: João Bonifácio é crítico. Ou seja, é jornalista. Ser jornalista é bem diferente de assinar uma coluna de opinião. Um jornalista tem que fazer trabalhos de que não gosta, como toda a gente. E, embora uma crítica (musical, de futebol, seja do que for) seja sempre subjectiva, parece-me evidente que um crítico, enquanto jornalista, não pode ter a mesma liberdade criativa que um colunista de opinião. Apesar de em ambos os casos os textos virem assinados, o que um crítico escreve vincula muito mais o jornal do que o que é escrito por um colunista. Quanto mais não seja porque um crítico é (ou deve ser) um assalariado do jornal, com um contrato de trabalho. Um colunista em geral não tem um contrato de trabalho com o jornal.
Se João Bonifácio quer ter a liberdade de expressão, e sobretudo se não quer ter a responsabilidade associada ao cargo de jornalista, tem bom remédio: que passe de jornalista a colunista. Peça ao Público para lhe alterarem o contrato de trabalho. Se não perceber bem a diferença entre um colunista e um jornalista, pergunte ao João Miguel Tavares a diferença.

Wednesday, August 5, 2009

A ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai

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Na China não parece haver polémica sobre as "grandes obras". Preparam-se para construir mais de 30 quilómetros de ponte ligando Hong Kong, Macau e Zhuhai.

A obra deverá iniciar-se no dia em que se comemoram os dez anos da transferência de administração de Macau de Portugal para a China. Podiam convidar o José Sócrates e a Manuela Ferreira Leite para lançar a primeira pedra (um ao outro).

(ver aqui)

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Impossível não recordar Alkmaar

Tuesday, August 4, 2009

Rue de la Tombe Issoire




Por razões pessoais, sentimentais, esta é a minha rua favorita de Paris. Nunca aqui morei (morava no Bd. Jourdan, como todos os residentes da Cité Universitaire), mas era a rua onde eu mais andava (e mais gostava de andar) de bicicleta (e as ruas que se lhe seguiam, quando se saía do 14ème: a do Fb. St. Jacques e de St. Jacques, todas elas parte do Caminho de Santiago de Compostela). Seguia nela sempre que me dirigia ao centro ou regressava a casa. Nomeadamente, para os seminários no Instituto Poincaré.
Gostava tanto desta rua, o símbolo da "minha" Paris, que pensei mesmo em criar um blogue com o seu nome. Não podia deixar de lá passar, neste meu regresso à cidade-luz. E encontro uma surpresa - uma escultura de um gigante, pendurada na escola primária. Associada a essa escultura, a explicação da mesma - e do nome da rua, algo que sempre me intrigara. E que muito me surpreendeu. Então não é que "Issoire" era um português (na altura em que Portugal estava sob domínio mouro), de Coimbra? Diz a lenda que este português tinha "a altura de três homens" e se dedicava a atacar (e matar) peregrinos do Caminho de Santiago, na cidade de Orleães. A certa altura, Issoire dirigia-se a Paris, com o objectivo de a conquistar. Morreu decapitado num combate com Guilherme d'Orange. Como Issoire era demasiado grande e pesado para que pudesse ser transportado, a população decidiu enterrá-lo no local onde ele morreu. Este local é, hoje, a Rue de la Tombe Issoire!
Nunca esperei que esta rua estivesse associada ao túmulo de um português!
Para mais informações vejam aqui, aqui, aqui e aqui, de onde vêm as fotos.

Monday, August 3, 2009

A salvação da GM na China

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Apresentação em Xangai

SÃO PAULO - A General Motors informou que suas vendas na China saltaram 77,7% em julho ante julho do ano passado, para 144.593 veículos, um recorde para o mês no segundo maior mercado da empresa. "Foi o melhor julho da GM China na história, estendendo uma série ininterrupta de vendas recordes para um mês iniciada em janeiro de 2009", disse a montadora em comunicado.
A China, que superou os EUA em janeiro como maior mercado automotivo do mundo em volume de vendas, tem representado um papel importante na recuperação da GM depois que a montadora saiu da concordata no mês passado. As vendas da GM na China de janeiro a julho aumentaram 42,8%, em comparação anual, para 959.035 veículos. Em junho, a GM vendeu 143.294 veículos na China.
O chefe da montadora na China, Kevin Wale, disse que espera que as vendas da companhia aumentem mais de 20% este ano, após crescimento de 6% no ano passado. A GM vendeu 1,1 milhão de veículos na China em 2008.
A GM fabrica veículos na China com dois parceiros em joint-ventures, a SAIC Motor Corp. e a Wuling Automobile Co. As informações são da Dow Jones.

Estadão.com.br - 03.08.2009
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Grandes Momentos da História da Legendagem

Num episódio do novo Knight Rider transmitido este fim-de-semana pela TVI, podia ler-se a dada altura mais ou menos isto: «Queres rimar como um Beastie Boy/ Mas só consegues rimar como o Toy». Não faço ideia do que foi dito no inglês de origem, mas duvido que tenha sido melhor.
Entretanto, já em pleno estágio de preparação para ler o novo coiso do Pynchon, decidi que esta semana apenas vou ouvir músicas do Roky Erickson. A decisão revelou-se, até ver, extremamente benéfica, senão mesmo inspirada. (Queria meter aqui o «Burn the Flames», mas não está no YouTube; esta ausência, sublinhe-se, é uma das situações mais embaraçosas em que já apanhei a internet).





Restaurante "franco-italiano"


Na verdade é bem português, como a bandeira indica. Mas em Paris (e em grande parte do resto do mundo) ser "português" continua a não "vender". É uma pena.

Saturday, August 1, 2009

A charada da governabilidade

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A Eurosondagem apresentou recentemente os resultados de um "barómetro" relativo às próximas legislativas, realizado nos dias 23 a 28 de Julho para a SIC/Expresso/Renascença.

Os resultados do barómetro foram:

PS - 33,0 %
PSD - 31,1 %
CDU - 9,4 %
BE - 10,0 %
CDS - 8,5 %
Como estamos na silly season resolvi corrigir as percentagens apuradas de acordo com o erro cometido pela mesma empresa (Eurosondagem) na sua última previsão feita nos dias 1 e 2 de Junho relativamente às europeias (dava então a vitória ao PS com 36% contra 31,9 do PSD).
Se a Eurosondagem estiver a cometer agora um erro idêntico os resultados em 27 de Setembro serão:

PS - 24.3 %
PSD - 30.9 %
CDU - 11.1 %
BE - 10.6 %
CDS - 11.7 %
Brancos, Nulos, Partidos sem representação - 11,4 %
(em Junho foram 12,04%)

Aqui fica esta "charada da governabilidade" para deslindar debaixo do toldo de praia.
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