Tuesday, April 15, 2008

Brilliant sugar, turn over




(The National, «You've Done it Again, Virginia»)

A votação chegou ao redondíssimo número de cem, e a vontade do povo português parece ser que Virginia Woolf se dispa o mais rapidamente possível. Confesso a minha dificuldade em perceber os vinte e nove votos recolhidos por Edith Wharton. O comentário do Major (parabéns, também) ao post em questão acaba por ser, a alguns níveis, elucidativo: o temperamento conservador tem um longo e verificável historial de aversão ao círculo de Bloomsbury. Lembro-me de uma passagem deste livro em que Lady Thatcher se refere aos ditos como 'scabs of Englishness' ou uma coisa assim do género; e que Saul Bellow utilizou um dos seus mais conservadores protagonistas para despejar meio-litro de petróleo retórico nas cinzas da "pior espécie de elitismo intelectual", ou uma coisa assim do género.
Nada disto, evidentemente, deveria ter sido um factor decisivo. Abstendo-nos também de considerações de natureza psico-biográfica (o pormenor de Edith Wharton, com aquele ar de sopeira minhota, ter escrito livros que tresandam a sexo), há que realçar o fundamental, que é o extraordinário pescoço de Virginia Woolf: podem-se pendurar videiras naquele metro e meio de carne Modernista. Entre ela e a Nicole Kidman de prótese nasal, eu não hesitaria um segundo.

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