Monday, October 8, 2007

Sweeney Todd - Tim Burton e o Teatro Aberto



As primeiras imagens do novo filme de Tim Burton, com estreia mundial marcada para 21 de Dezembro, já foram reveladas. Eis Johnny Depp como o barbeiro britânico que monta loja em Londres e que, com a ajuda macabra da sua vizinha, Mrs. Lovett, corta muito mais do que cabelo. "Sweeney Todd" é a adaptação de Burton do musical "Sweeney Todd - O Terrível Barbeiro de Fleet Street", de Stephen Sondheim, que recupera a história do homem que desde meados do século XIX povoou a literatura britânica.

Mito ou lenda, chegou a especular-se que Todd teria existido e que a sua história inspirara as várias personagens que habitam peças e romances sobre o barbeiro que acumula as suas funções com as de um assassino em série, que escolhe lâminas para cortar as gargantas das suas vítimas e depois as entregava à sua comparsa para que ela fizesse tartes com recheio ao gosto dos mais refinados canibais.

O musical de Sondheim, que também sobe ao palco do Teatro D. Maria II a 10 de Outubro, envolve Sweeney Todd numa trama mais complexa: ele é um barbeiro injustamente condenado ao degredo na Austrália, Benjamin Barker, e que regressa a Londres 15 anos depois, com nome falso, onde descobre que o juiz que o considerou culpado de um crime que não cometeu violou e assassinou a sua jovem mulher e filha. Vingança e sangue são os ingredientes que alimentam a sua vida a partir da terrível descoberta e vão temperar as tartes de Mrs. Lovett, recheadas com os restos dos clientes de Todd, com música à mistura.

É a sexta vez que Depp colabora com Tim Burton e a quarta que Helena Bonham Carter (Mrs. Lovett e, na vida real, também Mrs. Burton), participa em filmes com a marca Burton. Além dos protagonistas-fétiche de Burton, há também Alan Rickman e Sacha Baron Cohen (também conhecido como Borat ou Ali G) no rol de actores. A produção (uma colaboração DreamWorks-Warner) arrancou em Fevereiro e foi interrompida pouco depois devido à doença da filha de Depp, Lily Rose. As alterações de horários provocadas pelo imprevisto obrigaram a mais cortes do que os sofridos pelas vítimas do barbeiro vitoriano: Christopher Lee e outros actores tinham papéis garantidos na diáfana pele de narradores-fantasma, mas os papéis foram eliminados do guião.

Se a versão Burton de "Sweeney Todd" obriga a esperar pelo Natal, a experiência teatral do musical de Sondheim está mais perto em geografia e tempo. O Teatro Aberto e o D. Maria II apresentam, na Sala Azul do Teatro Aberto, em Lisboa, a sua versão, com encenação de João Lourenço e direcção musical do maestro João Paulo Santos. O "thriller" musical vai estar em cena de quarta a sábado às 21h30 e aos domingos às 16h, com Mário Redondo, Marco Alves dos Santos, Sílvia Filipe e Ana Ester Neves, José Corvelo, Carlos Guilherme, Carla Simões, Henrique Feist e Tiago Sepúlveda. Além dos actores, estarão em palco 12 bailarinos, um coro de 16 elementos e uma orquestra de dez elementos.

Público, Ípsilon, 5 de Outubro 2007


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