Friday, July 11, 2008

Do Porto

Desde anteontem encontro-me no Porto a participar em mais um Oporto Meeting on Geometry, Topology and Physics. Mas ontem à noite aproveitei para assistir a um debate sobre regionalização promovido pela Câmara Municipal do Porto e moderado por Rui Rio (ele mesmo). Ao contrário do que é costume em Lisboa, no Porto havia intervenção do público, no final. Intervim como agente provocador. Aqui estão as linhas mestras do meu comentário:
  • deixei bem claro que a descentralização era indispensável e não tinha nenhum problema em especial com a regionalização. O problema era mesmo o Porto;
  • falou-se no debate que o Porto deveria absorver Gaia (assim mesmo, abertamente), formando uma só cidade. A ideia não era má, mas algo incorrecta: o certo seria Gaia absorver o Porto (e acabar de vez com o Porto);
  • todo o país tem que se queixar do centralismo e das desigualdades regionais, mas só no Porto se fala de regionalização. O que motiva o Porto não é a descentralização mas a inveja de Lisboa e uma nova centralização, a norte (o centralismo tripeiro);
  • eu votaria contra a regionalização. Para votar a favor teria de se regionalizar todo o país excepto o Porto. A região norte seria à volta do Porto; o Porto seria um enclave nortenho da região de Lisboa;
  • a quem invoca a constituição para defender a regionalização, recordo que na altura em que isso foi escrito (1975) o socialismo também era um imperativo constitucional. E que tal se, antes de implantarmos a regionalização, implantássemos o socialismo?
No final do debate tive o prazer de conhecer o Luís Rocha do Blasfémias e o Pedro Menezes Simões do Norteamos, entre outros ilustres portuenses. Tudo boa gente. Faltou o Tiago Barbosa Ribeiro, para grande pena minha. Seguiu-se uma animada discussão até às tantas num bar ao pé da Praça... de Lisboa. Foi um serão bem passado; outros seguirão.

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