Soube agora mesmo pelo Público (jornal com sede na Margem Norte) que Jonathan Richman vai ao Santiago Alquimista (na Margem Norte) na próxima Quarta-feira. Lanço o apelo às pessoas do costume (que moram quase todas na Margem Norte): eu sei que o dia seguinte, para vocês, é dia de trabalho (nos vossos empregos da Margem Norte), mas isto é diferente.
Jonathan Richman, que um dia, em resposta à pergunta asinina de um jornalista, disse "I sing about what matters", é diferente. Jonathan Richman, que um dia terminou um espectáculo com dezassete versões diferentes de «Roadrunner», é diferente. Jonathan Richman, que um dia interrompeu uma canção para discursar durante aproximadamente dez minutos em hebraico perante uma estupefacta plateia londrina, e que terminou a palestra com um peremptório "What I meant by that, ladies and gentlemen, is that people in love should never be ridiculed", é mesmo diferente.
Jonathan Richman até já esteve em Portugal antes (sempre na Margem Norte), e eu até já o vi duas vezes (na Margem Norte do Tamisa), mas isto é diferente. Frank Black, não sei se sabem, dedicou-lhe os seguintes versos: «Though le loved to rock and roll/All these many years/He cared about the old people/And little children's ears»
Isto, ladies and gentlemen, para além de ser rigorosamente verdade, é diferente, e merece aprovação universal (em ambas as Margens).
Vou ver de bilhetes (à Margem Norte). E vocês (os do costume, os da Margem Norte) ficam avisados: se ninguém alinhar, vou ali apanhar um avião (à Margem Norte) e não volto a pôr cá os pés tão depressa.
(Penso que é pertinente assinalar que estou a escrever este post a partir da Margem Sul, acto que se tornará ainda mais frequente num futuro não muito longínquo. A Margem Sul precisa de muitas coisas - nomeadamente que a minha presença se torne mais assídua - mas parece-me extravagantemente óbvio que não precisa de todas as coisas. Precisa, por exemplo, de mais quiosques cujos donos não se recusem a vender-me o Público quando eu tento pagá-lo com uma nota de dez euros. Isso precisa. Não precisa, por exemplo, de um aeroporto, nem de uma falangezinha de beatos histéricos a defender a sua honra ferida. Isso não precisa.)
Isto, ladies and gentlemen, para além de ser rigorosamente verdade, é diferente, e merece aprovação universal (em ambas as Margens).
Vou ver de bilhetes (à Margem Norte). E vocês (os do costume, os da Margem Norte) ficam avisados: se ninguém alinhar, vou ali apanhar um avião (à Margem Norte) e não volto a pôr cá os pés tão depressa.
(Penso que é pertinente assinalar que estou a escrever este post a partir da Margem Sul, acto que se tornará ainda mais frequente num futuro não muito longínquo. A Margem Sul precisa de muitas coisas - nomeadamente que a minha presença se torne mais assídua - mas parece-me extravagantemente óbvio que não precisa de todas as coisas. Precisa, por exemplo, de mais quiosques cujos donos não se recusem a vender-me o Público quando eu tento pagá-lo com uma nota de dez euros. Isso precisa. Não precisa, por exemplo, de um aeroporto, nem de uma falangezinha de beatos histéricos a defender a sua honra ferida. Isso não precisa.)
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