Tuesday, March 31, 2009

Núbios

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A minoria núbia do Egipto viu as suas terras invadidas pelas águas quando foi construída a grande barragem em Assuão. Os que não partiram e se misturaram vivem actualmente em meia-dúzia de aldeias construídas para o efeito.
Visitei recentemente uma delas e pude constatar que, pelo menos aparentemente, a sua vida agora depende quase totalmente da venda de produtos aos turistas.

Apesar da beleza dos rostos e dos trajes, da alegria das cores, há muita artificialidade nas suas vidas. Ou então sou eu que estou equivocado.

Quem é quem ?

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Estou cheio de curiosidade acerca desta reunião do G20, na quinta-feira. Há quem compare esta reunião com um evento do mesmo tipo, que teve lugar em 1933, e que foi um fracasso. Criou condições para o rearmamento e para os fascismos e o nazismo.
Vai ser um grande teste para Obama e para a sua real abertura a um novo equilíbrio mundial.
Veja aqui como estão a viver a crise os países participantes.
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Jeeves and the Trilateral Commission


Como qualquer artefacto literário do género "Teoria Unificada da Conspiração" (e acreditem que ando a tentar lê-los todos), Toda a Verdade sobre o Clube Bilderberg é um relatório psiquiátrico banhado por um colossal autoclismo de pesquisa bibliográfica. Não sei onde é que estes malucos arranjam tempo para ler todos os malucos que vieram antes deles; eu praticamente já não durmo e, mesmo assim, sinto que ainda nem vou a meio.
Há algo de francamente intimidante em ver uma patologia política tão rigorosamente sistematizada. Uma pessoa quer chamar os bombeiros, mas fica reduzida a ponderar temas ponderosos - as ansiedades epistemológicas da pós-modernidade, a caricatura da Razão produzida pelo cepticismo radical das novas sub-culturas do tédio, etc etc.
O mesmo material, evidentemente, teria dado um romance esplêndido. Daniel Estulin (que nome tão bom) revela um talento muito peculiar, e provavelmente involuntário, para a farsa aristo-burocrática. Há aqui passagens que podiam ter sido escritas por um P. G. Wodehouse com acesso à internet:
«... a ideia foi de Alastair Buchan (membro da administração do RIIA e da Távola Redonda, bem como filho de Lord Tweedsmuir) e Duncan Sandys (político de renome e genro de Winston Churchill), que era amigo de Rettinger, e também ele padre jesuíta e pedreiro-livre em 33º grau».
Há dúzias de coisas assim, dúzias. E também se aprende que o escândalo Casa Pia foi orquestrado "nos bastidores" por membros do Clube Bilderberg para possibilitar a ascensão política de José Sócrates (pela minha saúde). Para mais pormenores terão de comprar o livro, que foi traduzido para português pela Europa-América, e publicado na sua colecção "Biblioteca das Ideias", onde vai fazer companhia ao Pascal Bruckner, ao Marc Ferro e ao Paulo Tunhas, que devem estar todos felicíssimos.

Monday, March 30, 2009

O futuro campeão mundial de Fórmula 1

Ross Brawn é o Mourinho da Fórmula 1: o "treinador" torna-se mais importante que os "jogadores". Já "deu" os sete títulos a Michael Schumacher. Alguém duvida que, nas suas funções, é o melhor?

O próximo presidente do Sporting

É este o meu balanço do Congresso.

Os deveres de um adulto moderno

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Dizem que todos os dias devemos comer uma maçã por causa do ferro e uma banana por causa do potássio. Também devemos comer uma laranja por causa da vitamina C e uma chávena de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.Todos os dias devemos beber dois litros de água (sim, e depois uriná-los, o que requer o dobro do tempo que perdemos para os beber).Todos os dias devemos comer um Actimel ou um iogurte por causa dos "L. Casei Immunitas", que ninguém sabe muito bem o que raio é, porém parece que se não engoles pelo menos um milhão e meio destas bactérias todos os dias, começas a ver desfocado.
Todos os dias devemos tomar uma aspirina para prevenir os enfartes e um copo de vinho tinto, também para prevenir os enfartes. E um outro copo de vinho branco porque faz bem ao sistema nervoso. E um de cerveja que já não me recordo para que é. Se os bebes todos juntos podes ter uma hemorragia cerebral mas não te preocupes porque nem te vais dar conta.
Todos os dias devemos comer alimentos ricos em fibras. Muitas, muitas fibras... até que consigas defecar um camisolão de lã.
Devemos fazer entre 4 a 6 refeições por dia, ligeiras, sem esquecer de mastigar 100 vezes cada bocadinho de comida. Fazendo as contas, só no comer lá se vão 5 horas. Ah!, e depois de cada refeição é preciso lavar os dentes, ou seja: depois do Actimel e das fibras lava os dentes, depois da maçã lava os dentes, depois da banana lava os dentes... e por aí afora se ainda te sobrarem dentes na boca, sem esquecer de usar o fio dental, massajar as gengivas e bochechar com um elixir oral.
É melhor fazer obras, ampliar a casa de banho e meter um leitor de CD's, porque vais passar muitas horas lá dentro.É necessário dormir 8 horas e trabalhar outras 8, mais as 5 necessárias para comer, tudo isto dá 21 horas. Sobram-te 3 e reza para que não haja trânsito. De acordo com as estatísticas, vemos televisão 3 horas por dia... Pois é, mas não se pode, porque todos os dias devemos fazer uma caminhada de pelo menos meia hora (por experiência própria: depois de 15 minutos volta para trás, senão a meia hora torna-se uma).
É preciso saber conservar as amizades porque estas são como as plantas, devemos regá-las todos os dias. E até quando vais de férias, suponho. Além disso, temos de nos manter informados e ler pelo menos 2 jornais e um par de artigos de revistas, para desenvolver uma consciência crítica.Ah!, devemos ter relações sexuais todos os dias, mas sem cair na rotina: é preciso ser inovador, criativo e renovar a sedução. Para tudo isto é preciso tempo. E sem falar do sexo tântrico (a propósito, relembro que é preciso lavar os dentes depois de se comer qualquer coisa). Devemos também arranjar tempo para limpar a casa, lavar a louça, a roupa e já nem digo nada se tivermos animais de estimação ou... FILHOS!!
Em suma, para abreviar, as contas dão 29 horas por dia. A única hipótese que me ocorre é fazer várias coisas ao mesmo tempo. Porexemplo: tomas banho com água fria e com a boca aberta, assim bebes os 2 litros de água. Enquanto sais do banho com a escova de dentes na boca, fazes amor (tântrico) com o teu/tua companheiro(a), que no entretanto vê televisão e te conta as notícias, enquanto aproveitas para limpar a casa.Ainda te sobra uma mão livre? Telefona aos teus amigo! E aos teus pais! Bebe o vinho (depois de telefonar aos teus pais, vais precisar). O Actimel com a maçã é o teu/tua companheiro(a) que to pode meter na boca, enquanto ele(a) come a banana com as fibras e amanhã trocam. E ainda bem que já somos crescidos, senão ainda deveríamos tomar um suplemento extra de cálcio todos os dias. Uuuuf!
Se ainda te sobrarem 2 minutos, envia esta mensagem aos teus amigos (que devemos regar como as plantas) e fá-lo enquanto comes uma colherada de um qualquer suplemento de Magnésio, que faz mesmo muito bem.
Agora deixo-te, porque entre o iogurte, a maçã, a cerveja, o primeiro litro de água e a terceira refeição do dia com a dose diária de fibras, já não sei que raio estou a fazer neste momento, mas sinto que tenho de ir urgentemente sentar-me na sanita. Assim até aproveito para lavar os dentes!
Uma saudação especial para os homens e mulheres modernos !
Desconheço a autoria desta pérola que recebi por email
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Saturday, March 28, 2009

BdE - Blogue de Esquerda (III)

José Mário Silva. Luís Rainha. Mesmo sendo um blogue da revista Sábado, é impossível eu (e quem o leu) não se recordar do blogue onde eu verdadeiramente descobri a blogosfera. Da minha primeira experiência num blogue de larga audiência. Do local onde bloguei com mais amor à arte e à camisola e onde blogar me deu mais gozo.
O Luís Rainha continua em forma:
Foi delicioso ver Fernando Rosas a comentar na TV o caso da investigadora da Universidade Nova que não conseguiu vender a sua patente de transístores em papel a empresas portuguesas. Entusiasmado com a invenção, o historiador – que não sei se saberá o que é um transístor – até exprimiu a sua pena de que não fosse uma empresa como a Renova a explorar o revolucionário dispositivo. Imaginem as possibilidades: papel higiénico com música, rolos de cozinha capazes de enviar emails...
A ele e aos outros (o Vasco Barreto e a Ana Leonardo) eu desejo todas as felicidades e boas postagens. Façam o que sempre fizeram e já será muito bom.

Thursday, March 26, 2009

Obras faraónicas

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Abu Simbel é realmente magnificente apesar do senão de se tratar de uma reconstrução, também ela espantosa, 90 metros acima do local original.
Ramsés 2 tem aqui um belo trabalho de autopromoção.
Fiquei espantado por verificar que até na face de Nefertari, um dos seis colossos da entrada, como em quase todos os monumentos, existem inscrições feitas por energúmenos do século dezanove.

Mas o espanto não se fica por aqui. Aos pés dos templos estende-se um verdadeiro mar que foi criado pela barragem de Assuão. É bom lembrar que estamos em zona desértica a mais de 300 quilómetros da barragem.
A barragem foi feita com uma quantidade de pedras suficiente para fazer 17 pirâmides, segundo me disseram.
As obras faraónicas continuam portanto.

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Os Pintos e a "pintada" do Pedro Silva

Sá Pinto e João Pinto defendem a atitude do Pedro Silva. Nada de especial (eu também defendo o Pedro Silva). Mas tendo em conta o historial dos dois jogadores citados (dois excelentes profissionais de futebol), outra posição da sua parte é que seria de admirar, não é? Não acredito que não haja outros jogadores a defenderem o Pedro Silva.

Wednesday, March 25, 2009

As surpresas do Nilo


Estou a navegar no Nilo, entre Kom Ombo e Assuão.
O rio é uma verdadeira autoestrada de ferries, são às dúzias. Algo que eu nunca tinha imaginado.
Neste momento não tenho condições para falar mais sobre o Nilo, fica para depois.
Amanhã vou a Abu Simbel.
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Sobre as declarações do Papa


Há simplesmente que reconhecer que, tratando-se de sexualidade, o Papa não sabe do que está a falar.

Fotografia roubada ao Rui Curado Silva

Tuesday, March 24, 2009

The death of the dead guy that died

O segundo post de hoje é subordinado a este texto profundamente ofensivo, que foi descoberto e lincado de uma forma profundamente ofensiva pelo Bibliotecário de Babel. O texto tem a sua piada. Mas a piada que tem não deve nem por um instante distrair-nos do essencial, que é o facto de o texto me ter ofendido profundamente.
O texto quer ser um manual de receitas rápidas para a elefantíase literária. A comédia da coisa - que é, a espaços, ternurenta, e que distribui equitativamente as suas veladas antipatias - parte, ainda assim, de um princípio duvidoso, de um princípio, diria mesmo, profundamente ofensivo: o de que a elefantíase literária é uma coisa artifical, uma espécie de levedura retórica utilizada para insuflar desonestamente um parágrafo que podia ter sido mais curto. Quero deixar bem claro que isto é mais profundamente ofensivo do que uma conferência de imprensa do João Gabriel. Os minimalistas, esses animais, deviam todos ser compulsivamente tatuados na testa com uma citação completa do Thomas Wolfe, que, em resposta a uma carta profundamente ofensiva de F. Scott Fitzgerald sugerindo algum desbaste lexical, disse mais ou menos isto: «Well, don't forget, Scott, you bumbling anorexic faggot, that a great writer is not only a leaver-outter but also a putter-inner, and that Shakespeare and Cervantes and Dostoievsky were great putter-inners — greater putter-inners, in fact, than taker-outers — and will be remembered for what they put in — remembered, I venture to say, as long as that smelly cheese-eating-surrender-monkey Pedro Silva-chest-incident-denialist Monsieur Flaubert will be remembered for what he left out».
Um estilo literário, para reiterar o que deveria ser algospasmicamente evidente, não é um puzzle com peças opcionais. É uma maneira de pensar e de ver, uma ética orgânica cujos princípios não são negociáveis.
Este texto profundamente ofensivo tem o seu reflexo humanista noutro texto que eu, curiosamente, acabei de escrever, em língua inglesa, para o diário russo Kommersant. Um texto que inverte a maliciosa engenharia do protótipo e ensina o neófito escrivão a mirrar a sua arte à maneira afónica de Hemingway. Apresento agora uma versão resumida do meu texto em língua inglesa para o diário russo Kommersant, pelo qual peço imensas desculpas à população em geral e ao Filipe Guerra em particular:

Shrinking masterpieces with Ernest Hemingway

0. Begin with a masterpiece, such as «The Death of Ivan Ilyich» (Ex: «The Death of Ivan Ilyich»)

1. Force some complex anti-aesthetic surgery on the aforementioned masterpiece, removing what is known in literary circles as "every fucking detail that makes it a masterpiece".

2. You can accomplish this by covering the masterpiece in lubricant and subjecting it to a sweaty aerobics session, to the sound of pounding german techno.

3. Remove all symbols, unless they are painfully obvious, as well as all motifs, and lengthily developed themes; replace them all with faux-macho sentimental shit. And rain.

4. Cut off all organic links between your style and your subject matter; forget all your russian homosexual meditations on the senseless tragedy of death after a proper but unfulfilled life. Treat death as something that happens just before it rains.

5. Suffocate your language's vitality with a string of short sentences. Drown your rhythm in a vat of fake pathos. Add more rain.

6. Don't even think about setting up some high-falutin' dichotomy between the spiritual authenticity of a vaguely apprehended inner life and your actual decaying physical casket. Just focus on the rain, and shoot some more adjectives in the face with a big manly shotgun.

7. Give it that Hemingway shine. In the end, you will have turned «The Death of Ivan Ilych» into two simple, boring, suicide-inducing sentences:

"He looked very dead. It was raining."

Sandro! (& chocolate chip cookies)

O post de hoje é subordinado ao tema "Sandro!", como é utilmente sugerido logo no título. O vocábulo "Sandro!" que deve ser sempre gritado, e nunca, em circunstância alguma, pronunciado com indiferença, refere-se ao imortal Sandro de América - uma combinação blasfema de Tom (Jones), Tony (de Matos), e Tourette's (syndrome), que anda a humedecer cuecas sul-americanas desde a década de 60, e que continua a apresentar intrigantes desafios à inquestionável heterossexualidade de todos nós, os inquestionavelmente heterossexuais. Passo agora à apresentação de exemplos:



Chamo a atenção das vossas já lubrificadas retinas para o trepidante passo de dança entre os 0:23 e os 0:26 segundos - um espástico moonwalking medieval executado, nas palavras profundamente invejosas de um dos comentadores do vídeo, por "um rapazinho com poliomelite". Avancemos em direcção ao trigal:



Nota-se já aqui uma evolução estética. As calças prescindiram do cinto porque, francamente, quem precisa de um? A dança é feita com um braço atrás das costas porque, francamente, quem precisa de dois? A transpiração fica para ali quietinha na cara dele, aterrorizada por se ter encontrado subitamente numa estátua da Ilha de Páscoa. Sandro afirma com serenidade que é o "dueño" do nosso "fruto", o que me parece irrefutável. Realce também para o gesto proto-Paulobentino ao minuto 1:16, demonstrando a existência de um consenso atemporal sobre o facto de a bola ter batido no peito do Pedro Silva. Por último, Sandro fala-nos do seu amigo, o Puma:



Um cinto foi novamente adicionado ao caldeirão hormonal, mas a camisa já abandonou quaisquer intenções diplomáticas, tendo-se rendido à superioridade do oponente. Este vídeo é particularmente útil para observar a relação de amizade entre o Puma e as suas amigas. O puma, "frente a las mujeres/ Pierde su timidez", enquanto que as mujeres, frente a lo puma, pierden as suas cuecas a um ritmo preocupante, como se pode ver no dilúvio ao minuto 3:03.
E agora, porque dá azar meter três YouTubes seguidos num post sem terminar com um non sequitur, aqui fica o «(Nothing but) Flowers», uma das minhas oito canções preferidas de todos os tempos, cantada por David Byrne, um homem a quem eu acho que a Humanidade em geral não tem atirado cuecas suficientes.



(p.s.: não se esqueçam também que amanhã à noite têm uma excelente oportunidade para atirarem as vossas cuecas ao Samuel Úria)

Vale dos Reis

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Hoje arranjei maneira de trabalhar a partir do meu laptop em vez do computador do barco. Voltei portanto a poder usar imagens recolhidas por mim e a dispor dos caracteres todos.
Foi o dia do Vale dos Reis, um sítio que nos esmaga. Lá fiz a via sacra das tumbas, só algumas claro, e continuei a interrogar-me: como foi possível tal sofisticação mil anos antes de Péricles ?
Foi um martírio, embora compreenda, a proibição de fotografar.

Depois segui para o maravilhoso, e negligenciado, templo de Medinat Habu que ilustro com fotografias.

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The special doctor


O mais mediático aluno da Universidade Técnica de Lisboa. Parabéns, José Mourinho.

Monday, March 23, 2009

As casas da minha grande indecisão

Vou explicar-vos as diferenças entre elas (para além do preço). Se me puderem ajudar com sugestões agradeço.

A mais barata tem 20 anos, a mais cara tem 14.

Ambas têm garagem individual fechada. Em termos de localização, ambas são bem localizadas, na mesma rua (uma rua principal de Braga), uma de frente para a outra. Uma é um sexto, outra é um sétimo andar.

A mais barata tem despensa e áreas (ligeiramente) melhores. Tem duas frentes com duas excelentes varandas. A mais cara não tem despensa. Tem uma boa varanda.

A mais cara tem arrecadação, lareira na sala, uma segunda casa de banho (sanita e lavatório), vidros duplos, gás canalizado. A mais barata não tem nada disto (nem gás canalizado).

A mais barata tem duas frentes (nascente/poente). A mais cara tem uma só frente (nascente), mas muito boas janelas, a toda a largura das divisões, o que lhe dá boa iluminação.

A mais barata tem soalho de corticite nos quartos (teria que pôr flutuante - é barato de pôr). A mais cara tem parquet.

A mais barata precisa de ser pintada (portas envernizadas incluídas), o que também não é caro. A mais cara tem a pintura em bom estado.

A mais barata precisa também de envernizamento e pequenos restauros dos móveis da cozinha, que de resto é uma cozinha mais antiga (mas grande). A mais cara tem a cozinha impecável (embora um pouco pequena).

Ambas têm canos de origem. A mais barata tem canalização de ferro (com 20 anos). No prédio dizem-me que os canos nunca deram problemas nenhuns, mas estes estão parados há uns meses, o que aumenta o risco de oxidação...). É este o meu principal medo. A mais cara também tem os canos parados há uns meses, mas a canalização é de cobre.

A mais cara tem umas placas exteriores (na fachada, mesmo por cima) partidas. É da responsabilidade do condomínio. Espero que não dê origem a infiltrações.

A diferença de preços entre ambas é de cerca de 16000 euros. Será que todas as vantagens da mais cara que eu referi valem esse dinheiro? Reparem que em Braga tudo é mais barato (as casas e a mão de obra de trabalhos, e se calhar mesmo os materiais). Comparem a devida proporção entre os preços, e não nos padrões de Lisboa (onde nem o dobro do dinheiro compraria ambas as casas).

O que dizem disto aqueles de vós atentos ao mercado imobiliário? Agradeço sugestões pertinentes nos próximos dias. Obrigado.

A Maldicao dos Faraos

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Estou a escrever a bordo de um barco de cruzeiro atracado em Luxor. Por isso a imagem que ilustra este post nao foi recolhida por mim e o texto vai certamente apresentar problemas por falta de caracteres.

Dito isto deixem que me declare maravilhado com Karnak. Grandiosidade, sofisticacao e antiguidade constituem um excelente cocktail.

Confesso que nunca me canso de admirar, e fotografar, os baixos relevos e pinturas dos antigos egipcios.

Dembulei depois por Luxor, fumei umas cachimbadas com cha' de menta e acabei por ser reenviado para o meu refugio flutuante por uma tempestade de areia que se abateu ao fim do dia.

A areia que comi, em querer, soube-me a maldicao dos faraos (o guia insiste em convercer-nos, como se fossemos mentecaptos, de que tal maldicao nao existe).

Amanha zarparemos Nilo acima.
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Sunday, March 22, 2009

A ditadura dos lugares comuns

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Hoje visitei as pirâmides. Trata-se de um local imponente mas assombrado pela sua própria reputação.

O observador não consegue ter a certeza sobre o que está a ver. São mesmo as pirâmides ou apenas mais uma das suas milhentas representações ?

Disseram-me que são visitadas por oito milhões de pessoas todos os anos. Essas pessoas produzem certamente qualquer coisa como cem milhões de "novas imagens" das pirâmides todos os anos.

Como se não fosse suficientemente assustador este número o nosso guia insistia em nos recomendar os locais específicos de onde podíamos obter mais uma imagem "como vem nos livros".

Até um militar de metralhadora às costas insistiu em me ensinar a inclinar a câmara de forma a parecer que o fotografado está a pegar na pirâmide de Keops com a ponta dos dedos.

É a ditadura dos lugares comuns.

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Saturday, March 21, 2009

O Cairo à primeira vista

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As três imagens apresentadas foram todas obtidas da varanda do meu quarto, junto ao Nilo, no centro do Cairo.

Cheguei há bocado mas já percebi que é uma cidade imensa e com uma vitalidade transbordante. Assustadora e apaixonante.

Um relacionamento para lenta e longa maturação.

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Friday, March 20, 2009

Mar Morto

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Quando o Sol se pôs sobre o Mar Morto já eu estava recuperado do meu erro. Contra todas as recomendações para só nadar de costas, dada a enorme salinidade, resolvi experimentar meter a cabeça na água e fui castigado um um ardor intenso nos olhos e na boca. Posso garantir que é mesmo muito desagradável.

Na margem oposta consegue-se avistar as torres de Jerusalem. Milhares de famílias jordanas fazem piqueniques neste local já que hoje é sexta-feira, um domingo para eles. Abrigam-se em arbustos com folhas que estão longe de ser pródigas e assam borrego em fogueiras.

Amanhã voo para o Cairo.


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Ganhou Paris

Não sabia por quem haveria de torcer no confronto entre o Sp. Braga e o Paris St. Germain - afinal, nenhum dos dois clubes é o meu; são apenas os clubes de duas cidades que são (uma é-o agora e a outra sê-lo-á sempre) minhas. A minha preferência pelo Sp. Braga para este encontro tinha mais a ver com ser bom para o futebol português. Ganhou o Paris St. Germain e aqui em Braga ficaram todos cabisbaixos. O que aborrece é que em Paris ninguém ficou alegre: ficou tudo indiferente.

Thursday, March 19, 2009

HMS Reader

All the attention and engagement and work you need to get from the reader can’t be for your benefit; it’s got to be for hers.” - David Foster Wallace, citado aqui.

Nunca tinha visto isto: alguém a referir-se ao leitor, no abstracto, com um pronome feminino, como se faz com os navios. Não há aqui só uma tese, há todo um novo programa curricular nas Humanidades (provavelmente em Berkeley).

Wadi Rum

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Hoje assisti ao pôr do Sol no deserto de Wadi Rum. Um lugar maravilhoso.

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Wednesday, March 18, 2009

Já não há pachorra para esta polémica

Mas na estafadíssima questão da historiografia antiga sobre Alexandre o Grande, eu estou completamente de acordo com o John Burrow: acho que o Curtius Rufus é muito mais empolgante que o Lucius Arrianus. Espero que a minha oportuna intervenção encerre o assunto de uma vez por todas.

Petra, a deslumbrante

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Petra, na Jordânia, é daqueles lugares que temos que visitar pelo menos uma vez na vida.
Os nabateus, povo mal conhecido que nunca foi um actor histórico de primeiro plano, contruiram uma cidade onde só se acedia por um estreito e profundo desfiladeiro de rocha.
A natureza exuberante e o engenho humano tornaram o local, para sempre, numa das maravilhas do mundo. Uma beleza que comove.
Passei lá o dia de hoje. Excedeu largamente as minhas expectativas.

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Os ovos da galinha dos Saltimbancos

No espectáculo de que aqui falei, uma fábula protagonizada por animais, existe um burro, um cão, uma gata e uma galinha. Esta última a certa altura larga uns "ovos" que, na encenação da Seiva Trupe, são umas bolas de ping-pong da Sport Zone (nem mais nem menos).
No final da peça, decidi pegar numa delas para levar para casa (eu tinha assistido à peça na primeira fila). Foi o suficiente para que várias crianças, guiadas pelo meu mau exemplo, quisessem levar igualmente uma bola para casa, no que eram contrariadas pelas mães: "Para que é que tu queres uma bola? Eles precisam das bolas. Não estão aqui para nós as levarmos".
A questão é que as crianças queriam uma bola de ping-pong. Eu queria trazer (e trouxe, e guardei) um "ovo" da peça. Como explicar a diferença às crianças? Nem sei se as mães se aperceberam.

Tuesday, March 17, 2009

De Amã para Petra

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Amã acordou com um Sol esplendoroso. O incrível casario que envolve a velha acrópole resplandecia.
Partimos para Petra (de onde estou a escrever) via Madaba e Monte Nebo. Neste último, dizem, Moisés olhou a Terra Prometida e bateu as botas.
Lá em baixo o Jordão e o Mar Morto num horizonte árido.
Junto duas figuras humanas que me tocaram por motivos diferentes (penso que é óbvio).



Uma mulher polícia que torna amena qualquer captura.
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So long, Conan



Como qualquer pessoa que siga o programa (eu via-o para aí desde 1999, com um interregno enquanto vivia em França), tenho pena da saída de Conan O'Brien do Late Night e estou apreensivo com a sua transferência para o Tonight Show. Este último é o principal palco da TV americana, o único programa ao vivo a receber um presidente (já esta semana). É sem dúvida uma promoção para o Conan. Mas é em Los Angeles, e o Conan, um bostoniano de ascendência irlandesa, tornou-se um ícone de Nova Iorque. E o Tonight Show é um programa muito mais institucional, e é provável que continue a sê-lo. O que implica que o Conan iconoclasta que nos habituámos ao longo dos anos acabou. A partir do outono cá estaremos para ver. Espero que me engane. Entretanto o último Late Night é transmitido hoje na SIC Radical, tendo o penúltimo (com Jerry Seinfeld) sido transmitido ontem.

Monday, March 16, 2009

Os Saltimbancos



Disse-me o meu antigo companheiro de blogue, mal acabámos de jantar: “Bom concerto!” “Mas não vou ver um concerto: é uma peça de teatro”, disse-lhe eu. Ele tinha razão, no entanto: o que mais me atraía no espectáculo eram as músicas de Chico Buarque e Sérgio Badotti. Era ver o conto dos irmãos Grimm a acabar ao som de “Tanto Mar”. Mas a peça era engraçada, bem encenada e os actores eram bons. Só até dia 18 no Teatro do Campo Alegre, no Porto (Seiva Trupe). De seguida percorre algumas outras cidades em digressão. Recomendo.

Jerash

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Hoje visitei as espectaculares ruínas greco-romanas de Jerash, a norte de Amã na Jordânia. São as maiores e mais interessantes que conheço com excepção de Pompeia, claro.Aqui ficam duas imagens que recolhi para abrir o vosso apetite.

É uma pena que ontem, na fronteira, às duas da manhã, tenha tido que estar uma hora numa bicha para pagar os dez euros da "portagem". Acabei por me deitar às 4 e levantar às 7. Estou um bocadinho mareado.

Hoje quando acordei e liguei a televisão pensei que estava a delirar. A primeira coisa que vi foi o Ângelo Correia a "falar" árabe. Afinal era apenas a televisão local em reportagem de Lisboa sobre a visita dos reis da Jordânia a Portugal.

Amanhã parto para Petra.


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Sunday, March 15, 2009

A minha mãe continua a achar que eu sou extraordinariamente parecido com o vocalista dos Red Hot Chilli Peppers

O Sérgio Lavos acusa-me de ter falhado uma corrente. A ser verdade - e vou precisar de provas, exames ADN, etc. - isto vai obrigar-me a repensar toda uma série de coisas. É que eu gosto imenso de correntes e nunca me lembro de ter olhado para uma corrente e pensado, "olha que chatice, uma corrente". Até esta, da página 161; acho tudo espectacular, pelo que não me importo nada de responder outra vez (a corrente já tinha andado a circular há coisa de um ano, não sei se alguém se lembra).


Ora eu ando a ler dois livros ao mesmo tempo, uma vez que sou um grande maluco e apenas um de cada vez não me chega. Os livros que ando a ler ao mesmo tempo são o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio, ambos escritos por um autor que, curiosamente, também era um grande maluco para quem uma de cada vez simplesmente não chegava. A quinta frase completa da página 161 do Trópico de Câncer é: «Um tipo conhece os bêbados todos de Montparnasse». Para o Trópico de Capricórnio, o resultado é: «Tudo podia ser afastado facilmente, até os Himalaias».



Os restos dos respectivos livros contêm frases tão ou mais titilantes. É tudo a cem à hora, nos Trópicos. A estética literária de Henry Miller exige a substituição deliberada de sofisticação artística por autenticidade crua. O insanável defeito deste tipo de escrita torrencial (Whitman e Kerouac são duas encomendas semelhantes) é que o desleixo e a falta de clareza criam uma dissonância entre o ritmo do escritor - que se acha o maior - e o do leitor - que nem sempre concorda. Os frequentes achaques de levitação induzem uma irreprimível vontade de discordar factualmente do que está a ser dito: “Esta é a virgindade branca e glacial da lógica do amor” (Epá, não, não é). “Sou o gorila que sente as asas a crescerem, sou o gorila leviano no ventro de um vazio de cetim” (Epá, não, não és). “A noite também cresce como uma planta eléctrica, lançando rebentos candentes para o espaço” (Não, a noite não faz nada disso).
Na verdade, a relação de Henry Miller com a linguagem é semelhante à sua relação com o género feminino. O homem dispara em todas as direcções. Tenta tantas coisas tantas vezes que acaba por acertar no alvo algumas delas. Trata a linguagem como se esta fosse uma ginasta romena. E, apesar de todo o seu priápico e transpirado entusiasmo, a linguagem fica quase sempre hirta debaixo dele, a fingir orgasmos múltiplos.
Poderia continuar a falar sobre o assunto, mas prefiro guardar o resto para o meu longo texto crítico sobre Henry Miller, a publicar brevemente no Scunthorpe Telegraph. E porque nestas alturas de crise as pessoas gostam é de finais felizes, vou terminar o post com um gatinho dentro de uma caixa.

O Mein Kampf que estava há meses numa estante da Fnac Chiado desapareceu...

... mesmo a tempo do Dia do Pai.

Saturday, March 14, 2009

A China e o Cobrador do Fraque

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Pela primeira vez, o primeiro-ministro chinês confessou estar preocupado com o desempenho da economia norte-americana. Wen Jiabao espera que os EUA "cumpram a sua palavra e os seus compromissos, preservando a segurança dos ativos chineses". A China é o maior credor dos EUA e ainda não pôs oficialmente de parte a meta de 8% de crescimento económico em 2009.
Da Casa Branca, a resposta surgiu pouco depois, pela voz do assessor económico do presidente Barack Obama. "Existe um compromisso que o presidente deixou bem claro, de que precisamos ser zelosos guardiães do dinheiro que investimos", disse Lawrence Summers, em resposta às preocupações do governo chinês.

(Ler o resto no Esquerda.net)

Como será um Cobrador do Fraque Internacional ? Uma agência da ONU ?
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Museu Virtual da RTP

Entrem com cuidado para não acordar as múmias
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Friday, March 13, 2009

Resumo da sexta-feira 13

Comprei uma bicicleta espectacular (a sério). O pedal partiu-se a meio da primeira viagem, entre o Continente de Braga e a minha casa.

A realidade nos números

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O DN teve acesso a dados oficiais que fazem parte do Relatório de Segurança Interna de 2008 e estes confirmam as piores expectativas. No ano passado o crime violento aumentou 10,7% e a criminalidade geral subiu 7,5%. O que significa o maior crescimento dos últimos dez anos em Portugal.
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O tabu do ministro da Administração Interna, sobre as estatísticas da criminalidade de 2008, está prestes a terminar e Rui Pereira vai ter de reconhecer as piores previsões.
O DN teve acesso a dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) e estes confirmam uma subida quer da criminalidade geral quer dos crimes mais violentos e graves. A maior, desde que há registo oficial destes dados, nos últimos dez anos. As forças de segurança registaram um total de 421 037 crimes - mais de 1100 por dia - dos quais 24 313 foram graves e violentos.
Por dia houve, em média, 67 crimes violentos.
DN 13.03.2009


Durante o ano de 2008 discutiu-se muito sobre se havia ou não um avanço da criminalidade.

Aqueles que, como eu, se mostravam alarmados foram acusados de exagero. Agora que os números foram divulgados gostaria de saber o que pensam os culrores do "políticamente correcto".

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Thursday, March 12, 2009

Ainda o Sporting - Bayern Munique

Há duas semanas, convenci-me da superioridade do Bayern, mas andava a dizer que números tão dilatados sucediam uma vez e eram um exagero. O que mais dói é ter concluído, quinze dias depois, que tais números não sucediam só uma vez e nem eram um exagero.
Salve-se o Derlei, a pensar já no próximo jogo e a não atirar a toalha ao chão. O Derlei deveria ser treinador do Sporting um dia.

O "Portugal Novo" de Clint Eastwood

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O último filme de Clint Eastwood, "Gran Torino", remete-nos para os ambientes da urbanização "Portugal Novo" e para as falhas da sociedade actual quando se trata de lidar com a delinquência.

Um velho operário, bastante doente e viúvo de curta data, vê-se perante a agressividade dos gangs que proliferam naquilo que foi o pacato bairro de vivendas do seu passado.Como se não bastassem os efeitos do tempo que, tal como a todos nós, o remetem para um território onde tem cada vez mais dificuldade em reconhecer as suas referências.

O desenvolvimento da história mostra que o problema não são as diferenças étnicas, num país onde quase todos arrastam consigo uma tradição cultural remota. Essas diferenças culturais são, aliás, motivo de dichotes entre amigos sem quebra de afeição.
O problema advém, isso sim, da confusão entre os direitos das minorias étnicas e a tolerância para com o mais puro banditismo.

Um tema da maior actualidade como os jornais mostram todos os dias.
Uma enorme tragédia que talvez seja uma enorme e pungente despedida de Clint Eastwood.
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Barómetro

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SÃO PAULO - O superávit comercial da China caiu 43,5% em fevereiro no confronto com um ano antes, para US$ 4,84 bilhões. As exportações recuaram 25,7% no segundo mês de 2009 ante mesmo período do exercício passado, ficando em US$ 64,9 bilhões, e as importações tiveram queda de 24,1%, para US$ 60,1 bilhões.
Vale notar que a balança comercial chinesa registrou saldo positivo de US$ 39,1 bilhões em janeiro.
Nos dois primeiros meses de 2009, o superávit comercial da China correspondeu a US$ 43,9 bilhões, decorrente de exportações de US$ 155,33 bilhões e importações de US$ 111,44 bilhões.
No comparativo com o bimestre inicial de 2008, as vendas externas recuaram 21,1% e as compras caíram 34,2%. GLOBO 11.03.2009


A parece estar a gerir, com algum sucesso, o superavit comercial através da redução das compras ao exterior. A redução das exportações chinesas constitui um bom "barómetro" da evolução da crise mundial.
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Wednesday, March 11, 2009

Ando muito preocupado com o destino do povo tibetano



E também com a Venezuela, e o Anderson Polga, e a crise económica global, que me parece uma situação muito grave, e depois há a fragilidade do nosso tecido empresarial, e o desemprego, que também é uma situação muito grave, que afecta as pessoas, embora provavelmente não o Anderson Polga, mas que vai obrigar o hipotético mas existente senhor que trabalhou a vida inteira na linha de montagem a arrancar os coisinhos de plástico dos cinzeiros que aparelham os automóveis da marca Volvo a procurar outro emprego no meio de uma crise económica global muito muito grave, e o senhor não vai conseguir, evidentemente, pelo que vai ser forçado a improvisar e a lançar-se num negócio por conta própria com empréstimos garantidos pelo Estado e assim, mas sem qualquer preparação, e isto nunca dá bom resultado, como é demonstrado por histérica analogia no Suttree do Cormac McCarthy, em que um violador de melancias chamado Gene Harrogate sai da prisão sem quaisquer fundamentos, e o que é que faz uma pessoa sem quaisquer fundamentos no irrepreensível nexo metafórico que é o ferro-velho do capitalismo a não ser escavar túneis debaixo da cidade (e isto depois de o esquema de assassinar morcegos por dinheiro ter fracassado por insuficiência logística) para chegar ao não-ferro-velho do capitalismo pelo lado mais inesperado, que são os fundilhos do banco central? Uma pessoa com fundamentos teria arranjado os diagramas, as plantas subterrâneas de Knoxville, Tennessee, até o Tom Cruise sabe isto, mas o Gene Harrogate não sabia mais do que aquilo que sabia e dinamitou a estrutura errada, acabando por ser arrastado numa maré de merda líquida, bocadinhos de papel higiénico e, salvo erro, bebés mortos, e bebés mortos é uma situação que me incomoda e que considero quase tão grave como a do Tibete, mas compreende-se a minha preocupação, creio eu, com o hipotético mas existente senhor que deixou de arrancar os coisinhos de plástico dos cinzeiros que aparelham os automóveis da marca Volvo no meio de uma crise económica global gravíssima, tendo em conta o que sabemos sobre o sub-solo da respectiva localidade, onde também deve haver doses substanciais de merda líquida e bocados de papel higiénico, se não mesmo bebés mortos, o melhor que o senhor tem a fazer é mesmo inscrever-se no centro de emprego mais próximo e esperar que o chamem para a formação de jardineiros da Junta, não deve é meter-se em avarias, do género ah vou pôr um anúncio no jornal a oferecer os meus serviços como palhaço contratado para ir a festas, até porque isto é uma terra diferente, não é um aglomerado suburbano em Montgomery onde as pessoas têm por hábito contratar despojos de meia-idade com a cara pintada e sapatos de meio metro para entreter as criancinhas, e o máximo a que o senhor pode almejar é atrair a atenção de um casal em Campo de Ourique com um pacote TV Cabo que lhes permita terem assimilado a esotérica noção de "palhaço contratado" numa sitcom qualquer, e os meios financeiros necessários para concretizar um "aniversário diferente" para o pequeno Diogo, e que portanto não desconfiem quando virem o anúncio no Correio da Manhã, mas mesmo assim a situação está minada com problemas, nomeadamente fisiológicos, porque não se passam quarenta anos a arrancar os coisinhos de plástico dos cinzeiros que aparelham os automóveis da marca Volvo sem acumular um considerável crédito negativo no funcionamento renal, o senhor é provavelmente incontinente, o que é já de si uma incapacidade debilitante num palhaço contratado, mas uma incapacidade que se pode gerir quando se vai a casas em Montgomery com sete casas-de-banho, mas em Campo de Ourique, com aqueles apartamentos só de uma casa-de-banho, meu Deus, é um perigo enorme, até porque numa festa à qual comparecem todos os amiguinhos do pequeno Diogo, e respectivos pais, vai haver sempre alguém enfiado na casa-de-banho, e o pobre palhaço (previamente designado hipotético mas existente senhor) não tem estamina para duas horas sem alívio, e nenhum dos métodos sugeridos pelo seu vizinho funcionará, nem sequer a clássica volta dupla do elástico à volta do escroto, pelo que o pobre palhaço vai passar duas horas a transpirar, o que apresenta desde logo um problema adicional, uma vez que a tinta facial branca que adquiriu por catálogo era a mais barata e não é de grande qualidade, e a transpiração faz daquilo uma avalanche grotesca pelo escanhoado abaixo, que é uma coisa de que as criancinhas não parecem gostar num palhaço, por motivos inapelavelmente sólidos, e o senhor pobre palhaço vai andar por ali a soprar plutos e mickeys em balões vermelhos, com a bexiga a latejar e a cara a transformar-se gradualmente num Monte de Santa Helena, há-de se chegar a um ponto sem retorno onde o pobre palhaço não terá outra possibilidade se não esquivar-se até às escadas do prédio e aliviar-se no vaso das buganvílias que tanto debate tem provocado na reunião de condóminos, mas os problemas não acabam aí, era o que faltava, porque um palhaço sem fundamentos para comprar uma tinta facial de qualidade também não terá investido devidamente no vestuário, e aquelas calças de palhaço trazem botões tão renitentes em abandonar as respectivas casas como agricultores brancos do Zimbabwe, uma mijinha lacónica de quarenta segundos transforma-se numa epopeia de dez minutos, o pequeno Diogo que anseia pelo próximo pluto insuflado no balão quer saber o que é que se passa com o senhor palhaço e decalca o esquivanço até às escadas do prédio, onde vai encontrar o senhor palhaço com a cara a derreter e um pluto rosáceo e resolutamente não-insuflado nas mãos, isto vai dar gritos do pequeno Diogo, de certeza, seguidos de desenfreada correria paternal cá para fora, onde o cenário que encontram - criancinha aos gritos, palhaço grotesco com as calças pelos joelhos - não pode deixar de afectar todos aqueles que, como eu se preocupam com o Tibete, a Venezuela, a crise económica global e as pessoas, genericamente. O Cormac McCarthy, ainda assim, escreve muito bem.

(Recensão crítica a Suttree, de Cormac McCarthy, publicada originalmente no Der Spiegel)
«... An overstrained enthusiasm produces a capriciousness in taste, as well as too much indifference. A person who sets no bounds to his admiration takes a surfeit of his favourites. He over-does the thing. He gets sick of his own everlasting praises, and affected raptures. His preferences are a great deal too violent to last. He wears out an author in a week, that might last him a year, or his life, by the eagerness with which he devours him. Every such favourite is in his turn the greatest writer in the world.»

(William Hazlitt)

Nacionalizar empresas é privatizar o país ?

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Na década de 80 do século dezanove o Egipto revelou-se incapaz de pagar as suas dívidas e isso deu à Grã-Bretanha um pretexto para ocupar o país durante cinquenta anos.
Curiosamente hoje é a mesma Grã-Bretanha que, segundo Daniel Finkelstein em "Welcome to the inescapable era of no money" na TIMES Online, está numa situação bastante crítica de endividamento.
Será que ainda vamos assistir a uma "privatzação" dos nossos Estados às mãos dos seus credores ? Quem é que empresta dinheiro aos países para eles nacionalizarem a torto e a direito ? Quem é que cobre todos os anos os tais 10% de diferencial entre a produção e o consumo dos portugueses ?
Há aqui uma zona de sombra que escapa completamente ao cidadão comum, que continua a pensar que o Estado é uma fonte inesgotável de criação de recursos a partir do nada.
Parece-me bastante infantil a alegria daqueles que interpretam as nacionalizações, neste contexto, como um reforço do Estado. Segundo parece os Estados estão tão falidos quanto as empresas que "salvam" mas fingem prosperidade para não nos alarmar.
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16-1

É o recorde de uma goleada nas competições europeias, e pertence ao Sporting. Foi contra o Apoel de Chipre na época de 1963/64. Em Chipre o Sporting ganhou 2-0, pelo que a eliminatória ficou por uns esclarecedores 18-1 para o Sporting. Achei que seria bom recordar hoje tal facto.

Um campo mais seco ?

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A editora Campo das Letras continua à espera, mas sem esperança, de um investidor que evite o encerramento da empresa, fundada em 1994 no Porto. Segundo Jorge Araújo, director e detentor de 51 por cento das acções, já foi apresentado, entretanto, um pedido de insolvência.
"Esperamos por um investidor mas de uma forma menos esperançosa. Possivelmente não vamos conseguir", disse ao PÚBLICO.
Sem data para ver resolvido o problema da Campo das Letras, Jorge Araújo afirmou que os tribunais têm, em tempo de crise, inúmeros processos de insolvência nas mãos. Houve, entretanto, um contacto de um potencial investidor, mas não passou de um interesse verbal.
As quebras nas vendas e a falência da Empresa Comércio Livre (ECL), responsável pela distribuição dos livros, agravaram a situação financeira da editora. A ECL deixou dívidas por saldar e, para recuperar a Campo das Letras, seria necessário um milhão de euros.
"Tornámos a nossa situação pública e contactámos algumas pessoas, mas até agora não conseguimos investidores", disse Jorge Araújo.
A editora nortenha tem 1407 títulos no seu catálogo e três milhões de livros produzidos. Representa 536 autores portugueses e 318 estrangeiros, entre os quais os prémios Nobel Elias Canetti ou Pablo Neruda. Cerca de 46 autores são prémios literários, como Maria João Reynaud, que fez a primeira edição na Campo das Letras. Na área infanto-juvenil publicou 344 obras.
No seu site, define-se como uma editora independente que pretende "dar um contributo para a formação do gosto literário e a promoção da leitura, mas intervir de forma activa no campo do pensamento democrático de esquerda".

Público, 11.02.2009

É triste. Ainda espero não ver desaparecer uma organização que realmente promove a cultura em Portugal. Foi na "Campo das Letras" que publiquei. Lá encontrei sempre abertura de espírito.
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Tuesday, March 10, 2009

O Texas é cá




Elizabete Silva chegou a casa no sábado à noite – depois de trabalhar o dia inteiro e ter ido visitar o marido internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa – e deparou-se com a porta arrombada. Lá dentro estavam pelo menos quatro mulheres ciganas. "Comodamente instaladas", descrevem vizinhos ao CM.
Apesar de ser branca, Elizabete foi ajudada por várias mulheres africanas a reaver a sua casa. 'A partir daí começaram as ‘bocas’ entre as mulheres. E a violência descambou quando uma africana grávida foi agredida. Os irmãos vieram defendê-la. Os ciganos foram buscar armas e os africanos responderam com pedras.'
Este foi apenas o último episódio de uma convivência involuntária, que começou há cerca de 15 anos. Segundo o CM apurou, o bairro Portugal Novo, ou bairro Azul das Olaias, nasceu em regime de cooperativa de habitação na década de 80. 'Na altura chegámos a pagar oito contos [40 euros] de quota por mês', conta ao CM Leontina Pereira, 72 anos, há 23 no bairro Portugal Novo. 'Depois vieram os problemas. A cooperativa foi à falência e isto ficou entregue à sua sorte. As casas nunca tiveram escritura e, mesmo os que queriam, não sabiam a quem pagar a renda. Os velhos foram morrendo e as casas acabaram ocupadas, muitas com violência.'
'Houve casos em que os filhos dos proprietários queriam ficar com a casa dos pais e foram agredidos e ameaçados de morte. Nunca mais voltaram', acrescenta a testemunha do tiroteio que anteontem pôs a nu a paz podre num bairro que não é de ninguém, mas do qual todos querem ser donos.
Certo é que ninguém sabe quantas pessoas há no bairro – nem o presidente da junta (ver discurso directo) – nem quem são os legítimos donos das casas. E ninguém paga por elas.
Esta situação envergonha um país que se diz civilizado. Não há nenhuma "autoridade" que assuma a correcção desta situação caótica ? António Costa vai, também ele, pactuar com esta impunidade inadmissível ?
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As raízes do Digitalismo

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Para quem tenha dúvidas sobre as raízes do Digitalismo
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Muitos Olhares

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O mundo é simples: os judeus não conhecem limites

Com toda a sinceridade: quando li no Público de há uma semana uma matéria sobre o queijo da serra kosher, duvidei da sua relevância. Não do queijo kosher e dos seus fabricantes, a quem felicito pela iniciativa de divulgar o que de melhor há em Portugal por outras comunidades e desejo as maiores felicidades. Mas a relevância da notícia em si. O Público interessa-se pelo queijo kosher mas nunca se interessou pelo peixe congelado “Gonsalves” (assim com “s” para os americanos pronunciarem bem) vindo de Peniche, que eu comprava nos EUA. Da mesma forma também nunca se interessou pela comida das comunidades imigrantes em Portugal – já há lojas especializadas em produtos da Europa de leste, pelo menos em Lisboa, bem como da China e da Índia ou do Brasil ou África. Mas não é de se estranhar: afinal trata-se do mesmo jornal que conta entre os seus colunistas (para defender incondicionalmente Israel) com Esther Mucznik, representante de uma confissão religiosa ultraminoritária em Portugal, mas nem um único negro.
Foi por esse critério do Público que eu achei natural a referência ao queijo kosher. Mas qual não é o meu espanto quando descubro que há quem ache que tal artigo não é propaganda (gratuita) suficiente, e depois de tudo o que eu disse ainda consegue encontrar nele… anti-semitismo! Um gajo qualquer decide fabricar queijo kosher para exportação; o Público dedica duas páginas a tão importante e relevante matéria e ainda é anti-semita! Sinceramente tal blogue, em vez de “Boina Frígia”, deveria chamar-se “kippah”. Dá má fama à República – republicanos são estes. Mas nem se pense que isto tem algo a ver com república ou monarquia – o blogue onde encontrei a referência a tal texto até tem autores com fama de terem simpatias monárquicas. Não sei se tal é o caso de Henrique Burnay. Burnay não é nome de banqueiro? Pois… bem me queria parecer. Não há paciência para esta gente. Eu, pelo menos, não tenho.

Monday, March 9, 2009

Cinquentenário da Barbie em Pequim

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Um momento de pausa durante a preparação da Assembleia Popular Nacional da República da China, em Pequim, captado pelas objectivas da Associated Press. A capital chinesa recebe durante esta semana e a próxima o encontro legislativo anual. © AP (via SOL)
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Fora de brincadeiras...

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No dia delas, referência a uma mulher especial

Prestei um depoimento à Sábado a pedido da jornalista que queria fazer um perfil da Fernanda Câncio. Confesso que estava cheio de receio que me deturpassem as palavras ou mudassem o seu sentido – nunca se sabe… Lido o que foi publicado e que me diga respeito (é só isso a que me refiro), é com alívio que verifico que a única incorrecção foi referirem-me no texto (não no contacto pessoal - mas os depoimentos têm destas coisas) como um “adversário” da Fernanda (sem nunca mencionarem que até partilhávamos um blogue até há uns meses atrás). Se o mundo se resumisse ao aluguer de casas e a certos aspectos da política internacional (guerra do Iraque e tal), aí sim, a Fernanda seria minha “adversária”. Como há (felizmente) muito mais causas, eu não considero meus adversários nem a Fernanda nem a generalidade das pessoas de esquerda (exceptuando certos malucos). E estou certo de que a Fernanda sabe disso, pelo que o erro na Sábado não é importante.

Sunday, March 8, 2009

A China vai aos saldos

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Pequim, 8 mar (EFE).- Uma segunda delegação chinesa de dirigentes de empresas liderada por funcionários do Ministério de Comércio iniciou este fim de semana uma viagem por quatro países europeus, para buscar oportunidades de investimento e cooperação econômica, informaram fontes oficiais à agência "Xinhua".

A primeira delegação investidora que visitou também Alemanha, Espanha, Suíça e Reino Unido comprometeu aquisições no valor de US$ 10 bilhões, acrescentou a mesma fonte.

Nesta segunda ocasião, a nova delegação explorará oportunidades de investimento nos setores do automóvel, maquinaria, têxtil, alimentação, eletrônica e tecnologias relacionadas com economia de energia e proteção do meio ambiente.

Um funcionário do Ministério disse a "Xinhua" que "a viagem fortalecerá mais a cooperação entre China e Europa e criará um resultado mutuamente beneficente na luta contra a crise econômica global".

Representantes de mais de 20 grandes empresas, várias associações nacionais de comércio e funcionários integram esta segunda delegação aos quatro países europeus. EFE
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Dia da Mulher 2009 – como cozinhar massas

É uma tradição minha publicar uma receita no Dia da Mulher. Desta vez, porém, vou publicar um interessantíssimo artigo de Harold McGee no The New York Times do passado dia 24 de Fevereiro. É curioso ver que McGee, que tem alguma formação científica, cozinha a massa tal e qual como eu: com um mínimo de água e colocando-a originalmente em água fria, para poupar energia, e aproveitando a deliciosa goma resultante. Recomendo a todos. E bom dia da mulher!

February 25, 2009
The Curious Cook
How Much Water Does Pasta Really Need?
By HAROLD McGEE
SOME time ago, as I emptied a big pot of pasta water into the sink and waited for the fog to lift from my glasses, a simple question occurred to me. Why boil so much more water than pasta actually absorbs, only to pour it down the drain? Couldn’t we cook pasta just as well with much less water and energy? Another question quickly followed: if we could, what would the defenders of Italian tradition say?

After some experiments, I’ve found that we can indeed make pasta in just a few cups of water and save a good deal of energy. Not that much in your kitchen or mine — just the amount needed to keep a burner on high for a few more minutes. But Americans cook something like a billion pounds of pasta a year, so those minutes could add up.

My rough figuring indicates an energy savings at the stove top of several trillion B.T.U.s. At the power plant, that would mean saving 250,000 to 500,000 barrels of oil, or $10 million to $20 million at current prices. Significant numbers, though these days they sound like small drops in a very large pot.

The standard method for cooking pasta, found in Italian cookbooks and on pasta packages, is to heat to a rolling boil 4 to 6 quarts of well-salted water per pound of pasta. The usual rationales are that abundant water quickly recovers the boil when the pasta is added, gives the noodles room so that they don’t stick to one another, and dilutes the starch they release, so they don’t end up with a “gluey” surface.

To see which of these factors are really significant, I put a pound of spaghetti into a pot, added just 2 quarts of cold water and 2 teaspoons salt and turned on the heat. The water took about 8 minutes to reach the boil, during which I had to push the noodles around occasionally to keep them from sticking. They took another 10 minutes to cook through.

When I drained the pasta, it had the texture and saltiness I expected, seemed about as sticky as usual, and when tossed with a little oil, seemed perfectly normal.

So I tried reducing the water even further, to 1 1/2 quarts. I had to stir often because that’s not quite enough to keep all the pasta immersed all the time, but again the spaghetti came out fine.

Why can pasta cook normally in a small volume of water that starts out cold? Because the noodles absorb water only very slowly at temperatures much below the boil, so little happens to them in the few minutes it takes for the water to heat up. And no matter how starchy the cooking water is, the solid noodle surfaces themselves are starchier, and will be sticky until they’re lubricated by sauce or oil.

I described my method in e-mail messages to two of this country’s best-known advocates of Italian cuisine. Lidia Bastianich told me: “My grandmother would have thought of the idea surely as blasphemous. I think it is curious.” And Marcella Hazan said, “I am a very curious person, and I’m glad people are exploring new ways.” Both of them gave it a try.

Ms. Bastianich responded with a controlled experiment. She started spaghettini in pots of cold water and boiling water (4 quarts each instead of her usual 6) side by side and found the cold-water version lacking in the gradation of texture she looks for. As for the flavor, she said “I felt that the cold-water pasta had lost some of the nutty flavor of a good semolina pasta cooked properly.”

Ms. Bastianich agreed that using less water is O.K. “Yes, I think it’s doable to reduce the cooking water by one third,” from 6 quarts per pound to 4. “But please ‘butta la pasta’ in boiling water.”

Ms. Hazan tried starting a batch of shell pasta in a somewhat reduced amount of cold water, and found that it needed constant stirring to avoid sticking. “Maybe you save heat energy, but you also have to work a lot harder,” she told me in a follow-up call. “It’s not so convenient. I don’t know if I would cook pasta this way.”

Heartened by the experts’ willingness to experiment, I went back to work, this time starting with hot water. I found that it’s possible to butta la pasta in 1 1/2 or 2 quarts of boiling water without having the noodles stick. Short shapes just require occasional stirring. Long strands and ribbons need a quick wetting with cold water just before they go into the pot, then frequent stirring for a minute or two.

Except for capellini, which cooks too quickly, I find that both the cold and hot versions of the minimal-water method work well with the common shapes I’ve tried, with whole wheat pasta, and even fresh pasta, as long as any surface flour is rinsed off first.

I prefer starting with cold water, because the noodles don’t stick together at all as they go into the pot, and because I don’t notice a difference in flavor once they’re drained and sauced. It’s true, though, that no matter what temperature you start with, this method requires more attention. That’s a disadvantage when you’re cooking several things at once.

If you cook pasta often, try experimenting with different starting temperatures and amounts of water. You can even cook pasta in the manner of a risotto, adding the liquid in small doses and stirring constantly. Be sure to use a pot broad enough for the noodles to lie flat on the bottom, and to reduce the salt for smaller volumes of water.

There’s one other dividend to cooking pasta in minimal water that I hadn’t anticipated: the leftover pasta water. It’s thick, but you can still easily ladle it out by tilting the pan. And it’s very pleasant tasting: not too salty, lots of body, and lots of semolina flavor. Whole-wheat pasta water is surprisingly delicious.

Italian recipes often suggest adding pasta water to adjust the consistency of a sauce, but this thick water is almost a sauce in itself. When I anointed a batch of spaghetti with olive oil and then tossed it with a couple of ladles-full, the oil dispersed into tiny droplets in the liquid, and the oily coating became an especially creamy one.

Restaurant cooks prize thick pasta water. In “Heat,” his best-selling account of working in Mario Batali’s restaurant Babbo, Bill Buford describes how in the course of an evening, water in the pasta cooker goes from clear to cloudy to muddy, a stage that is “yucky-sounding but wonderful,” because the water “behaves like a sauce thickener, binding the elements and flavoring the pasta with the flavor of itself.”

Mr. Buford suggests that the muddy pasta water should be bottled and sold, because home cooking never produces anything like it. Cooking one batch of pasta in minimal water can’t smooth out the starch as completely or generate those long-cooked flavors. But it does make pasta water good enough to sip.

Saturday, March 7, 2009

Abre hoje

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A exposição "Mulheres do Hindustão" abre hoje, Dia Internacional da Mulher.

Eu vou estar por lá, no Museu do Oriente, a partir das 18 horas.



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Friday, March 6, 2009

Já só falta a pele

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Bastaram 45 dias na Casa Branca para deixar Barack Obama com cabelos brancos. Duas guerras, no Iraque e no Afeganistão, e o país e o mundo mergulhado num crise financeira como não se via desde os anos 1930 parecem ser preocupações suficientes para envelhecer um presidente de 47 anos. Para o Washington Post a explicação exige que se recue 754 dias até "uma manhã fria de Inverno em Springfield, no Ilinóis", quando um senador "com cara de bebé" anunciou a candidatura à presidência dos Estados Unidos. Pouco então acreditaram que ele conseguisse alcançar o objectivo. E foram necessários meses de intensa luta política, de inúmeros comícios e ainda mais quilómetros pelas estradas dos Estados Unidos para conseguir, primeiro derrotar a senadora Hillary Clinton, clara favorita à nomeação democrata, e depois ganhar ao republicano John McCain, herói do Vietname, com credibilidade reconhecida. "Meus senhores, ouçam-me. Eu próprio estou a ficar com cabelos brancos", exclamou Obama durante um comício de campanha no Ilinóis, antecipando o que iria acontecer. E os fios brancos no seu cabelos surgiram a uma velocidade tal que motivaram inevitáveis especulações sobre a sua origem. Nos blogues americanos multiplicaram-se as suspeitas de que o Presidente estaria a pintar o cabelo para ganhar a "distinção" que cabelo grisalho dá aos homens de meia de idade. Boatos imediatamente desmentidos por Zariff, o barbeiro que durante 16 anos cuidou do cabelo de Obama enquanto este viveu em Chicago. "Posso garantir-vos que o cabelo dele é 100% natural", explicou ao New York Times. DN 06.03.2009

É caso para dizer: já só falta a pele mudar também de cor para a Casa Branca (embruxada?) anular todo o ineditismo da eleição de Obama.
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