"caros estudantes do técnico. até há poucos anos não se via ninguém do técnico de traje. perguntem a quem quiserem, nunca houve essa tradição, aliás nunca houve praticamente em toda a academia em lisboa."Pela minha experiência pessoal, um aluno em Lisboa que seja adepto da praxe não pode ser lisboeta. Nenhum aluno lisboeta se quer sujeitar a essas figuras; só os de fora de Lisboa. Daí o referido (e eloquente) “querer trazer” a praxe da província para Lisboa. (Os meus leitores de fora de Lisboa que são contra a praxe que me desculpem o “província”; uma boa definição de “provincianismo” é ser a favor da praxe, mas tal não significa necessariamente ser-se de fora de Lisboa. A implicação oposta talvez seja verdade.)
Não sei se tens noção (pelos vistos não) que toda a gente em Lisboa tem noção disso. E é precisamente por isso que todos nos empenhamos em trazer a tradição académica para Lisboa. Se tu julgas que isto é uma tradição "recém-inventada tradição", cópia da "rasquice alheia" e é a causa de o técnico ser "uma merda igual às outras", tenho pena de ti porque não percebes nada disto.
Mas há um pormenor importante: tipicamente um aluno de Lisboa, em Lisboa, não é deslocado, isto é, vive com os pais. Um aluno deslocado acabou de sair de casa e quer “emancipar-se”. Participar na praxe, seja para se submeter ou submeter os outros, pode ser visto como parte dessa “emancipação”. Seria necessário saber o comportamento dos alunos lisboetas deslocados fora de Lisboa, e eu não sei. Mas há outras razões para a minha desconfiança: pessoas que eu conheço e considero civilizadas, tendo estudado no Porto e em Coimbra nem por isso se furtaram a usarem o “traje académico”.Até prova em contrário, portanto, continuo convencido de que a praxe é mais uma manifestação da famigerada “regionalização”. Atente-se neste episódio digno do mais típico “espírito académico”.
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