O símbolo da revolução armada, Ernesto «Che» Guevara, um argentino que contribuirá poderosamente para a vitória da Revolução Cubana, morre na Bolívia a 7 de Outubro. O seu corpo desaparece e há quem diga que foi semeado. A intenção era a de não transformar o seu túmulo no centro de romagem, mas a sua imagem é difundida e comercializada em todo o mundo: posters, t-shirts, postais, livros, discos, tudo serve para «vender» aquela cara simpática ornamentada por uma boina basca onde brilha uma estrela de cinco pontas.
A história de «Che» Guevara chega, também, à banda-desenhada.
As «histórias aos quadradinhos» tornam-se vedetas, as de Astérix e dos seus amigos as maiores de todas.
Em Outubro dezenas de milhares de jovens cercam o Pentágono, em manifestação contra a guerra do Vietname. O edifício fica envolto em fumo e gás lacrimogénio e são presas centenas de manifestantes.
Mas este é ainda, um ano de guerra. A dos 6 dias, iniciada em 5 de Junho, constitui a mais fulminante vitória israelita sobre os árabes. O Médio Oriente está a ferro e fogo e é, também a ferro e fogo que se encontra o Vietnam, a Nigéria, o Congo. Em Abril, na Grécia, os coronéis tomam o poder.
A 2 de Dezembro, num hospital da Cidade do Cabo, na África do Sul: Christian Barnard realiza a primeira transplantação cardíaca. O paciente vive com o novo coração durante 18 dias.
Paulo VI vem a Portugal (para se «limpar» perante Salazar da audiência que concedeu aos líderes dos movimentos de libertação Agostinho Neto, Amilcar Cabral e Eduardo Mondlane).
É o ano em que a LUAR assalta o Banco de Portugal na Figueira, o ano dos "ballets roses" e das cheias em Lisboa que matam centenas de pessoas.
«Baladas e Canções» do Zeca Afonso e «O Canto e as Armas» de Manuel Alegre.
«Bonnie And Clyde», «The Graduate («A Primeira Noite»), «Adivinhe Quem Vem Jantar», «No Calor da Noite» e, especialmente, «Um Homem e Uma Mulher» dominam as tabelas dos filmes «mais vistos». Bergman filma «Persona».
Nos Estados Unidos a expressão da revolta surge na «soul music», Otis Redding à cabeça do movimento. É, no entanto, Aretha Franklín quem alcança o n.° 1 do top americano ( com «Respect», de Otis Redding) dominado por «I’m A Believer», dos Monkees (seis semanas na liderança). Os Rolling Stones regressam aos primeiros lugares («Ruby Tuesday» nos Estados Unidos) e os Beatles continuam à frente nos dois lados do Atlântico: «Penny Lane», «All You Need Is Love» e «Héllo Goodbye» são primeiros lugares na América, os dois últimos temas alcançam idêntica posição em Inglaterra.
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Guevara e Zeca são os nomes-chave deste ano. A força dos protestos contra a guerra do Vietname também.
As razões desta cronologia estão explicadas aqui.
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