Há aspectos na questão do preço do vinho nos restaurantes que, pela resposta do João Miranda, não ficaram claros.
Quando falo "na terra dele" (João Miranda), onde os vinhos nos restaurantes seriam muito mais baratos, refiro-me à cidade do Porto (onde eu presumo que ele vive), onde me encontro para a minha sempre muito agradável visita anual e de onde neste momento escrevo. E mais uma vez pude confirmar o que afirmei, e não é só com o vinho. A comida (e a bebida) nos restaurantes do Porto é muito mais caseira, muito menos turística, muito mais honesta, muito mais bem servida, muito mais barata do que em Lisboa. Aliás, é assim por todo o país, excepção feita ao Algarve e à Área Metropolitana de Lisboa. Nestas regiões é cada vez mais difícil encontrar um restaurante com as características que eu referi. Isso é particularmente sensível nos preços do vinho, que constituem uma autêntica exploração. Como pode um consumidor contrariar esta "tendência do mercado", pode o João explicar-nos? Apanhando o Intercidades e vindo jantar ao Porto?
Eu deveria recordar ao João que, mesmo nos mercados livres, a especulação não é permitida. E em Lisboa, com os vinhos nos restaurantes, é de especulação que se trata.
Talvez a melhor solução seria os restaurantes de Lisboa abandonarem o pedantismo de que eu falava no meu texto anterior. Mas algo teria que ser feito.
Sobretudo nunca, mas mesmo NUNCA, se considere o vinho como um artigo de luxo, como o João (que parece ser um agente ao serviço da Coca-Cola) faz na sua resposta. Nunca, em Portugal ou em qualquer país mediterrânico!
Quanto às consequências da imposição de um limite superior do preço dos vinhos nos restaurantes, o João Miranda que considere a equação de Black-Scholes com a condição fronteira do limite da margem de lucro e impondo um cut-off no preço e que reporte a solução no Blasfémias. Depois conversamos.
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