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Dois padres disputam (!!?) confederação de 2600 IPSS
Dois padres católicos lideram as listas candidatas à direcção da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), que amanhã será eleita no congresso que reúne 2600 organizações de todo o país. Uma é a lista de continuidade, liderada por Lino Maia, a outra inclui três pessoas ligadas a estruturas locais do Partido Socialista no Porto e em Braga.
Carlos Gonçalves, pároco de Rio de Mouro e presidente do Centro Social desta paróquia do concelho de Sintra, sentiu a actual direcção da CNIS, liderada pelo padre Lino Maia, do Porto, como "uma entidade extraterrestre".
A CNIS deixou de ter "um papel activo, que deve prestar como serviço e não como um poder", afirmou ontem, em declarações ao PÚBLICO. Se for eleito, Carlos Gonçalves propõe-se "dar força às uniões distritais", que podem exercer um papel "mais preponderante e melhor que a estrutura nacional".
O prior de Rio de Mouro está consciente do risco que a inclusão de três membros do PS pode ter para a sua candidatura. Além de José Fernando Moura, candidato a presidente da assembleia geral, e de José Manuel dos Santos Correia, para vogal da direcção, a lista inclui Alfredo Cardoso da Conceição, chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Braga, Mesquita Machado.Tal composição pode ser lida como uma colagem ao Governo. "Nenhum de nós se conhecia.
Mas mais colagem do que houve ao longo dos últimos três anos, é impossível de existir. E em ano de eleições, não sabemos que Governo vem aí.
"Na lista da continuidade, Lino Maia quer que haja uma "orientação clara na contratação colectiva", uma "resposta em rede à crise actual" e uma opção pela "solidariedade entre os utentes, para uma maior abertura ais mais carenciados". Hoje e amanhã, o congresso discute a qualidade das instituições e a atenção à educação, contando na abertura com a presença do Presidente da República.A CNIS reúne 2596 instituições de solidariedade (das quais 40 por cento ligadas à Igreja Católica), dando emprego a 200 mil pessoas e representando 4,3 por cento do Produto Interno Bruto.
Público, 30.01.2009
Às vezes tenho a desconfortável sensação de estar a ser caridoso sem saber, de alguém andar a fazer caridade com o meu dinheiro e com o dinheiro que é de todos. Esses brilharetes feitos com dinheiro alheio se calhar também servem para "espalhar a fé", uma fé que eu não partilho.
Além de fazer caridade sem saber também sou, provávelmente, mecenas dos missionários.
Mas isto é apenas uma vaga sensação que me assalta quando vejo tantos precipitar-se para a caridade de forma que considero enigmática.
Tudo se torna mais claro quando vemos que o sector proporciona 200.000 empregos e quando pensamos nas verbas que estes milhares de instituições drenam dos cofres do Estado.Serão todos estes empregos e verbas integralmente usados em prol dos pobres ?
Não sei. Espero que alguém saiba. Espero estar enganado.
Mas toda esta militância na luta pelo controle das estruturas de poder das IPSS não cheira nada bem.
Uma coisa é clara para mim: se algum dia, por um passe de mágica, fosse possível acabar com os pobres isso ía deixar muita gente na pobreza. Não pode ser.
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