Friday, June 30, 2006

Tão grande como os maiores da Europa


Ao longo dos seus 100 anos de existência, o Sporting contabiliza mais de 80 mil sócios, 5.900 atletas inscritos, 100 atletas olímpicos, nove medalhas olímpicas, 21 taças europeias conquistadas e mais de 13 mil títulos em todas as modalidades.

Mas acima de tudo o Sporting é um clube pioneiro. Pioneiro no eclectismo. Pioneiro nas claques organizadas. Pioneiro na organização desportiva (a primeira SAD). Pioneiro no estádio: o Euro 2004 só se realizou em Portugal porque outros clubes "não podiam ficar atrás" do Sporting, que decidira independentemente (e primeiro que todos) construir um estádio novo. Pioneiro na construção da academia de futebol.

Podemos não ser mais, mas somos aqueles que toda a gente quer imitar. Toda a gente quer ser como os sportinguistas. Todos os clubes querem ser como o Sporting.

Tenho o maior orgulho em ser do Sporting.


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"Vou ter com meu avô, e ele me dará dinheiro para fundar um clube novo"



«O Sporting Clube de Portugal comemora o seu centenário em 2006 e até na forma séria como contabiliza a sua longevidade revela como é diferente. Alguns clubes contam a sua idade a partir de datas mais remotas, recorrendo à fundação de entidades que lhes deram origem; outros contam como válidos muitos anos de inactividade e de inexistência registados a seguir à data em que foi estabelecida a sua fundação.

É uma questão de critérios, que não são uniformes. Para ser mais «idoso», como outros se dizem, o Sporting poderia ter fixado como data da sua fundação a do Sport Club de Belas (1902) ou mesmo a do Campo Grande Sporting Club (1904), mas não o fez. Nesses dias de 1906 ficou traçado o caminho: futebol sim, mas ecletismo também, correspondendo à vocação atlética multidisciplinar de alguns dos seus fundadores.

Em 1907, D. Fernando de Castelo Branco (Pombeiro) autorizou que o leão rampante do seu brasão fosse utilizado no emblema do Sporting, desde que não fosse sobre fundo azul. «... Não de oiro armado de vermelho em campo azul, como nos Pombeiros, mas de prata armado em preto, em campo verde, como correspondia às límpidas, firmes e esperançadas intenções dos seus fundadores», recorda Jùlio de Araújo. O verde fora, de facto, sugerido pelo Visconde de Alvalade, simbolizando a sua esperança no novo clube.»

Mais aqui.

O meu local preferido de Amesterdão


O Museumplein, onde são os Museus Rijks (o principal museu holandês, onde está o Nightwatch do Rembrandt) e van Gogh. É o único sítio que foge verdadeiramente à monotonia. É o único sítio com um mínimo de modernidade e arrojo arquitectónico (aquela encosta de relva que se vê na fotografia acima é exemplar). É o único sítio de Amesterdão que poderia vagamente ser em Paris ou Nova Iorque.

Thursday, June 29, 2006

Roterdão

Ao comparar o arrojo arquitectónico, o contraste entre o novo e o velho e sobretudo a variedade da paisagem que se tem em Roterdão com a monotonia que é Amesterdão, onde é tudo igualzinho - só o Museumplein escapa - concluo que é uma pena que Amesterdão tenha sido tão preservada durante a Segunda Guerra Mundial (isto aplica-se às construções e não aos habitantes). Tivesse sido reconstruída e Amesterdão seria muito mais interessante.

(Nota: Eu sei que uma peculiaridade da Holanda é a legalidade das substâncias alucinogéneas, mas garanto que este texto não foi escrito sobre o efeito de nenhuma. O objectivo é somente demonstrar como eu gosto de Amesterdão.)

Wednesday, June 28, 2006

As janelas da Holanda

Na Holanda, os prédios têm janelas grandes. Como notava o meu orientador, parece que todos os prédios são construídos em função das janelas. Pode ser para aproveitar bem o sol, num país não muito soalheiro. Algumas das utilidades dessas janelas são óbvias e bem conhecidas (aquelas que têm uma luz vermelha por cima, e senhoras à mostra - senhores, mesmo vestidos de senhoras, se a luz for azul). Mas e que dizer das casas particulares? Casas de família perfeitamente visíveis do exterior, de onde se pode olhar para salas de jantar com pessoas a verem televisão ou a tomarem refeições e, por vezes - garanto-vos - para dentro de quartos de dormir? Tudo sem persianas e por vezes sem cortinas?
É uma herança calvinista, sem dúvida. Os holandeses não se confessam, e por isso precisam de demonstrar quotidianamente à sociedade que são pessoas virtuosas. Podem respeitar as liberdades de escolha e de estilo de vida de cada um, mas tal não significa que não o julguem. A "abertura" da sociedade holandesa tem muito que se lhe diga.

Tuesday, June 27, 2006

No Vondelpark de Amesterdão

...durante uma partida de ultimate frisbee, um jogo muito engraçado e que eu desconhecia. Mas que requer uma boa preparação física, especialmente se jogarmos com a táctica da marcação homem-a-homem. Tentei marcar jovens de vinte e poucos anos. Está certo que um deles nas horas vagas corre maratonas, mas ainda assim logo se revelou a minha falta de fôlego. O único jogador que eu consegui marcar minimamente foi o meu orientador de doutoramento, com mais vinte anos do que eu.
Como com qualquer tipo de jogo que requeira coordenação motora, cedo revelei a minha inépcia: um disco ou uma bola lançados por mim nunca se sabe onde vão parar; a sua localização final é uma variável aleatória. O capitão da equipa, e praticante mais entusiasta da modalidade, dava-nos instruções. No meu caso, e aos outros azelhas, como lançar o disco correctamente: como o segurar, como colocar o braço, a altura a lançá-lo. Éramos jogadores de diversas nacionalidades: para além de mim havia indianos, marroquinos, checos, franceses, holandeses. A maioria deles bons jogadores. Mas ninguém se ria dos azelhas; antes procuravam ajudar-nos a jogar melhor, incitavam-nos e encorajavam-nos. Se fosse em Portugal, se fossem portugueses, à primeira azelhice que surgisse toda a gente se estaria a rir e a humilhar o azelha. A pequenez e a falta de auto-estima do povo português reflectem-se nestes pequenos pormenores. Pequenez na subserviência para com os poderosos e no fazer pouco dos mais fracos. Falta de auto-estima quando muitas vezes outros azelhas se reúnem na risota geral.
Fica a fotografia a documentar um fim de tarde agradável e bem passado com um jogo colectivo, como há muito tempo eu não tinha. Nem sei se alguma vez tinha tido.

Monday, June 26, 2006

Sai um espelho para O Insurgente

Independentemente da razão que possa assistir o André Azevedo Alves no texto do Nuno Ramos de Almeida (que não contextualizou a frase que abre o documentário), a verdade é que tal não passa de um pequeno pormenor. No global, o Nuno Ramos de Almeida tem razão na sua apreciação. Mas o que é mesmo notável são as considerações que se seguem:

E fica como mais um aviso para que nunca se caia no erro de atribuir credibilidade a quem é incapaz de se exprimir num registo não propagandístico.

Ou seja, não se deve atribuir nenhuma credibilidade ao André Azevedo Alves... de acordo com o próprio! Será que ele precisa de um espelho?

Sunday, June 25, 2006

Amsterdam



(Obrigado à Emiéle pela sugestão.)

Amesterdão tem mais encanto na hora da despedida

Estação central

Os holandeses são em geral muito simpáticos, mas não consigo gostar do seu estilo de vida. A comida é horrível. A Holanda tem pequenas vilas/cidades muito bonitas, como Delft e Leiden, mas Amesterdão é uma dessas cidades em grande. É uma vila grande e repetitiva onde no fundo não se passa nada de muito interessante. Não me deixa muitas saudades. Do que terei mais saudades é dos (bons) amigos de diversas nacionalidades que aqui tenho.
O melhor de Amesterdão é mesmo estar a quatro horas de comboio de Paris (oito de autocarro, opção barata e conveniente se se viajar durante a noite).
Vou continuar a falar da Holanda nos próximos dias.

Saturday, June 24, 2006

Friday, June 23, 2006

República Checa e EUA eliminados...

...para grande tristeza do meu orientador de doutoramento e do Lubos Motl (que não tem nada a ver com o meu orientador de doutoramento, se exceptuarmos a nacionalidade, a profissão e o país de residência). Não sabem quem é o Lubos Motl? Ao pé do Lubos Motl, o João Miranda parece um anjinho.

Liberais maoístas (II)

O João Miranda, no seu estilo inconfundível "question and answer", sem margem para dúvidas, respondeu ao Daniel Oliveira. Continuo a achar que o Daniel tem razão e que, quando se lida com regimes como o chinês, é mesmo uma questão de moralidade. Mas a moralidade não tem lugar na ciência do João Miranda, que continua a considerar única a sua solução para as equações diferenciais parciais não lineares, com várias variáveis, e dependentes das condições fronteira. Apesar de tudo isto acho admirável (e verdadeiramente estimulante) a sua persistência em encontrar respostas científicas. Os argumentos de moralidade para ele devem parecer o mesmo que os da Inquisição pareciam a Galileu - daí o João considerar-se um blasfemo. Mas para proceder como um bom cientista, por uma questão de honestidade o João não deveria considerar sempre as mesmas condições fronteira, que variam de pessoa para pessoa, de caso para caso, de sociedade para sociedade. Pode ser que o João um dia encontre as condições fronteira moralistas.
Para além disso, como se vê nas perguntas/respostas, o João sabe distinguir o "por que" do "porque". Não é qualquer um.

Thursday, June 22, 2006

Os anti-americanos e os anti-futebol

A propósito do comentário da Annie Hall ao vídeo dos Simpsons na entrada anterior, ocorreu-me o seguinte. É claro que neste vídeo os autores da série demonstram que não entendem o que é o futebol e nem a sua força. Só que são americanos. Seria interessante saber a opinião sobre este episódio de certa intelectualidade europeia, que despreza o futebol mas ao mesmo tempo detesta os EUA. É que o que vemos no vídeo é mesmo a opinião de muitos americanos sobre o futebol...

Wednesday, June 21, 2006

O maior país do mundo

Não sabiam? Somos, desde ontem. Vejam aqui em baixo (dica Vistalegre).

A China vista pelo Mário


O Mário Redondo disponibilizou um conjunto de imagens recolhidas na China que podem ser vistas aqui

Dans le port d'Amsterdam


Enfin, ils boivent aux dames
Qui leur donnent leurs jolis corps
Qui leur donnent leurs vertus
Pour une pièce en or
Et quand ils ont bien bu
Se penche le nez au ciel
Se mouchent dans les étoiles
Et ils pissent comme je pleure
Sur les femmes infidèles


Não sei quantos anos depois, ainda tem toda a razão o Grand Jacques.

Os liberais maoístas

Finalmente uma boa resposta por parte da esquerda ao João Miranda, que o obriga a desconversar: a do Daniel Oliveira no Arrastão. Como não poderia deixar de ser, contém uns remoques desnecessários a Jerónimo de Sousa (desde quando é que o Jerónimo é maoísta?). Também continuo sem compreender por que insiste o Daniel, que deveria saber o que é o comunismo, em chamar "comunismo" ao regime chinês, que de comunista não tem nada. Mas no geral a resposta está muito boa. O essencial está nestas frases:

Se a democracia vem, vai-se a competitividade. A China parte-se em bocados, como aconteceu com a ex-União Soviética, os trabalhadores vão querer o seu quinhão de riqueza e salários decentes, a instabilidade política e social será incontrolável e de dimensões completamente novas. O desmembramento da União Soviética será uma brincadeira de crianças ao lado da queda do comunismo chinês. A China interessa às empresas porque é uma ditadura.

Tuesday, June 20, 2006

Novidades blogosféricas (III)

No Aspirina B.

Arte, mito e revolução: o prólogo



O Teatro de S. Carlos levou à cena, recentemente, uma já célebre montagem de "O Ouro do Reno".

A encenação de Graham Vick levou à completa transformação do espaço, tendo a plateia sido transferida para o palco e o espaço cénico ocupado o lugar da plateia.

Para além da espectacularidade esta solução trouxe também uma nova forma de dialogar com a ópera e, diria eu, fez justiça ao espírito revolucionário com que Wagner concebia as suas obras e a vida.

Através de um excelente texto de Paulo Ferreira de Castro, incluído no programa da ópera, tomei conhecimento de aspectos da vida de Wagner que ignorava; a sua participação em acções insurreccionais ocorridas em Dresden em 1849, as suas relações com o revolucionário Bakunine, as influências que sofreu de teóricos revolucionários do século XIX.

Para perceber a influência revolucionária na reinvenção wagneriana da mitologia germânica recomendo vivamente a leitura do texto referido: Arte, mito e revolução: o prólogo (ver aqui)

Novidades blogosféricas (II)

O Rui Tavares está de regresso com um blogue gostoso, o Pobre e Mal Agradecido, "o melhor blogue possível de Rui Tavares". Há uma redundância evidente neste lema: é que um blogue do Rui Tavares é sempre o melhor blogue possível.

Novidades blogosféricas (I)

O André Belo mudou o bistrot de Paris para Madison, Wisconsin, EUA, uma terra com muito poucos comboios para uma Gadedelest (eu pelo menos fui lá de autocarro Greyhound). De acordo com a sua descrição, "esta terra tem mais esquerdalhos que a rive gôche de Paris". Parece-me que o André está a entrar no espírito da coisa.
Como será assistir ao Mundial em Madison? Há quatro anos, graças aos fusos horários, os jogos eram ao pequeno almoço (às sete e às nove da manhã). O único canal de sinal aberto que dava os jogos todos era a Univisión, destinado à comunidade hispânica.

Monday, June 19, 2006

Censuras bloguísticas

Quem também anda em turismo científico é o outro Ricardo. Espero que ele aproveite para promover o nosso trabalho nas paragens longínquas da China, tanto quanto eu o tenho feito na Europa. Mas o testemunho do Ricardo permite-nos recordar algo que não deve ser esquecido. Apesar de todo o ar de "abertura" que o regime chinês procura dar, apesar de em Pequim hoje se ter iniciado um evento como a conferência Strings 2006 (e daqui a dois anos serão os Jogos Olímpicos!), na China ainda não se pode ler um blogue. O Ricardo conseguiu editar um texto no Esquerda Republicana, mas não conseguiu lê-lo no seu próprio blogue. E nem consegue ler nenhum outro.

Sunday, June 18, 2006

Estará o meu corpo a ficar mais velho do que eu?

Ainda há três anos, nos EUA, era capaz de andar a caminhar e conhecer cidades novas por uma semana seguida, a dormir muitas vezes em autocarros, durante as viagens nocturnas de Nova Iorque para Madison (Wisconsin), do Wisconsin para Minneapolis e St. Paul (Minnesota) e do Minnesota para Chicago (Illinois). Agora, após dois dias a caminhar e a conhecer cidades da Flandres (onde estive sem acesso à internet), ao terceiro dia tive de dormir mais. A idade não perdoa.

Saturday, June 17, 2006

Itália, 1 - EUA, 1

A primeira grande roubalheira que eu vi neste Mundial. O jogador bem expulso da Itália (deveria ser suspenso por mais tempo) não compensa os dois jogadores expulsos com um critério bem mais discutível dos EUA. E, sobretudo, o golo mal anulado. Mas as superpotências atraem mais público e são sempre protegidas, e os EUA no futebol não são uma superpotência.

Não estava lá, mas deve ter sido giro

A solidariedade da Cité Universitaire de Paris (comunicado da associação Cap Magelan):

VENEZ SOUTENIR NOTRE SELECCÃO!

Venez assister au match Portugal / Iran le 17 juin prochain à 15h00 au Stade Charléty (75013 Paris), de nombreux cadeaux seront offerts pendant le match. Le stade peut contenir plus de 10000 personnes. Alors venez nombreux soutenir l'équipe du Portugal!

(Attention, seul match retransmis le samedi 17 juin au Stade Charléty)
Stade Sébastien Charléty (13e)
99, boulevard Kellermann - RER Cité Universitaire
Le stade ouvrira ses portes 1 heure avant le début des rencontres.
Entrée gratuite

Information confirmée par la Mairie de Paris le 13 juin 2006

PS : Contrairement à ume première information donnée par la Mairie de Paris, les retransmissions des matchs au Stade Charléty n'ont pas commencé le 9 mais le 13 juin, ce qui a empêché de voir le match Angola Portugal le 11 juin. Toutes nos excuses à ceux qui se sont déplacés et merci aux différentes maison de la Cité Internationale Universitaire de nous avoir accueilli pour voir les matchs, entre Danois, Italiens, Norvégiens, Espagnols, Indiens, Anglais, Brésiliens...

CHINA, Capítulo 3


Já está on-line o Capítulo 3 das minhas fotos feitas na China em Abril de 2006.


Friday, June 16, 2006

No séc. XV, o Rei ajudava a Segurança Social

Sentença Proferida em 1487 no Processo contra o Prior de Trancoso

«Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.
Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres».

«El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papeis que formaram o processo».

Wednesday, June 14, 2006

O Efeito Borboleta

O Efeito Borboleta acaba de ser comprovado graças ao Mundial de Futebol.

Desde as experiências de Lorenz o Efeito Borboleta reza assim: "uma borboleta a bater as asas na China pode provocar um furacão nas caraíbas" (mais coisa menos coisa).

Ora a notícia do DN que publicamos a seguir demonstra que, mutatis mutandis, um falhanço do Pauleta na Alemanha pode provocar um ataque cardíaco na China.

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Chinês sofre por falha de Portugal

Um chinês adepto da equipa de Portugal sofreu um ataque cardíaco ao ver Pauleta falhar uma oportunidade de golo nos primeiros segundos na partida frente a Angola.
O homem de 42 anos, de apelido Zhang, assistia em casa, na cidade de Quingdao, à transmissão daquele jogo do Grupo D do Mundial 2006. Segundo o jornal Beijing Youth Daily, citado pela Lusa, o adepto foi de imediato transportado ao hospital.

O médico das urgências do hospital de Qingdao, Yin Zuomin, confirmou o ataque cardíaco, mas adiantou que Zhang já está fora de perigo.
O adepto chinês não dormia havia três noites e bebia em excesso enquanto seguia a transmissão do Mundial. Na China, a maioria dos jogos decorre durante a madrugada e são transmitidos pela televisão estatal.

Onde estão?

Este é um tipo de texto que eu não gosto de escrever; não ando aqui para patrulhar ninguém. Mas já que, enquanto estava no Blogue de Esquerda, várias vezes fui "vítima" dele, aqui fica uma pequeníssima dose do remédio para quem o costuma prescrever.

Uma operação militar israelita contra uma praia na Faixa de Gaza provocou ontem a morte de dez civis palestinianos, entre os quais um casal e os seus três filhos. O ataque provocou ainda 30 feridos. Num outro incidente, morreram mais três palestinianos, o que eleva para 14 o número de mortos em ataques israelitas em menos de 24 horas.


E onde estão as condenações por parte dos blogues de direita? Onde estão eles, que não dizem nada? A única reacção que li, apesar de condenar o incidente, tenta legitimá-lo face à reacção do Hamas. Alguém duvida que se os mortos fossem israelitas, ninguém os calava? Não quererá isto dizer que, para os blogues de direita, uma vida israelita vale muito mais do que uma vida palestiniana?

Tuesday, June 13, 2006

Que futuro para a imprensa escrita?

Preocupa-me a situação periclitante do Libération.

O meu dia de Santo António

Ainda mal acabei de colocar as fotos comentadas da Alemanha (onde estive já há duas semanas). Neste momento estou na Holanda, em Amesterdão. Nos próximos dias seguem-se impressões sobre os Países Baixos. Para já, vou dar um seminário esta tarde (eu diria depois do almoço, se esta gente almoçasse como deve ser).

Chauvinismo aveirense

"É uma variação do leitão à Bairrada!"

Spanferkel mit Semmelknödeln und Sauerkraut, um autêntico leitão à alemã

Monday, June 12, 2006

Outro Filipe de esquerda

Ainda no "Esquerda Republicana" o meu homónimo dá-nos uma visão da televisão portuguesa por quem vive habitualmente nos EUA: «No apartamento onde estou tenho quatro canais: RTP1, 2, SIC e TVI e ainda não vi um jornalista dizer uma coisa inteligente, fazer uma pergunta difícil, preparar-se antes de falar sobre as coisas.» Fala ainda da extrema direita. A ler.

Durão Barroso ganhou o prémio Tuvalu

«Para este ano a escolha do júri recaiu sobre Durão Barroso, presidente da Comissão europeia pelo facto do dito cujo, sobejamente conhecido pelos portugueses, se deslocar diariamente dentro da cidade de Bruxelas com a sua viatura pessoal que é, nada mais nada menos, uma viatura 4x4 de todo-o-terreno (!!!), que gasta mais de 13.2 litros aos 100Km em circulação urbana e que produz, pelo menos, 265g de CO2/km percorrido (sem contar a climatização), ou seja, mais de 60 toneladas de CO2 ao longo da sua vida útil.» (Via o leftista João Vasco.)

Sunday, June 11, 2006

Expliquem-me como se eu fosse uma criança de quatro anos...

... para onde vai este país



Que os portugueses se embrulharam na bandeira com a esperança de que ela os proteja de todos os males – dos outros trinta e um países que estão no Mundial, talvez do sol, se possível do défice – tudo bem: cada um embrulha-se no que quer ou no que pode.

Que as televisões entraram em desvario já há alguns dias, parece evidente. Mas faltava a cereja em cima do bolo: ontem à noite, ao passar pela RTP1, ouvi a inconfundível voz do Prof. Marcelo e parei. Lá estava ele, algures na Alemanha, em mangas de camisa, sentado entre vários jornalistas. Interpelado por um deles, começou por se declarar «leigo no assunto», mas engatou imediatamente definindo tácticas de defesa e de ataque, sem pestanejar, com a mesma convicção e o mesmo tom assertivo com que aborda os (outros) problemas do país, nas suas conversas dominicais.

O que faz correr Marcelo? Interessa-me pouco.
Mas porque é que o serviço público de televisão mistura tudo? Porque é que usa um comentador político, um dos poucos portugueses para quem é sempre reservado o título de «Professor» (é verdade que também há o Prof. Freitas do Amaral e o Prof. Necas...), um Conselheiro de Estado, para comentar futebol? Aumentará muito as audiências? Será só isso?

Alguém me pode explicar se o problema é mais geral? Se estamos a assistir ao início de uma dança de cadeiras generalizada? Se a selecção portuguesa for longe no Mundial, Scolari substituirá Pacheco Pereira na «Quadratura do Círculo»? Cristiano Ronaldo será o sucessor natural (e urgente) de Alberto João Jardim? Irá Isaltino de Morais para o Tribunal de Contas para que Guilherme de Oliveira Martins possa fazer parte do elenco da nova série dos «Morangos com Açúcar»?

E já agora: alguém sabe se se passou alguma coisa em Timor nos últimos dois ou três dias? Será que Xanana, Alkatiri, Ramos Horta e os revoltosos estão todos juntos a ver o Mundial? E, outra vez, já agora: torcerão por Portugal ou pela Austrália?

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Um mimo publicado no Inimigo Público de 9 de Junho 2006:



Saturday, June 10, 2006

Chauvinismo francês (II)

"Isto é tal e qual Versalhes!!!"



(Na fotografia: Palácio Ducal de Schwetzingen, nitidamente inspirado em Versalhes mas bem mais "maneirinho", menos exaustivo e imperialista, o que é uma virtude. Gosto de uma certa grandiosidade mas Versalhes é um exagero.)

Memórias da Alemanha

Em pleno Mundial da FIFA a decorrer em solo alemão, e no dia de estreia da nossa selecção, deixo-vos com mais umas recordações da minha recente visita a Heidelberg.

Friday, June 9, 2006

O patriotismo é pagar impostos

No Dia de Portugal, e ao fim de um dia de Campeonato Mundial da FIFA, quando se voltam a ver as tolas bandeirinhas penduradas, é altura de pensar em patriotismo. Sugiro um excerto de uma excelente crónica de Miguel Sousa Tavares no jornal A Bola, na semana passada.

Como já devem ter notado, gosto muito de futebol. Gosto do jogo, da sua lógica e estratégia, que combina o sentido de equipa com o talento individual, da escola de qualidades humanas que o futebol pode constituir pela vida fora.Gosto da paixão, do clubismo, das cores, dos jogadores excepcionais. E gosto de tudo no espectáculo de futebol: os estádios, as luzes, a relva, a estética, a coreografia, os sons e o ambiente. Só tenho pena, uma infinita pena, que os modernos estádios portugueses tenham posto fim àquelas fantásticas roulottes de sandes de entremeada e courato, vinho morangueiro e imperial, em benefício dos assépticos e estúpidos bares inspirados nessa sinistra invenção dos nosso tempos que são os McDonalds e afins.

Mas, para mim, o futebol é apenas isto: um grande jogo, um magnífico desporto e, por vezes, um deslumbrante espectáculo. E nada mais. Não é, nem será nunca, compensação para frustrações alheias à coisa em si, fonte de inspiração patriótica ou motivo de redenção nacional. Eu já adorava futebol quando o Estado Novo usava o futebol para nos distrair da miséria política e cultural em que vivíamos, tentando fazer-nos crer que, por termos aquela fabulosa equipa do Eusébio e seus pares de 66, só podíamos ser um grande país. Eu não irei, pois, pendurar a bandeira nacional na janela de minha casa ou do meu carro nem irei associar-me a imbecis manifestações de patrioteirismo ad hoc, a mando de um seleccionador brasileiro que se convenceu de que nos havia de transformar a todos em súbitos patriotas, à boleia da Selecção. E enjoo só de pensar que a cidadania patriótica vai dar pretexto e fornecer representação àquelas patéticas criaturas do jet-seis nacional para se vestirem com as cores da bandeira e jurarem o seu desvelo pela Selecção-pátria.

Tal como aprendi as ver as coisas, o patriotismo não é arvorar bandeirinhas nacionais às janelas quando do Europeu ou do Mundial. O patriotismo, para mim, é pagar impostos, ser útil à comunidade de alguma forma, servir o seu país, quando se tem ocasião para tal e sem esperar nada em troca.

CHINA, Capítulo 2


Em conformidade com a ameaça feita há alguns dias já podem ver a segunda fornada das imagens que captei na China.

Para acabar com certos mitos...

ler o Véu da Ignorância sobre a carga fiscal em Portugal.

Thursday, June 8, 2006

Verificação (após voltar a tirar fotocópias)

Não há nada mais estúpido do que uma fotocopiadora "inteligente" que detecta o tamanho do documento e o assume naturalmente, sem ninguém lho ter dito.

Wednesday, June 7, 2006

Boa notícia do dia

...as continuidades do Polga (com metade do vencimento que o Olympiakos lhe oferecia) e do Caneira. Vamos ao Hugo Viana?

Graça Pinto Basto


Exposição de Pintura e Desenho

Espaço ARTISET
Clube Militar de Oficiais de Setúbal
Praça Bocage

17 a 23 de Junho, Tel. 96 232 24 67 - 96 406 56 74

Tuesday, June 6, 2006

06-06-06

Dei um seminário muito útil, onde me foram colocadas diversas perguntas de grande interesse e onde pude falar com um especialista reconhecido em buracos negros. Seguiu-se um saboroso almoço de peixe na cantina do CEA com colegas. Uma tarde onde tive uma reunião de trabalho com colaboradores e uma conversa que me deu ideias mais claras relativas ao meu futuro profissional. Um fim de tarde consumista: comprei na loja que me tinha sido recomendada a t-shirt com a inscrição "Vodka - Connecting People" (em que "vodka" aparece exactamente com os mesmos caracteres da conhecida marca de telemóveis finlandesa - a t-shirt é uma brincadeira com o seu slogan) e ainda um CD da Juliette Gréco. Finalmente um excelente fricassé de frutos do mar num animado e bem regado jantar rodeado de amigos, na cantina da Cité Universitaire, e uma conversa franca e sem barreiras com um grande amigo.
Isto é que era suposto ser o "Dia da Maldição", do fim do mundo? Venham mais dias assim.

"C'est important qu'il y ait une transmission du combat féministe"

A não perder: a entrevista de Fadela Amara, imigrante de origem muçulmana e fundadora e presidente do movimento laicista Ni putes ni soumises, ao Metro, edição parisiense.

Monday, June 5, 2006

Art Déco em Serralves



Dezenas de peças de Art Déco da colecção Berardo estão expostas na Casa de Serralves até 18 de Junho: mobiliário, esculturas,candeeiros, tapeçarias, etc., etc.

Aboslutamente indispensável para apreciadores e não só.

Como indicavam os velhos Guias Michelin:
* * * - «Vaut le voyage»

Quem fica fodido com isto sou eu

Por que raio é que os senhores engenheiros do blogger decidem fazer experiências para introduzir novas possibilidades na publicação (e inviabilizar a ligação ao servidor, fazendo quem tenta publicar perder tempo) sempre mesmo na altura em que eu estou a publicar?

Estará o Peru fodido?


Embora simpatize e compreenda a política de independência nacional (sobretudo, independência em relação aos EUA) que políticos como Hugo Chavez têm vindo a preconizar, não me agrada o tipo de regime que dali tem resultado. Conheço vários venezuelanos. Todos de esquerda. E todos contra Chavez. Que já lá trabalharam e de lá saíram, por se terem manifestado contra o presidente. O controlo da comunicação social do estado é efectivo (mas da mesma forma, a comunicação social privada não é independente e está dominada pelos poderosos grupos da oposição pró-EUA). Mais grave ainda é o controlo dos postos de trabalho do estado e dos sindicatos: quem não apoiar o presidente está em maus lençóis. Por isso, embora não ponha em causa a legitimidade de Chavez (apesar dos truques legislativos dos referendos e plebiscitos e sucessivas revisões da constituição de forma a preservar o poder eternamente, ainda acredito que é apoiado pela maioria do povo venezuelano), prefiro um tipo de solução mais democrática. Tendo eliminado à primeira volta a candidata conservadora, Lurdes Flores, acredito que o Peru fez bem em eleger o seu Lula, Alan Garcia, um político que não estava preparado para ser presidente em 1985, como Lula - reconhecido pelo próprio - não estava em 1989, mas que ainda assim foi eleito, com maus resultados, abrindo caminho à ditadura fujimorista. Espero que desta vez esteja mais preparado e seja bem sucedido.
Quem já leu o extraordinário romance de Mario Vargas Llosa Conversa na Catedral deve recordar-se da esperança que a personagem mais simpática, Popeye Arévalo, depositava no seu partido, a APRA. Popeye bem tentava recuperar a moral do seu melhor amigo e protagonista, Santiago Zavala, o Zavalita, uma metáfora do Peru. A pergunta "em que altura é que eu me terei fodido?" era recorrente, quer em relação ao Peru, quer a Santiago, um homem totalmente descrente fosse no que fosse (e que por isso, depois de um passado revolucionário, não embarcava no entusiasmo do amigo). Embora eu cada vez mais faça a mim mesmo a pergunta crucial do Santiago, ainda quero acreditar em alguma coisa, como o Popeye. Espero por isso que o governo do seu partido, a APRA, seja bem sucedido. E que o Peru não se tenha fodido mais uma vez.

Sunday, June 4, 2006

CHINA - Capítulo 1



Continuo a "lutar" contra as nefastas consequências da era digital.

Nas actuais circunstâncias tecnológicas pode-se regressar da China com um número de imagens tal que somos forçados a dedicar-lhes atenção durante várias semanas.

É nessa fase que me encontro.

Para aliviar um pouco o desânimo resolvi pegar numas dezenas de fotos e publicá-las na internet, mas o trabalho continua quer no plano documental quer no plano estético.

Espero que gostem desta primeira safra.

(clique aqui para ver a exposição)

A verdade inconveniente e a verdade insurgente

Para encerrar esta questão. Sou um defensor das boas traduções, e ao contrário de certos amigos meus eu prefiro ler um livro numa tradução portuguesa, sempre que esta exista. (Neste momento por acaso até sou responsável pela revisão científica da tradução portuguesa de um livro de divulgação de um físico holandês.) Como utilizador do Babelfish reconheço perfeitamente a importância de um bom tradutor, e sei que este precisa saber muito mais do que línguas. Não deveria ter usado a expressão "tradutor" no texto A Verdade Inconveniente; tal não era necessário para reforçar o meu ponto de vista: o facto de o Rui Oliveira estar a emitir opinião sobre um assunto que não domina. Claro que eu também faço isso (e a maior parte dos blogues) e ainda bem; a opinião é livre, e não se tem de todo de se escrever só sobre aquilo em que se tem formação académica! Só acho que, especialmente se for esse o caso (de não se ser especialista na área) um autor deve fazer um esforço de se informar e não estar simplesmente a repetir chavões (noutra altura chamava-se a cassete). Claro que mesmo assim o Rui Oliveira tem o direito de se limitar a repetir aquilo que (do meu ponto de vista) são só chavões; a opinião é livre. Mas por isso mesmo também eu tenho o direito de afirmar que ele se limita a escrever chavões, quando for esse o caso.
Quanto ao julgamento do André Azevedo Alves sobre as minhas "capacidades cognitivas", não me poderia afectar menos. Não me afecta a opinião sobre as minhas capacidades cognitivas de um indivíduo que acha que a fonte suprema de todo o conhecimento é a Bíblia. Os meus conhecimentos não vêm na Bíblia, é um facto. Não sei ao certo quais serão as minhas capacidades cognitivas, mas acho que elas ainda serão suficientes para saber identificar métodos de um fanático obscurantista.

Saturday, June 3, 2006

Ça roule

E para evitar mais alterações climatéricas do que as que têm que acontecer: tous à velo ce weekend (iniciativas semelhantes em Lisboa aqui).

Tradução (para ver se o André Azevedo Alves percebe)

Vamos por partes.
Eu nunca chamei "monge albino" a ninguém. A única coisa que objectivamente insinuei com base nos seus textos (não afirmei) é que o André Azevedo Alves parece ser um simpatizante do Opus Dei (não posso dizer que é, mas qualquer pessoa vê que parece). Pelo menos o seu proselitismo é bastante evidente. Também nunca afirmei que O Insurgente é "dominado" seja por quem for. Parece-me óbvio logo do título que o meu texto O bem e o mal segundo André Azevedo Alves é destinado única e exclusivamente... ao André Azevedo Alves, e a mais nenhum colaborador do Insurgente. O André Azevedo Alves é que pelos vistos gosta de se confundir com O Insurgente. Se for este o caso, é com ele e com os outros colaboradores; não tenho nada a ver com isso. Mas talvez seja por isso que ele se deu ao trabalho de responder a um outro texto meu, A Verdade Inconveniente, onde é referido (e apenas marginalmente) um texto de um outro colaborador de O Insurgente, o Rui Oliveira.
E que diz o André Azevedo Alves? Basicamente conclui do facto de que sempre houve e continuará a haver alterações climáticas que não há nada que possamos fazer para as evitar ou não provocar. Ou seja, repete a máxima climatérica (já defendida pelo Rui Oliveira e pela generalidade dos blogues liberais) que o homem não pode alterar ou evitar um destino pré-estabelecido e inexorável. (Para o André Azevedo Alves, por exemplo, tal é tão claro como Deus ter criado Adão e Eva.) E parece querer afirmar que quem não defende isto está a defender o outro extremo: que só o homem pode influenciar o clima e que todas as catástrofes climáticas são causadas pelo homem. É assim: não há meio termo. Nada que não estejamos habituados na direita republicana (e ainda mais nos fãs de Ann Coulter): quem não está com eles, está contra eles.
Em nenhuma altura eu defendi que as alterações climáticas são da exclusiva responsabilidade do homem. O autor do texto original, o Rui Oliveira, sendo tradutor deve ser especialista na interpretação de textos, pelo que leu bem o que eu escrevi.
Sobre o Rui Oliveira queria prestar aqui o seguinte esclarecimento. Não o conheço e se sei que é tradutor é através de um texto por ele publicado no Insurgente (e com que eu concordei), no qual defende o fim de privilégios corporativos de certas classes profissionais, dando o exemplo da sua própria classe.
O que eu quis afirmar ao chamar "tradutor" ao Rui Oliveira era que não lhe reconhecia nenhuma especialização para falar sobre o assunto das alterações climáticas. E baseei essa minha "falta de reconhecimento" no seu texto original, Alterações Climáticas, que me pareceu - e continua a parecer - bastante fraco, pelas razões que expus. Mas não queria ofender nem o Rui Oliveira, a quem costumo reconhecer honestidade intelectual, e nem... a classe dos tradutores! Se foi esse o caso, peço desculpa.
Finalmente quero reiterar que esta minha opinião não é (infelizmente...) para ser generalizada a todos os textos sobre alterações climáticas que se lêem nos blogues liberais. Embora discorde totalmente desses textos, reconheço que alguns têm uma argumentação boa, mesmo se desonesta ou parcial. O caso mais paradigmático são os textos do João Miranda no Blasfémias. Por não esperar que toda a gente se lembre de tudo o que eu escrevi, recordo (no segundo parágrafo deste texto) a minha (muito boa, mesmo discordando de todo) opinião sobre os textos do João Miranda em geral (que belo marxista que ele daria). Refutã-los requer (ao contrário, lamento dizê-lo mais uma vez, do texto do Rui Oliveira, que se limita a repetir chavões) uma grande preparação e uma grande dose de paciência, algo que como aqui referi foram reveladas por exemplo no Klepsydra.

Friday, June 2, 2006

A Verdade Inconveniente

Estreia hoje em várias cidades americanas o documentário "An Inconvenient Truth", onde o realizador David Guggenheim segue Al Gore na sua campanha de esclarecimento do grande público sobre o aquecimento global, as suas causas e os seus efeitos. De acordo com a organização MoveOn,
The movie is technically a documentary, but it's also been described as a thriller and some folks have even called it scary. It's scary because it's a serious look at the grave path we're heading down if we don't take real steps to stop global warming today.

De acordo com a New Yorker,
There is no substitute for Presidential power, but Gore is now playing a unique role in public life. He is a symbol of what might have been, who insists that we focus on what likely will be an uninhabitable planet if we fail to pay attention to the folly we are committing, and take the steps necessary to end it.

De acordo com o USA Today,
An Inconvenient Truth, based on a slide show Gore developed and has given for years, is part documentary, part dark comedy and part horror thriller. As narrator, Gore makes jokes at his own expense, presents a cartoon clip from Fox's cartoon Futurama about cooling the ocean with ice cubes and shows footage of storms, floodwaters and scorching drought that would be thrilling if they were fiction instead of fact.

Pode ver-se um trailer do filme aqui. É claro que o filme (e Al Gore) já estão a ser atacados pelas companhias petrolíferas. Por cá, o assunto sempre foi motivo de chacota dos blogues da direita liberal, embora nem sempre da melhor maneira. Por exemplo, gostava de saber com que base científica tradutores escrevem textos destes. Se o Rui Oliveira parasse para pensar, talvez concluísse que o facto que refere só é possível justamente por o homem então não existir. O homem não podia existir nessas condições. Pelos vistos tais condições climatéricas são "naturais" para o Rui Oliveira; se evoluirmos (ou regredirmos) nesse sentido a Terra voltará a ser inabitável, mas isso é só um pequeno pormenor para quem talvez até acredite que a habitabilidade do planeta só depende da vontade divina. Se o Rui Oliveira não fosse demagógico, talvez fizesse bem em ver o filme antes de escrever graçolas tão básicas.

Oh captain my captain



O melhor reforço da época.

Thursday, June 1, 2006

No Dia Internacional da Criança

(Estes dias nem sempre têm a palavra "internacional" associada. Este dia vem do "Ano Internacional da Criança". Eu gosto de "internacional", e só observo dias "internacionais".)

Neste dia, e para culminar a divulgação que aqui tenho feito do excelente álbum ao vivo In Cité de Lenine, proponho a audição da versão nesse mesmo álbum de Relampiano, de Lenine e Paulinho Moska. À distância de um clique.

Fora de Água


O nosso "colega", o Miguel Maduro, vai finalmente publicar em livro as suas crónicas.

Foi pelas crónicas do DN que soube da existência do Miguel, e foi por causa delas que nos tornámos amigos. Mesmo que não tivessem, como têm, outras qualidades...

O lançamento terá lugar no Café dos Teatros ao Chiado, sábado dia 3, pelas 18 horas.

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