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Quem tenha acompanhado as intervenções recentes do primeiro ministro, com destaque para a entrevista de hoje na RTP e para as actuações de "stand-up comedy" ontem em Madrid (ver sons aqui e vídeo aqui), começa a perceber que a sua permanência à frente do governo do país é insustentável.
O governo foi eleito na base de um programa que a realidade obrigou a substituir pelo programa do principal partido derrotado. É demasiado inverosímil para poder funcionar.
Toda a retórica sobre a impossibilidade de substituir o governo neste momento cai pela base quando percebemos que a nossa incapacidade para o fazer, essa demonstração de impotência, constitui o pior sinal que podemos dar aos famigerados "mercados".
Um país que não consegue sequer encontrar uma alternativa política para Sócrates, e para o que ele representa, perde só por causa disso qualquer credibilidade internacional no que toca à sua capacidade para regenerar a economia e pagar o que deve.
A imprescindível mobilização do povo português é impossível enquanto for conduzida por quem demonstrou total incapacidade para antecipar os problemas e para começar a responder-lhes antes que se tornassem críticos.
Sem uma renovação convincente do quadro político não haverá saída para a crise económica e social.
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