Os caloiros do ensino superior, em Viseu, estão a ser "usados para aumentar o negócio de alguns bares". As denúncias são dos próprios alunos que acusam os elementos do Conselho de Viriato, o órgão académico que deve zelar pelo cumprimento das regras da praxe, de organizarem festas com os caloiros "pelas quais recebem percentagens do consumo feito nos bares".
Alguns alunos, que também já denunciaram a situação junto da presidência do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), acusam Ana Pinto, presidente do conselho, de "organizar iniciativas da praxe em bares, para onde são levados os caloiros, recebendo depois percentagem pela despesa feita", contaram ao DN vários destes elementos, que temendo represálias, preferem ficar no anonimato.
A presidente do Conselho de Viriato, que para além de ser estudante no IPV, trabalha num bar de diversão nocturna na zona de Jugueiros, ao lado do instituto e onde funcionam mais de uma dúzia de bares, desvaloriza as acusações. "Os alunos praxados têm um percurso, vão aos bares, onde ouvem pessoas a falar sobre diversos temas. Se tiverem dúvidas são retiradas e depois seguem para outro bar", revela a estudante.
A presidente do Conselho de Viriato refere que as denúncias surgem de "guerras entre as casas de diversão nocturna que lutam ferozmente pela presença dos estudantes do ensino superior. E viram-se para mim porque eu oriento mais de 700 alunos e sou um alvo mais fácil", adianta. Embora considere as denúncias "difamatórias" Ana Pinto, que é estudante no Politécnico de Viseu há dez anos, garante que o Conselho de Viriato "vai tomar mais cuidado com as iniciativas que envolvem os caloiros".
Tuesday, October 27, 2009
A praxe é, sobretudo, um negócio
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