Friday, February 10, 2006

Um novo blog em cada segundo



O relatório da Technorati mostra que o número de blogs duplica em cada 5 meses pois todos os dias são criados 75.000 novos blogs.

Esta autêntica avalanche de informação digitalizada está a converter-se, pela sua própria dimensão, num factor estruturador da actividade económica e não só.
Ela explica o sucesso explosivo do Google (que no fundo apenas vende "atenção" dos internautas para determinados conteúdos) e agora também as pretensões dos proprietários das redes de banda larga (que no fundo vendem apenas facilidade de acesso).

Um outro desafio, que talvez dê também origem a um grande negócio, é a dificuldade de garantir a perenidade da informação sob a sua forma digital.

Os hieróglifos ainda podem ser lidos vários milénios depois de terem sido produzidos mas a folha de cálculo antiquada que gravámos numa diskette de 5 polegadas pode estar irremediavelmente perdida.

A informação "normal" é directamente captada pelos nossos sentidos mas a informação digitalizada é invisível ao tacto, à vista, ao olfacto, ao paladar e ao ouvido.
Para podermos aceder-lhe necessitamos de dispositivos que convertam a informação digitalizada em imagens, sons, etc.

O que acontece com a vertiginosa progressão digital é que os suportes se sucedem e os dispositivos que os "lêem" vão-se tornando obsoletos e acabam por desaparecer.
Um bom exemplo disso são os discos fonográficos; quem é que hoje ainda tem a possibilidade de ouvir discos de 78 rotações ?
É necessário converter, de tempos a tempos, a informação contida nos suportes antigos para os novos suportes.

Mas essa não é a maior dificuldade.
Os sistemas de codificação da informação sucedem-se a um ritmo elevadíssimo como se surgissem e desaparecessem constantemente novos idiomas, novas formas de "falar" a informação.

Quando um "idioma" desaparece e é substituído por outro nem sempre são guardadas as gramáticas e os dicionários respectivos. Mais tarde, sem essas ferramentas, pode ser quase impossível interpretar os zeros e os uns da informação digitalizada no âmbito desses "idiomas" desaparecidos.

Podemos portanto dizer que a principal vantagem do digital, a extraordinária facilidade na produção de réplicas, constitui também a sua principal debilidade.

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