A pequena capela onde se acoitava o ícone da N.ª S.ra do Monte, no Largo das Babosas, e onde casou basta sorte de madeirenses, foi literalmente varrida da praceta anexa à paragem terminal do teleférico. À razia sobreviveu a imagem figurando a N.ª S.ra do Monte, incólume perante as enxurradas que destruíram a singela construção, datada de 1904. Se o templo capitulou, a felicidade do acaso poupou o ícone de barro e sugeriu, na óptica do pároco local, Giselo Andrade, novo culto mariano. Moldado na lama assassina das montanhas madeirenses.
Jornal de Notícias, 25.02.2010
Não é possível evitar as analogias com o caso que envolve, há semanas, o nosso primeiro ministro. Também ele foi sujeito à razia das enxurradas de lama, também ele pode ser considerado um ícone de pés de barro, e também ele tem resistido milagrosamente a tudo isso.
Justifica-se portanto que ele seja objecto de um novo culto como tem estado a acontecer.
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