“Um dia compreendi que tinha de me oferecer ao Sagrado Coração e fiz esta oração: ‘Meu Jesus, se me anunciares a data em que vou ser libertada no decorrer do mês de Junho, que é o teu mês, serei toda tua...’ E foi no dia 27 de Junho que um comandante nos mandou preparar os sacos... Nessa altura, pensei: ‘Jesus cumpriu, estou a viver um milagre’”, disse ao jornal ‘Pélerin’ (Peregrino).
Quem vê e ouve Ingrid Betancourt fica sem dúvidas: a heroína que a França tem estado a aclamar como se o país tivesse repentinamente sido tocado por um qualquer encantamento atravessa uma intensa fase mística. Ingrid transmite a sua fé com uma verdadeira sinceridade e, quando fala em Deus, comove-se até às lágrimas. “Ela transformou-se num ícone da fé, da liberdade e da espiritualidade”, resumiu um editorialista do ‘Pélerin’.
Expresso, 12.07.2008
Desde que foi libertada, a 2 de Julho, Ingrid Betancourt tem multiplicado as entrevistas, nas quais apenas se recusa a falar sobre eventuais abusos sexuais que tenha sofrido. Até de futebol já falou. A franco-colombiana disse à revista Paris Match que "adorou a cabeçada de Zidane a Materazzi", na final do Mundial da Alemanha, e que se tivesse estado no lugar dele "tinha feito a mesma coisa". No acampamento da guerrilha, referiu, "havia os pró-Ingrid, ou seja, os pró-franceses, e os apoiantes da Itália", pelo que o jogo "deu problemas".
Diário de Notícias, 12.07.2008
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