Wednesday, February 9, 2011

BINGO

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Nos últimos anos tenho frequentado uma consulta num hospital público do SNS.
Ontem mesmo, dirigi-me ao local às 15:30 apesar de a minha consulta estar marcada para as 16:00.
A sala que se pode ver na fotografia anterior, feita pouco antes de eu ser atendido, estava então a abarrotar de gente.




Para ninguém poder dizer que não sabe ao que vem as paredes ostentam garbosos cartazes que nos garantem que vamos ter que esperar. E eu esperei.
Passaram as quatro, depois passaram as cinco e depois passaram as seis horas, e nada.




Depois de ler vários jornais passei a concentrar-me, obsessivamente, nos visores "de plasma" espalhados pela sala e em que, como num sorteio vão aparecendo os números dos felizes contemplados com o início de uma consulta.
O que mais me afectava nem era a demora mas o facto de não conseguir perceber a lógica com que os números se sucediam no ecran.
No meio da sonolência comecei a ter ideias delirantes mas, quem sabe, com enorme futuro.
Por que não instalar um bingo neste local? Quem mais depressa preenchesse o cartão do bingo mais depressa seria atendido.
Teríamos mais transparência quanto à ordem dos atendimentos e adicionalmente proporcionaríamos a quem padece, enquanto espera pela consulta, um passatempo bem divertido.




Com uma certa habilidade até podíamos transformar as máquinas "cospe senhas" em slot machines.
Em suma, se no dizer de Mário Soares temos uma economia de casino por que não termos hospitais-casino?
Aqui fica a ideia, pela qual não cobro absolutamente nada.
Este caso mostra que muito trabalho criativo poderia ser feito, com sucesso, se os nossos jovens empresários e quadros superiores frequentassem mais as salas de espera do SNS.

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