Os últimos meses abalaram a economia de mercado e em especial o capitalismo financeiro. A crise levou à entrada em força do Estado nos mercados, nos bancos e nas empresas, muitas vezes a pedido dos próprios empresários. Os que agora se queixam é de não receberem ajuda do Estado. Acabou o ciclo durante o qual o mercado foi sacralizado
....Embora festeje a oportunidade que a crise supostamente lhe oferece, a esquerda não está a aproveitá-la. Quase só pode exibir Obama, que não é socialista. E Obama veio estragar uma bandeira tradicional da esquerda, o antiamericanismo. Na Europa, a esquerda não beneficia politicamente com a crise do chamado neoliberalismo. Limita-se a defender, apenas, uma maior intervenção do Estado.
...Claro que os esquerdistas "de protesto" se agitam. Mas como podem o estalinismo, o trotskysmo e o maoísmo reciclados apresentar algo de novo e positivo? O mesmo se diga dos adversários da globalização, que se especializaram em manifestações e violências de rua. Pouco mais trouxeram ao debate do que uma velha proposta (de 1971), aliás repudiada pelo seu autor para os efeitos pretendidos pelos "alter-mundialistas" (a taxa Tobin, sobre transacções cambiais).
...Com a direita na defensiva, a esquerda deveria agarrar estas questões e propor políticas inovadoras. Até agora não o fez em escala que se visse.
"Sugestões para a esquerda", Francisco Sarsfield Cabral
Público 12.01.2009
Já toda a gente dá conselhos à esquerda mas dizem que é a direita "está de pantanas".
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