Foi o introdutor do termo “buraco negro” na terminologia corrente (apesar de não ter sido o descobridor dos “buracos negros” – só inventou a terminologia). Mas tem trabalhos importantes em física nuclear e introduziu a matriz S em teoria quântica de campo. Foi o orientador de físicos celebérrimos como Jakob Bekenstein (percursor da termodinâmica dos buracos negros) e Richard Feynman (que, a seu respeito, costumava dizer: “toda a gente diz que Wheeler está a dar em maluco, mas ele sempre foi maluco!”). Participou no Projecto Manhattan e apoiou a Guerra do Vietname. Para mim, há de ser recordado como um dos autores do horrendo “Gravitation”, um calhamaço de mais de cinco quilos que nunca ninguém leu. Nem os próprios autores o leram todo: o livro tem o texto principal (com que os três autores estavam de acordo) e umas caixas, a fundo cinzento (com que, diz a lenda, só um dos autores concordava, mas que eram publicadas na mesma). O resultado foi aquilo. Tive oportunidade de comprar o Gravitation, como novo, em segunda mão, por cinco ou dez dólares. Recusei.
Para saber mais: uma página toda dedicada a Wheeler, incluindo os obituários (destaque, como sempre, para o do The New York Times) e o The Reference Frame. E, no fim do mês, um novo volume da sua Gazeta de Física.
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