Wednesday, August 3, 2011

Uma catástrofe a menos

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Luiz Carlos Molión, professor da Universidade Federal de Alagoas, no Brasil, e representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Metereológica Mundial (OMM), não acredita no aquecimento global provocado pela actividade humana.
Polémico, com um discurso simples e claro, o metereologista brasileiro defende que a subida das temperaturas nos últimos anos está relacionada com a actividade do Sol e com os oceanos, que ele considera os dois grandes reguladores do clima global da Terra. Por isso, afirma que o planeta vai arrefecer nos próximos 20 anos.


Defende que as emissões de dióxido de carbono de origem humana são incapazes de causar o aquecimento global da Terra. Porquê?
Quando verificamos a variação do dióxido de carbono ao longo dos últimos 150 anos, percebemos que não se relaciona com a temperatura. Por exemplo, entre 1925 e 1946, houve um aquecimento muito forte, principalmente no Árctico. A temperatura subiu no Árctico mais de 4 graus centígrados. Mas em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, as actividades humanas lançavam apenas 6% do carbono que lançam hoje para a atmosfera.  
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Então o CO2 nunca controlou o clima global?
Exactamente. Os cilindros de gelo mostram muito bem isso: a temperatura sobe antes e só cerca de 800 a 1.200 anos depois é que o CO2 sobe.
Porquê?
Quando os oceanos estão frios, durante as eras glaciares, a produtividade do plâncton e das algas é muito grande e, por isso, tendem a fixar o CO2. Quando ocorre um aquecimento, há maior libertação do CO2 que estava dissolvido na água do mar, o que significa que o CO2 que está hoje na atmosfera não é necessariamente de origem humana, muito pelo contrário: o carbono que a actividade humana lança na atmosfera é apenas 3% de todos os fluxos naturais que saem dos oceanos, dos solos e da vegetação.  
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Há cientistas que têm manipulado os dados para forçar o aquecimento global? 
Sim, no caso do Instituto Godard de estudos espaciais da NASA, onde trabalha James Hansen, o pai do aquecimento global, ele publicou um gráfico de temperaturas em 1999 e outro em 2008 em que se vê claramente que, sem justificativa científica alguma, as temperaturas das décadas de 1930 e 1940 foram rebaixadas. E as mais baixas, relativas às décadas de 1950 e 1960, foram elevadas, para dar a impressão de que a tendência é de um aumento contínuo das temperaturas globais da Terra, quando na realidade não é. 


Vale a pena ler na íntegra esta entrevista publicada no Expresso (Única) da semana passada.
No meio de tantas catástrofes eminentes é reconfortante não se confirmar que, com os nossos gestos mais inocentes, estamos a provocar mais outra.


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