.
O governo da China bloqueou ontem o acesso ao site do Google que funciona a partir de servidores de Hong Kong. Com isso, usuários chineses não conseguem ver o conteúdo não censurado do site alternativo, segundo a edição online do The New York Times.
A medida da Google de redirecionar as buscas foi uma tentativa de driblar a censura imposta às ferramentas Google Search, Google News e Google Images. A estratégia, é claro, não agradou à China, que, por meio de um porta-voz do Escritório de Informação do Conselho de Estado, acusou a empresa de quebrar uma promessa feita por escrito, quando o site começou a funcionar no país, em 2006.
O governo chinês, aliás, agiu rápido para evitar que os conteúdos censurados no Google pudessem ser acessados com a transferência de dados para Hong Kong. A busca por palavras ou expressões que remetessem para assuntos proibidos no país, como “Tibet”, nomes de alguns movimentos religiosos e a famosa manifestação pela democracia na Praça Tian-an-men, em 1989, não era completada e mensagens de erros ou problemas na conexão apareciam no programa de navegação na internet.
Causa-me alguma perplexidades este radicalismo súbito da Google, depois de vários anos de contemporizações. Parece um ataque de purismo fora de tempo e permite interpretações que atribuem a sua decisão à incapacidade para aceitar a posição minoritária (30%) do seu motor de busca na China.
A decisão de afrontar um poder como aquele que representa o governo da China, se por um lado exige coragem por outro devia apoiar-se na razoabilidade. Para os chineses e para a abertura democrática da China seria talvez mais apropriado que a Google evitasse este conflito.
É realmente muito má a supressão de certas informações nas buscas mas o mundo não se esgota no Tibete nem na praça Tian-an-men. Há milhões de outras palavras para além dessas que os chineses precisam de continuar a pesquisar para conhecer o mundo.
.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
Blog Archive
-
▼
2010
(551)
-
▼
March
(55)
- Pela igualdade no acesso aos cuidados de saúde
- Recordações do Red Light District
- Sinais dos tempos
- Em terra de cegos
- O Big Bang recomeça a partir de hoje
- Choque frontal em excesso de velocidade
- Notícias mais lidas na edição europeia do Wall Str...
- Vibrações em JavaScript
- China investe no Brasil
- Um país destes com um povo destes
- Sexta com Louçã, sábado com Sócrates
- PEC gestual
- Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
- Os orçamentos dos ilusionistas
- Radicalismos súbitos
- Recordações de Long Island
- Boas notícias sobre as cidades
- "... And not least that of Voloshinov" (foto-repor...
- Disciplina segundo Costinha
- Sócrates refugia-se no Magreb
- Para estragar o seu Domingo
- Campanha ambiciosa
- Economia(s)
- Mesmo sem o Granadeiro
- Tudo o que o Sporting não precisa
- Equação ruinosa
- O "Prós & Prós" tornou-se "Contras & Contras"
- A ratoeira
- Vasco Pulido Valente, a corrupção e a falta de exe...
- Lei da Rolha
- Querem mesmo discutir peanuts?
- Lapidar
- A nova temporada de Fórmula 1
- As negativas do primeiro período
- Não foi para isto
- He is unmarried, a keen ornythologist and motor-cy...
- Como devem proximamente ter reparado, daqui a três...
- O Google contra Marx (2)
- Os preços planificados do “Pingo Doce”
- O exemplo do guarda-lamas
- TROCOS para o PEC
- Os Óscares de Pequim
- A dentada da Popota
- D. Branca na Segurança Social
- Freeshore, Off-Port e o CAOS
- Os argumentos da CIP para a liberalização do despe...
- China tornou-se o maior mercado imobiliário do mundo
- O direito à greve
- O ataque de Alvaiázere
- Há que chamar os boys pelos nomes
- Muitos tostões de Timor para a Madeira
- O Google contra Marx (1)
- Estatísticas de quatro anos
- A autoridade das autoridades
- O Avesso do Avesso – quatro anos num computador pe...
-
▼
March
(55)
No comments:
Post a Comment