Monday, May 28, 2007

Algumas notas sobre a final


O jogo foi equilibrado, como é típico de uma final e de um jogo de final de época. O Sporting teve as melhores oportunidades e é um vencedor justo.

Como já aqui defendi, quando o Sporting nem sequer estava envolvido, é ridículo continuar-se a jogar a final da Taça de Portugal no Estádio do Jamor, um estádio obsoleto, quando há tantos estádios novos e mais confortáveis no país inteiro, alguns deles com lotação bem superior. O que se passou com os bilhetes este ano foi o resultado de uma final entre um grande e um clube com grande implantação popular (ainda por cima de Lisboa). Se fosse com dois grandes ainda seria pior, apesar de se achar menos estranho. De certa forma foi pedagógico.

De qualquer maneira não tencionei ir ao Jamor. Fui a Alvalade ver a final em écran gigante.

A festa foi bonita. Sem confrontos ou conflitos, como outras. Somos mesmo um clube diferente. O pior foram os “momentos musicais” que se teve de ouvir entre o final do jogo no Jamor e a chegada da equipa a Alvalade. Um dos “artistas”, de nome “Júnior”, trauteava uma coisa que versava sobre o consumo de “ganzas”. Era engraçado ouvi-la e olhar ao mesmo tempo para o ar compenetrado de um rapaz ao pé de mim, que queimava diligentemente uma pedra de haxixe e enrolava um charro. Musicalmente, mais teria valido um dueto entre a Maria José Valério e o João Braga.

Os jogadores foram sendo chamados um a um. O mais contente era o Carlos Martins, que provavelmente não sabe quando volta a ter hipótese de ganhar um troféu destes. A menos que vá para o Porto (tudo é possível). O último, também provavelmente pela última vez, foi o Custódio, que carregava o troféu. Qualquer um deles deu pena, mas é a vida. Desejo felicidades a ambos. Mais pena tive de não estar ali o Sá Pinto e de o Pedro Barbosa não ter subido com a equipa técnica (para não estragar a festa ao Paulo Bento?).

Houve não sei quantas repetições de “e quem não salta é lampião”... Eu não saltava – estou velho, reservo as minhas energias para o "e quem não salta é laranjinha" das manifes, e nem sequer dou esta importância a lampiões. Mas chegaram-me mesmo a perguntar, apesar do meu cachecol, se eu não era lampião! No final, cantava-se uma música dedicada ao Simão Sabrosa, que por pudor e respeito mínimo - mesmo mínimo - que ainda tenho por ele, me abstenho de aqui escrever. Rimava “sexy hot” com “pacote”. Também se entoavam as clássicas “cada lampião, cada cabrão” e “SLB, SLB, filhos da puta, SLB, são a merda que se vê”.

E foi assim. Para o ano há mais. Esperemos que outra taça, e desta vez o campeonato.

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