Friday, October 2, 2009

A tralha socrática: Augusto Santos Silva



O PS terá que tentar estabelecer pontes e acordos com os outros partidos de esquerda. Sabemos que tais pontes só serão possíveis em casos pontuais, mas o PS não pode ser acusado de não as tentar estabelecer. Por isso terá de se assistir ao afastamento de Augusto Santos Silva, o ministro dos assuntos parlamentares que assumiu que gosta de “malhar” nos partidos à sua esquerda, mas não hesitou, há três semanas, em directo, no “Prós e Contras”, a dirigir-se ao reaccionaríssimo Paulo Rangel como “o meu amigo” (algo que não fez a mais nenhum dos membros dos partidos presentes no programa).Talvez por dois tripeiros serem sempre amigos (por aqui se vê que o Porto é uma cidade pequena). Talvez, mais provavelmente, por o ex-maoísta (mas ainda bem maoísta na mentalidade) Santos Silva preferir qualquer outra alternativa a aliar-se ao PCP. É essa a cultura maoísta portuguesa, também presente em muitos sectores do Bloco de Esquerda (não todos). Convergências à esquerda assim são difíceis. Mas o PS não é o principal culpado de tal facto.Esta semana Santos Silva voltou ao “Prós e Contras”, pela enésima vez. Deve ter alguma avença. Ou então é porque a apresentadora é tripeira (também deve ser “sua amiga”). Que se mantenha como comentador, se ele e Fátima Campos Ferreira quiserem. Mas se o PS quer um mínimo de convergência à esquerda não o pode ter no governo. Muito menos nos assuntos parlamentares.

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